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Como fazer uma prova discursiva

Como fazer uma prova discursiva

É muito importante ter consciência da importância da Redação nas provas de concursos. Além de classificatória, a prova discursiva possui caráter eliminatório. É uma grande “peneira”.

É recorrente a situação de diversos alunos que perderam cem, cento e cinquenta posições por causa da nota da redação discursiva. E esses alunos perdem tantas posições apenas por décimos de diferença. Os candidatos poderiam estar dentro do número de vagas com o resultado da prova objetiva e acabam perdendo muitas posições pelo desempenho insatisfatório na prova discursiva. Às vezes bastaria ter utilizado bem os argumentos. A redação, portanto é muito importante.

Tão importante que chega a eliminar o candidato. Em algumas bancas, o candidato. Em algumas bancas, o candidato é desclassificado por décimos. É algo cruel, mas real. Ainda hoje é possível perceber uma desatenção dos candidatos em relação à redação discursiva. Mas as quedas nas listas de classificação e as eliminatóção estão alterando essa visão por parte do estudante.

ORIENTAÇÕES INICIAIS

Escrever é uma atividade que exige certo conhecimento da nossa língua e muito exercício. Em nosso dia a dia não costumamos praticar a escrita. Esses dois fatores geram certa insegurança por parte dos alunos. Não há fórmula mágica. Há um processo de crescimento na prática da escrita. E isso deve ser feito com estudo formal, com cursos leituras e exercícios. É pegar o papel e a caneta e colocar a cabeça para trabalhar.

Observando diversos editais de provas discursivas, percebemos a solicitação de que a prova seja feita pelo próprio candidato, à mão, em letra legível, com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente.

Também é dito que os cadernos das provas não deverão ser assinados ou rubricados nem conter qualquer palavra e/ou marca identificadora em outro local que não seja o indicado, sob pena de serem anuladas (isso evita que o professor que corrigirá a prova saiba de quem é cada prova).

O rascunho não poderá ser utilizado como modelo para entrar com recurso. O aluno pode falar “Eu escrevi certo, só não registrei na folha definitiva”. Esse argumento não cabe, pois é o mesmo que marcar na prova o item certo e não passar para o gabarito.

O caderno definitivo não poderá ser substituído. Quando o candidato errar, deve proceder desta maneira: poblema . O candidato deve passar um traço simples sobre a palavra. Não utilizar parênteses (pois é sinal de pontuação).

COMO DESENVOLVER A REDAÇÃO

Preparação – Leia atentamente a proposta. Procure sublinhar as palavras com maior carga semântica. Ative conhecimento anterior que você se lembre sobre o tema. Não fuja, de forma alguma, do tema proposto pela banca.

Elabore um plano com os argumentos a serem utilizados no texto. Após a seleção desses argumentos, partir para as idéias secundárias. Verificar e evidenciar causas e consequências.

Redação (Rascunho) – Produzir introdução. Pode ser por três possibilidades: intertexto, citação e resumo. Desenvolvimento. Duas possibilidades de abordagem de tema: indutivo ou dedutivo. Conclusão. É interessante que reúna de forma concisa os principais pontos do desenvolvimento do texto. Pode apresentar uma solução para a problemática ou fazer uma previsão, com alerta de como o tema da redação se desenvolverá no futuro.

IMPORTANTE
Introdução é no parágrafo de abertura, responsável pela apresentação do assunto, em que é lançada a tese (tópico frasal ou ideia principal) a ser desenvolvida nos parágrafos seguintes.

Desenvolvimento é a parte fundamental da dissertação, em que se desenvolve o raciocínio ou o ponto de vista sobre o assunto, por meio de argumentos convincentes. Do desenvolvimento, depende a profundidade, a coerência e a coesão do texto. Cada argumento a ser trabalhado deverá ocupar um parágrafo.

E, por fim, a conclusão é a parte final do texto, em que se faz um arremate das ideias apresentadas. É mais comum, na conclusão de um texto que o autor ofereça uma sugestão para o problema levantado. mas, às vezes, ele se limita a passar a solução do poblema para o leitor, por meio de uma pergunta.

Para a produção do texto definitivo, revisar o rascunho analisando os seguintes pontos:

• A coesão textual.
A coesão de um texto é decorernte das relações de sentido que se operam entre os seus elementos. Muitas vezes, a compreensão de um termo depende da interpretação de outro ao qual ele faz referência.

Os elementos de que a língua dispões para relacionar termos ou segmentos na construção de um texto são os recursos vocabulares, sintáticos e semânticos – chamados de conectivos, coesivos ou conectores.

• A coerência textual. É o resultado da articulação entre as ideias de um texto; a estrutura lógico-semântica que faz com que, em uma situação discursiva, palavras e orações componham um todo significativo para o leitor.

No texto coerente, o leitor passa de um parágrafo para o outro sem sustos, sem sobresssaltos, pois não há aí nenhuma parte que não se solidarize com as outras. A coerência é a conexão semântica.
– A divisão dos parágrafos e a relação entre eles.
– A extensão dos períodos (devem ser curtos).
– A progressão textual.
– A correção – ortografia, acentuação e pontuação.
– Verificar vocabulário. Não repetir palavras.
– Cortar informações e trechos irrelevantes.

No texto final

• Caprichar na caligrafia. Os editais solicitam uso de letra cursiva legível. Caso o candidato utilize letra de forma, diferenciar maíuculas de minúsculas.
• Caso haja erro, passar traço simples sobre a palavra. Não utilize parênteses.

 

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Como desenvolver os parágrafos nas redações

Como desenvolver os parágrafos nas redações

Devemos sempre ter em mente que no parágrafo desenvolvemos determinada ideia-central, ou nuclear, a que se associam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrente dela.

O parágrafo é importante porque facilita a organização das ideias e a correta compreensão do que está sendo dito.

Sobre a extensão do parágrafo dizemos que é uma unidade suficientemente ampla para conter um processo completo de raciocínio e suficientemente curta para nos permitir a análise dos componentes desse processo. Também devemos salientar que é da divisão do assunto que depende a extensão do parágrafo.

A composição do parágrafo é didaticamente estruturada da seguinte maneira: Introdução, na qual expressamos de maneira sumária e sucinta a ideia-núcleo; o desenvolvimento, no qual explanamos essa ideia-núcleo; e, mais rara, a conclusão, sobretudo nos parágrafos menos extensos e naqueles em que a ideia-central não apresenta grande complexidade.

Como desenvolver o Parágrafo

Você pode desenvolver o parágrafo de diferentes maneiras. Por enumeração ou descrição de detalhes; por conforto, processo muito eficaz de desenvolvimento; por analogia ou comparação; por citação de exemplos; dividindo e explanando ideias “em cadeia”; e por definição. Todos os processos devem ser cuidadosamente estudados, para que assim você possa utilizá-los com maior liberdade e adequação.

Qualidades do parágrafo em geral

Quais são qualidades do parágrafo? De modo geral, dizemos que as principais qualidades do parágrafo são: clareza, concisão, propriedade, coerência e ênfase. Trataremos brevemente de alguns aspectos.

Unidade, Coerência e Ênfase

Quando falamos em unidade, ensinamos que é preciso dizer uma coisa de cada vez, sem digressões descabidas. Ênfase é a modificação da estrutura frasal que privilegie algum termo, como o objetivo, o predicativo etc. Coerência consiste em ordenar e interligar as ideias de maneira clara e lógica e de acordo com um plano definido. Para obtermos coerência lançamos mão de conectivos e partículas de transição.

A seguir algumas orientações na hora da produção do parágrafo:
• Use sempre que possívell tópico frasal (ideia-núcleo) explícito.
• Evite pormenores impertinentes, acumulações e redundâncias.
• Frases entrecortadas frequentemente prejudicam a unidade do parágrafo; selecione as mais importantes e transforme-as em orações principais de períodos menos curtos
• O desenvovimento da mesma ideia-nucleo não deve fragmentar-se em vários parágrafos.

Dedique-se ao estudo da produção textual. Pratique, leia, estude! Desse modo o sucesso é garantido! – See more at:

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Expressões Jurídicas em Latin

Expressões Jurídicas em Latin

ab absurdo lat Partindo do absurdo. Método de demonstração, usado principalmente em geometria.
ab aeterno lat De toda a eternidade; sempre.
ab amicis honesta petamus lat Só devemos pedir aos amigos coisas honestas.
abditae causae lat Med Causas ocultas, desconhecidas. Diz-se das moléstias cujos sintomas não deixam entrever as causas que os produzem.
ab epistolis lat Das cartas. Título de alguns funcionários da chancelaria romana.
aberratio delicti lat Dir Desvio do delito. Erro por parte do criminoso quanto à pessoa da vítima.
aberratio ictus lat Dir Desvio do golpe. Dá-se quando o delinqüente atinge, por imperícia, pessoa diversa da que visava.
ab hoc et ab hac lat Disto e desta. Discorrer alguém sobre o que não entende.
ab imo corde lat Do fundo do coração; sinceramente.
ab imo pectore lat Do fundo do peito; do fundo da alma, com franqueza.
ab incunabulis lat Desde o berço. Desde o princípio; desde a origem.
ab initio lat Desde o começo.
ab intestato lat Dir Sem deixar testamento. Diz-se da sucessão sem testamento, ou dos herdeiros que dela se beneficiam.
ab irato lat Movido pela cólera; arrebatadamente.
ab ore ad aurem lat Da boca ao ouvido; em segredo; discretamente.
ab origine lat Desde a origem; desde o princípio.
ab ovo lat Desde o ovo; desde o começo.
ab ovo (usque) ad mala lat Do ovo até as maçãs (falando das antigas refeições romanas); do princípio ao fim; da sopa à sobremesa.
ab uno disce omnes lat Por um conhece a todos. Pelas qualidades de um indivíduo podem ser avaliadas as qualidades de um povo.
ab urbe condita lat Desde a fundação da cidade (de Roma). Cômputo usado pelos historiadores romanos, que datavam os fatos a partir da fundação de Roma (753 antes de Cristo). Empregavam na escrita as iniciais U. C. (Urbis Conditae), isto é, da fundação da cidade.
abusus non tollit usum lat Dir O abuso não impede o uso. Princípio segundo o qual se pode usar de uma coisa boa em si, mesmo quando outros usam dela abusivamente.
abyssus abyssum invocat lat Um abismo chama outro abismo. Expressão do Salmo 42, versículo 7, para indicar que uma falta cometida predispõe o pecador a cometer outras mais graves.
accipiens lat Dir O que recebe. Pessoa que recebe um pagamento; recebedor.
acetum lat 1 Nome latino do vinagre, usado sobretudo em linguagem farmacêutica. 2 Farm Medicamento acetoso.
acta est fabula lat Terminou a peça. Expressão usada no teatro antigo. Foi também pronunciada pelo imperador Augusto na hora de sua morte.
ad argumentandum tantum lat Somente para argumentar. Concessão feita ao adversário, a fim de refutá-lo com mais segurança.
ad augusta per angusta lat Às coisas excelentes pelos caminhos estreitos. Não se vence na vida sem lutas.
ad calendas Graecas lat Para as calendas gregas. Transferir alguma coisa para as calendas gregas é manifestar a intenção de não realizá-la. Os gregos não tinham calendas como os romanos.
ad cautelam lat Por precaução. Diz-se do ato praticado a fim de prevenir algum inconveniente.
ad corpus lat Dir Expressão usada para indicar a venda de imóvel sem a medida de sua área, por oposição à venda ad mensuram.
ad diem lat Dir Até o dia. Prazo último para o cumprimento de uma obrigação.
ad duo lat A duas vozes ou a dois instrumentos, expressão usada em Música ou canto: A sonatina de Mozart foi executada ad duo.
ad exemplum lat Para exemplo: A medida foi tomada ad exemplum dos demais.
ad extra lat Por fora, exteriormente: Em vista do serviço, ad extra recebeu mais.
ad extremum lat Até o fim, até o cabo, até ao extremo: Levou sua teimosia ad extremum.
ad finem lat Até o fim: Leu o relatório ad finem.
ad gloriam lat Pela glória: Trabalhar ad gloriam, isto é, sem proveito material, só para conquistar glórias ou honrarias: Kepler dedicou-se à Astronomia ad gloriam.
ad hoc lat Para isso. Diz-se de pessoa ou coisa preparada para determinada missão ou circunstância: secretário ad hoc, tribuna ad hoc.
ad hominem lat Para o homem. Sistema de argumentação que contraria o adversário usando de suas próprias palavras ou citando o seu modo de proceder.
ad honores lat Para as honras, como título de glória. Foi nomeado ad honores, isto é, para um cargo ou função meramente honorífico. Sin: honoris causa.
adhuc sub judice lis est lat O processo ainda se acha em poder do juiz. A questão não foi definitivamente dirimida (refere-se a litígio ainda não julgado em última instância).
ad instar lat À semelhança; à maneira de.
ad interim lat Provisoriamente, de modo passageiro, interinamente: Ad interim vendia livros.
ad internecionem lat Até o extermínio: Tito levou a guerra aos judeus ad internecionem.
ad intra lat Por dentro, interiormente: Ria, mas ad intra toda ela era revolta.
ad judicem dicere lat Falar ao juiz.
ad judicia lat Dir Para os juízos. Diz-se do mandato judicial outorgado ao advogado pelo mandante.
ad libitum lat Mús À vontade. 1 Indica que o trecho assinalado pode ser executado com movimento à escolha do intérprete. 2 No teatro indica falas que os atores podem improvisar em cena.
ad limina apostolorum lat Aos limiares dos apóstolos. Visita qüinqüenal feita a Roma pelos bispos residenciais, a fim de prestar contas ao papa do estado de suas dioceses.
ad litem lat Dir Para o litígio. Relativo ao processo em causa.
ad litteram lat Conforme a letra; ao pé da letra; literalmente.
ad majorem Dei gloriam lat Para maior glória de Deus. Lema da Companhia de Jesus, usado pelos jesuítas pelas iniciais A. M. D. G.
ad mensuram lat Dir Conforme a medida. Venda estipulada de acordo com o peso ou a medida.
ad modum lat Conforme a maneira, o uso: Celebrou-se a festa ad modum.
ad negotia lat Dir Para os negócios. Refere-se ao mandato outorgado para fins de negócio.
ad nutum lat Dir Segundo a vontade de; ao arbítrio de: Diz-se do ato que pode ser revogado pela só vontade de uma das partes; refere-se também à demissibilidade do funcionário que ocupa cargo de confiança.
ad patres lat Para os antepassados. Expressão bíblica usada para indicar a morte: Ir ad patres (morrer).
ad perpetuam rei memoriam lat Para lembrança perpétua da coisa. 1 Fórmula usada em bulas papais e em monumentos comemorativos. 2 Em jurisprudência designa a vistoria judicial realizada para resguardar ou conservar um direito a ser futuramente demonstrado nos autos da ação.
ad quem lat Dir Para quem. 1 Diz-se do juiz ou tribunal a que se recorre de sentença ou despacho de juiz inferior. 2 Dia marcado para a execução de uma obrigação.
ad referendum lat Para ser referendado. 1 Dir Diz-se do ato que depende de aprovação ou ratificação da autoridade ou poder competente. 2 Dipl Diz-se da negociação do agente diplomático, sujeita à aprovação de seu governo.
ad rem lat À coisa. 1 Dir Diz-se do direito ligado à coisa. 2 Log Argumento que atinge o âmago da questão; opõe-se ao argumento ad hominem.
ad retro lat Para trás. Dir Diz-se do pacto em que o vendedor tem o direito de reaver a coisa vendida, mediante a restituição do preço e despesas acessórias, dentro de prazo determinado.
ad solemnitatem lat Para a solenidade. Dir Diz-se do requisito da lei necessário para a forma essencial ou intrínseca do ato e sua validade, e não somente para a sua prova.
ad substantiam actus lat Dir Para a substância do ato. Diz-se do instrumento público, quando exigido como formalidade solene.
ad unguem lat À unha. Alusão ao brilho que se obtém passando a unha sobre uma superfície: Versos ad unguem, versos polidos. Saber algo ad unguem: sabê-lo à perfeição.
ad unum lat Até um só, até o último: Nas Termópilas, Leônidas e os seus fizeram-se matar ad unum.
ad usum lat Para o uso; conforme o uso: ad usum dos alunos. Celebrar uma festa ad usum.
ad usum delphini lat Para o uso do delfim. Designava as edições dos clássicos latinos, destinadas ao uso do delfim, filho de Luís XIV e ainda hoje se diz de qualquer edição expurgada.
ad valorem lat Segundo o valor. Dir Diz-se da tributação feita de acordo com o valor da mercadoria importada ou exportada, e não, conforme o seu peso, volume, espécie ou quantidade.
aequo animo lat Com ânimo igual; com serenidade e constância.
aequo pulsat pede lat Bate com pé igual. Expressão de Horácio, referindo-se à morte, que esmaga tanto os habitantes dos palácios como os das choupanas. (Odes, 1, 4-13).
aere perennius lat Mais durável que o bronze. Horácio falava de sua obra literária.
affaire fr Negócio. Designa negócio escuso ou caso escandaloso. Sf em francês.
a fortiori lat Com mais razão. Locução empregada para concluir do menos, para o mais evidente: se devo amar a inimigo, a fortiori amarei o meu amigo.
agenda lat Que deve ser feito.
age quod agis lat Faze o que fazes. Presta atenção no que fazes; concentra-te no teu trabalho.
Agnus Dei lat Cordeiro de Deus. 1 Jesus Cristo. 2 Invocação usada durante a missa depois da fração da hóstia e no final das ladainhas. 3 Pequeno relicário de cera do círio pascal e óleo bento, moldado com a imagem do cordeiro, que o papa benze no sábado santo. Atribuem-lhe os devotos a virtude de salvaguarda nos perigos, doenças e tempestades.
agrément fr Aprovação. Dir Consulta de governo a governo, a fim de saber se o agente diplomático, que pretende o consulente destinar para junto do consultado, convém a este.
aide mémoire fr Seleção ou resumo de uma obra destinada à fixação dos dados mais importantes.
à la carte fr Ao cardápio. Pratos não incluídos no cardápio de um restaurante.
à la diable fr ao diabo. Desordenadamente; atabalhoadamente.
a latere lat Ao lado. Diz-se de certos cardeais entre os mais cotados pelo papa, quando enviados em missões diplomáticas extraordinárias.
albo lapillo notare diem lat Marcar o dia com pedra branca. Ser feliz durante o dia.
alea jacta est lat A sorte foi lançada. Palavras atribuídas a César, quando passou o Rio Rubicão, contrariando as ordens do Senado Romano.
alibi lat Dir Em outro lugar. Meio de defesa pelo qual o acusado alega e prova que, no momento do delito, se encontrava em lugar diverso daquele onde o fato delituoso se verificou.
all right ingl Tudo bem; tudo certo.
alma mater ou alma parens lat Mãe nutriz; mãe bondosa. Em linguagem poética, a pátria ou a escola.
alpha et omega lat Alfa e ômega; primeira e última letras do alfabeto grego. No Apocalipse designa Cristo, princípio e fim de todas as criaturas.
alter ego lat Outro eu. Significa o amigo do peito, de confiança, para quem não há segredos.
amicum perdere est damnorum maximum lat Perder um amigo é o maior de todos os danos.
amicus certus in re incerta cernitur lat O amigo certo se manifesta na ocasião incerta.
amicus humani generis lat Amigo do gênero humano. Amigo de todos, ou seja, amigo de ninguém.
amicus Plato, sed magis amica veritas lat Platão é amigo, porém a verdade é mais amiga.
amor et tussis non celantur lat O amor e a tosse não se escondem.
amor vincit omnia lat O amor vence todas as coisas. Parte de um verso de Virgílio (Écloga X, 69).
anch’io son’ pittore ital Eu também sou pintor. Exclamação atribuída a Corrégio (1494-1534), ao contemplar um dos quadros de Rafael.
ancien régime fr Antigo regime. Locução com que, na França, se designa o governo existente antes da revolução de 1793.
animus abandonandi lat Dir Intenção de abandonar.
animus abutendi lat Dir Intenção de abusar.
animus furandi lat Dir Intenção de roubar.
animus laedendi lat Dir Intenção de prejudicar.
animus necandi lat Dir Intenção de matar.
a non domino lat Dir Por parte de quem não é dono. Diz-se da transferência de bens móveis ou imóveis, por quem não é seu legítimo dono.
Anschluss al Anexação. Nome por que é conhecido o golpe nazista contra a Áustria, quando em março de 1939, simulou um plebiscito pelo qual anexou aquele país à Alemanha. Tal fato precipitou o desencadeamento da Segunda Guerra Mundial.
ante litem lat Dir Antes do litígio. Antes de proposta a ação ou como ato preparatório para ela.
ante mortem lat Antes da morte.
à outrance fr Sem tréguas; até o fim; a ferro e fogo; a qualquer preço.
aperto libro lat De livro aberto. Em qualquer parte aberta do livro.
aplomb fr Aprumo; segurança; desenvoltura.
a posteriori lat A partir do que vem depois. Sistema de argumentação que parte do efeito para a causa. Opõe-se à argumentação a priori.
après moi le deluge fr Depois de mim o dilúvio. Frase de Luís XV, segundo alguns, de Mme. Pompadour, segundo outros, pela qual esses personagens manifestavam seu desprezo pela coisa pública. Esperavam que a queda da monarquia só viesse após sua morte.
a priori lat A partir do que vem antes. Prova fundada unicamente na razão, sem fundamento na experiência. Opõe-se a a posteriori.
à propos fr Por falar nisso; a propósito.
apud lat Junto a; em. Usada em bibliografia para indicação de fonte compulsada, nas citações indiretas.
apud acta lat Dir Nos autos; junto aos autos.
aquae potoribus lat Pelos bebedores de água. Palavras com que Horácio satirizava em uma de suas epístolas os poemas escritos pelos poetas sóbrios.
à quelque chose malheur est bon fr A desgraça serve para alguma coisa. Muitas vezes a infelicidade produz um resultado benéfico inesperado.
aquilae non gerunt columbas lat Águias não geram pombas. Segundo a ordem natural, os filhos herdam as qualidades e deficiências dos pais: tal pai, tal filho.
aquila non capit muscas lat A águia não apanha moscas. Uma pessoa de espírito superior não se preocupa com ninharias.
a quo lat Da parte de cá. 1 Na ignorância; sem entender, sem saber. 2 Dir Diz-se do dia a partir do qual se começa a contar um prazo. 3 Dir Diz-se do juiz de um tribunal de cuja decisão se recorre: Juiz a quo (opõe-se, neste caso, a ad quem, juiz, ou tribunal, para o qual se recorre). 4 Lóg Diz-se do termo ou princípio sobre que se fundamenta uma conclusão.
a ratione lat Pela razão. Pela imaginação, por conjetura, por hipótese; sem fundamento nos fatos reais.
arcades ambo lat Ambos são árcades. Virgílio nas éclogas se referia a dois pastores da Arcádia, lugar de onde se originavam bons cantores. Ironicamente se aplica a duas pessoas igualmente velhacas ou astutas.
arc-over ingl Astronáut. Mudança de direção de um míssil guiado, ou foguete, no seu impulso ascensional, para entrar em sua trajetória predeterminada.
arcus nimis intensus rumpitur lat O arco muito retesado parte-se. O rigor excessivo conduz a resultados desastrosos.
a remotis lat À parte; em particular, em afastamento.
argot fr Na França, linguagem usada pelos gatunos; gíria, calão.
argumentum ad crumenam lat Argumento da bolsa. Emprego do suborno, na falta de razões convincentes.
argumentum baculinum lat Argumento do porrete. Emprego da violência para a consecução de um objetivo.
arrière-pensée fr Pensamento dissimulado através de outro que se manifesta. Restrição mental.
ars gratia artis lat Arte pela arte.
ars longa, vita brevis lat A arte é longa e a vida é breve. Tradução latina do primeiro aforismo de Hipócrates.
a sacris lat Das coisas sagradas. Suspensão de exercício das ordens maiores imposta pela Igreja aos clérigos que cometeram faltas graves.
asinus asinum fricat lat Um burro coça outro burro. Diz-se de pessoas sem merecimento que se elogiam mutuamente e com exagero.
asperges lat Liturg 1 Antífona cantada ou recitada antes das missas dominicais, durante a aspersão e que começa pelas palavras: asperges me. 2 Aspersão com água benta durante a missa e em outras circunstâncias.
à tout seigneur tout honneur fr A cada senhor cada honra. Cada um deve ser homenageado de acordo com a dignidade, posição social etc.
attaché fr Adido (em diplomacia).
auctori incumbit onus probandi lat Dir Ao autor cabe o trabalho de provar. Quem acusa que prove.
audaces fortuna juvat lat A fortuna ajuda os audazes. O bom êxito depende de deliberações arriscadas.
audiatur et altera pars lat Dir Que a outra parte seja também ouvida. Para haver imparcialidade e justiça no julgamento, deve-se ouvir a defesa depois da acusação.
au jour le jour fr Dia a dia. 1 Viver de parcos recursos adquiridos diariamente. 2 Gastar todo o dinheiro ganho durante o dia sem pensar em economizar.
aunque la mona se vista de seda, mona se queda esp Mesmo vestida de seda, a macaca é sempre macaca. Os adornos não encobrem grandes defeitos.
aura popularis lat Brisa popular. Muito empregada nos clássicos latinos para significar a inconstância da opinião pública.
aurea mediocritas lat Mediocridade áurea. Horácio exalta, com esta expressão, a situação da classe média, nem rica nem pobre.
aures habent et non audiunt lat Têm ouvidos e não ouvem. Referência que o Salmo CXV faz aos ídolos, para depois concluir que aqueles que os fazem e os que neles confiam acabarão se assemelhando a eles.
au revoir fr Adeus; até a vista.
auri sacra fames lat Maldita fome de ouro. Expressão pela qual Virgílio condena a ambição desmedida.
auro suadente, nil potest oratio lat Se o ouro persuade, nada vale a palavra. A eloqüência é inútil diante dos interesses pecuniários.
aut Caesar, aut nihil lat Ou César, ou nada. Divisa ambiciosa de César Bórgia.
autem genuit lat Porém gerou. 1 Relação longa e fastidiosa. 2 Narração enfadonha.
à vaincre sans peril, on triomphe sans gloire fr Quando se vence sem perigo, triunfa-se sem glória. Verso de Corneille que condena o êxito fácil.
avant la lettre fr Antes da letra. Diz-se da gravura tirada antes da legenda; figuradamente, idéia pioneira.
avant-première fr Antes da primeira. Apresentação de filme ou peça teatral para público limitado, como críticos de arte, imprensa, autoridades etc. O neologismo pré-estréia foi lançado para substituir esta expressão.
ave Caesar, morituri te salutant lat Salve César, os que vão morrer te saúdam. Palavras dirigidas pelos gladiadores ao imperador, antes de entrarem em luta.
avis rara lat Ave rara. Para indicar a ausência de pessoa ou coisa que se tem em grande estima.
avoirdupois ingl Com Nome por que é conhecido o sistema de pesos e medidas, inglês e norte-americano.
à vol d’oiseau fr A vôo de pássaro. Pela rama; por alto.
baby ingl Bebê; criança de peito.
beati pauperes spiritu lat Bem-aventurados os pobres de espírito. Primeira das bem-aventuranças evangélicas citada por São Mateus no capítulo V, versículo 3, e que inicia o sermão da montanha. No contexto do Evangelho significa: Bem-aventurados os simples.
beati possidentes lat Felizes os que estão de posse. Locução celebrizada por Bismarck, que adotou a política do fato consumado como fonte de direito.
bella matribus detestata lat As guerras detestadas pelas mães. (Horácio, Odes, 11, 24-25).
benedicite lat Rel Catól Bendizei. Invocação ritual, antes das refeições, que começa por esta palavra. Usada principalmente em conventos, comunidades religiosas e colégios.
bis dat qui cito dat lat Dá duas vezes quem dá prontamente. Sêneca elogia a espontaneidade das dádivas.
bis de eadem re non sit actio lat Dir Não haja dupla ação sobre a mesma coisa. V litispendência.
bis repetita placent lat As coisas repetidas agradam. Horácio refere-se ao emprego de figuras literárias repetidas quando bem aplicadas.
bona fide lat De boa fé: Enganar-se, proceder bona fide.
bon mot fr Boa palavra; dito divertido.
bon ton fr Bons modos; boas maneiras.
bonum vinum laetificat cor hominis lat O bom vinho alegra o coração do homem. Modificação do texto do Eclesiástico XL, 20, cujas palavras são: Vinum et musica laetificant cor (o vinho e a música alegram o coração).
bout d’essai fr Ponta de experiência. Cinema. Pequena parte final do filme que o assistente operador corta e revela imediatamente para orientação da tomada da cena seguinte.
bye-bye ingl Adeus, adeusinho.
cadunt altis de montibus umbrae lat As sombras caem dos altos dos montes; anoitece.
caetera desiderantur lat Faltam outras coisas. Deseja-se o restante.
calomniez, il en reste toujours quelque chose fr Caluniai, (da calúnia) fica sempre alguma coisa. Palavras que Beaumarchais em O Barbeiro de Sevilha coloca nos lábios de Basílio, personagem hipócrita.
camelotts du roi fr Camelôs do rei. Apelido dado aos agressivos e extremados partidários da realeza, em França.
camelus cupiens cornua aures perdidit lat O camelo desejando ter chifres perdeu as orelhas. Aplica-se ao ambicioso frustrado.
capitis diminutio lat Dir Diminuição de capacidade. Empregada para designar a perda da autoridade.
cara deum soboles, magnum Jovis incrementum lat Geração querida dos deuses, nobre descendente de Júpiter. Anúncio que faz Virgílio (Écloga IV, 49) do nascimento de criança ilustre, hoje aplicado pelos bajuladores aos que nasceram em berço de ouro.
carpe diem lat Aproveita o dia. (Aviso para que não desperdicemos o tempo). Horácio dirigia este conselho aos epicuristas e gozadores.
carpent tua poma nepotes lat Os teus descendentes colherão os teus frutos. Não pensar unicamente em si e no presente pois o nosso trabalho aproveitará às gerações futuras (Virgílio, Écloga IX, 50).
castigat ridendo mores lat Corrige os costumes sorrindo. Princípio em que se fundamenta a comédia, criado por Jean de Santeuil.
casus belli lat Motivo de guerra. Incidente que pode levar duas ou mais nações a um conflito.
causa debendi lat Dir Causa da dívida. Base de um compromisso ou obrigação.
causa mortis lat Dir A causa da morte. 1 Diz-se da causa determinante da morte de alguém. 2 Imposto pago sobre a importância líquida da herança ou legado.
causa obligationis lat Dir Causa da obrigação. Fundamento jurídico de uma obrigação.
causa petendi lat Dir A causa de pedir. Fato que serve para fundamentar uma ação.
causa possessionis lat Dir Causa da posse. Fundamento jurídico da posse.
causa traditionis lat Dir Causa da entrega. Razão da tradição das coisas entre os interessados.
causa turpis lat Dir Causa torpe. Causa obrigacional ilícita ou desonesta.
caveant consules ne quid respublica detrimenti capiat lat Que os cônsules se acautelem a fim de que a república não sofra nenhum dano. Palavras de advertência com que o Senado Romano investia os cônsules de poderes ditatoriais, durante as crises políticas.
cave canem lat Cuidado com o cão. Era costume, outrora, pintar um cão junto à porta da casa com os dizeres cave canem, a fim de que ninguém ousasse entrar temerariamente.
cave illius semper qui tibi imposuit semel lat Acautela-te para sempre daquele que te enganou uma vez. Quem faz um cesto faz um cento.
cave ne cadas lat Cuidado, não caias. Advertência que fazia um escravo ao triunfador romano, para que ele não se deixasse possuir de orgulho excessivo.
cedant arma togae lat Cedam as armas à toga. Cícero recomenda que as forças armadas se sujeitem às autoridades civis.
celebret lat Certificado de bispo católico romano, ou superior religioso, testemunhando que o portador é sacerdote, e pedindo que lhe seja permitido dizer missa em outras dioceses além da sua.
Ce que femme veut Dieu le veut fr O que a mulher deseja Deus o quer. Provérbio pelo qual se exprime a influência irresistível da mulher.
C’est un droit qu’ à la porte on achète en entrant fr É um direito que se compra ao entrar pela porta. Boileau defende (Arte Poética, III, 150) o direito de o espectador manifestar seu desagrado no teatro.
chassez le naturel, il revient au galop fr Expulsai a natureza, ela volta a galope. Inúteis os esforços que violentam demasiadamente a índole do indivíduo (Destouches).
checking ingl Em Propaganda, departamento encarregado de controlar a exatidão com que os veículos inserem, transmitem ou expõem a publicidade autorizada.
cherchez la femme fr Procurai a mulher. Frase com que os criminalistas procuram demonstrar a presença da mulher nos crimes misteriosos.
cheto fuor, commodo dentro ital Quieto por fora, agitado por dentro. Provérbio aplicado ao relógio e às pessoas muito reservadas e impassíveis.
chi dura vince ital Quem persiste vence. Elogio da pertinácia na conquista de um ideal.
chi va piano va sano ital Quem anda devagar vai sem perigo.
chi va sano va lontano ital Quem vai com segurança vai longe.
citra petita lat Dir Aquém do pedido. Diz-se do julgamento incompleto, que não resolve todas as questões da lide.
civis sum romanus lat Sou cidadão romano. Aplica-se àqueles que se envaidecem da própria origem.
claudite jam rivos, pueri; sat prata biberunt lat Fechai agora os riachos, meninos; os prados beberam bastante. Basta, chega, acabemos com isto.
coeli enarrant gloriam Dei lat Os céus narram a glória de Deus. Locução do Salmo XIX, 1, em que o salmista descreve a grandeza de Deus pela magnificência de suas obras.
coelo tonantem credidimus Jovem lat Acreditamos em Júpiter quando ele troveja no céu. Frase de Horácio (Odes, III, 5, 1). Só nos lembramos de Deus quando nos sentimos ameaçados.
coemptio lat Sociol Forma de casamento praticada na antiga Roma, dispensando-se assistência sacerdotal e consistindo numa venda simbólica da noiva ao noivo.
cogito, ergo sum lat Penso, logo existo. Princípio desenvolvido por Renato Descartes (1596-1650) quando abandonou os princípios tradicionais da filosofia do magister dixit, ou escolástica, para fundar o sistema conhecido como cartesianismo.
comme il faut fr Como convém; como deve ser.
compelle intrare lat Obriga-os a entrar. Expressão de Cristo (São Lucas, XIV, 23) referindo-se aos convidados para o festim. Aplica-se à insistência de alguém em procurar fazer outrem aceitar algo cujo valor desconhece.
compos sui lat Senhor de si; sem se perturbar.
compurgatio lat Dir e Sociol Instituição jurídica de defesa, observada em sociedades mais simples, em que o réu procura obter absolvição, arrolando certo número de testemunhas, que juram pela sua inocência.
concedo lat Concedo, estou de acordo. Palavra usada em Lógica: Ele é ladrão, concedo, mas hábil político.
conditio juris lat Dir Condição de direito. Condição, circunstância ou formalidade indispensável para a validade de um ato jurídico.
conditio sine qua non lat Condição sem a qual não. Expressão empregada pelos teólogos para indicar circunstâncias absolutamente indispensáveis à validade ou existência de um sacramento, p. ex., a vontade expressa dos noivos para a validade do matrimônio.
confer lat Compara ou confere, palavra que comumente se abrevia Cf.
conscientia fraudis lat Dir Consciência da fraude.
conscientia sceleris lat Dir Consciência do crime.
consensus omnium lat Assentimento de todos; opinião generalizada.
consuetudo consuetudine vincitur lat Um costume é vencido por outro costume. Princípio de Tomás de Kempis segundo o qual os maus hábitos podem ser eficazmente combatidos por outros que lhes sejam contrários.
consuetudo est altera natura lat O hábito é uma segunda natureza. Aforismo de Aristóteles.
consummatum est lat Tudo está consumado. Últimas palavras de Jesus ao morrer na cruz (João, XIX, 30).
contraria contrariis curantur lat Os contrários curam. Princípio da medicina alopata, oposto ao da homeopatia: similia similibus curantur.
conventio est lex lat Ajuste é lei, o que foi tratado deve ser cumprido: Cumprirei a cláusula, pois conventio est lex.
coram populo lat Diante do povo. Em público (Horácio, Arte Poética, 185).
corpus alienum lat Dir Coisa estranha que não é objeto da lide.
corpus christi lat Corpo de Cristo. 1 A hóstia consagrada. 2 Festa litúrgica móvel, celebrada na quinta-feira depois do domingo da Santíssima Trindade. 3 A solenidade desta festa, também chamada Corpo de Deus.
corpus delicti lat Dir Corpo de delito. 1 Objeto, instrumento ou sinal que prove a existência do delito. 2 Ato judicial feito pelas autoridades a fim de provar a existência de um crime e descobrir os responsáveis por ele.
corpus juris canonici lat Código do Direito Canônico. Conjunto de leis eclesiásticas codificadas por São Pio X e promulgadas pelo Papa Bento XV em 1917. O Concílio Vaticano II encarregou uma comissão de reformá-lo.
corpus juris civilis lat Dir Corpo do Direito Civil. Denominação dada por Dionísio Godofredo ao conjunto das obras do Direito Romano formado pelas Institutas, Pandectas, Novellas e Código, organizado por ordem do imperador Justiniano.
coup de foudre fr Raio. Desgraça inesperada; amor à primeira vista.
coup de théatre fr Golpe teatral. Mudança repentina de situação, como no teatro.
credant posteri! lat Creiam os pósteros! Locução interjetiva empregada para afirmar um fato muito extraordinário.
credo Deum esse lat Creio que Deus existe.
credo quia absurdum lat Creio por ser absurdo. Expressão de Santo Agostinho para determinar o objeto material da fé constituído pelas verdades reveladas, que a razão humana não compreende.
cuilibet in arte sua perito est credendum lat Deve-se dar crédito a quem é perito em sua arte. Ouvir os especialistas na matéria.
cui prodest? lat Dir A quem aproveita? Os criminalistas colocam entre os prováveis criminosos as pessoas a quem o delito podia beneficiar.
cuique suum lat A cada um o que é seu. Aforismo do Direito Romano e da justiça distributiva em que se baseia a propriedade privada.
cuivis dolori remedium est patientia lat A paciência é remédio para cada dor. Sofre-se menos quando se aceita a dor com resignação.
cujus regio, ejus religio lat 1 De tal região, (segue) a sua religião. Exprime a tendência do homem de aceitar a religião predominante em seu país. 2 A quem governa o país compete impor a religião. Princípio consagrado pela Paz de Augsburgo (1555).
cum bona gratia dimittere aliquem lat Despedir alguém com bons modos. Ser educado até para com os importunos.
cum brutis non est luctandum lat Não se deve lutar com os brutos. Não disputar com ignorantes e insolentes.
cum grano salis lat Com um grão de sal. Isto é brincadeira; não é verdade.
cum laude lat Com louvor. Graduação de aprovação, em algumas universidades equivalente a bom.
cum quibus lat Com os quais. Dinheiro: não ter cum quibus; não ter dinheiro.
cum re presente deliberare lat Deliberar com a coisa presente. De acordo com as circunstâncias.
cuncta supercilio moventis lat Movendo todas as coisas com o supercílio. Expressão de Horácio (Odes, III, 1) referindo-se a Júpiter que move o Universo com um franzir de sobrancelhas.
currente calamo lat Ao correr da pena. Escrever currente calamo: escrever com rapidez, sem se preocupar com o estilo.
curriculum vitae lat Percurso da vida. Conjunto de dados que abrangem o estado civil, instrução, preparo profissional e cargos anteriormente ocupados, por quem se candidata a emprego.
da capo ital Do princípio. Mús Indica a repetição desde o início da peça.
dare nemo potest quod non habet, neque plus quam habet lat Ninguém pode dar o que não possui, nem mais do que possui.
data venia lat Dada a vênia. Expressão delicada e respeitosa com que se pede ao interlocutor permissão para discordar de seu ponto de vista. Usada em linguagem forense e em citações indiretas.
dat veniam corvis, vexat censura columbas lat Perdoa os corvos e mortifica pela censura as pombas. Sátira II de Juvenal que condena a injustiça.
de auditu lat Por ouvir dizer. Saber por ouvir; de oitiva.
debelatum est lat Terminou a guerra.
debemur morti nos nostraque lat Estamos destinados à morte, nós e nossos bens. Reflexão de Horácio na Arte Poética, sobre a transitoriedade da vida presente.
decipimur specie recti lat Enganamo-nos pela aparência do bem. Horácio referia-se aos poetas mas isso acontece com todos.
de coq-à-l’âne fr Do galo ao burro. Discurso sem nexo; passagem de um assunto a outro muito diferente; disparate.
decorum est pro patria mori lat É honroso morrer pela pátria.
de cujus lat Dir De quem. Primeiras palavras da locução de cujus sucessione agitur (de cuja sucessão se trata) Refere-se à pessoa falecida, cuja sucessão se acha aberta.
de facto lat Dir De fato. Diz-se das circunstâncias ou provas materiais que têm existência objetiva ou real. Opõe-se a de jure.
de fond en comble fr De baixo para cima; inteiramente.
de gustibus et coloribus non est disputandum lat Não se deve discutir sobre gostos e cores. Cada qual tem suas preferências. (Provérbio medieval).
de jure lat Dir De direito. Opõe-se a de facto.
de jure constituendo lat Dir Do direito de constituir. Diz-se de matérias ou situações jurídicas não previstas nas leis, mas que poderão ou deverão, no futuro, tornar-se normas do direito objetivo.
de jure et de facto lat Dir De direito e de fato.
de lana caprina lat Sobre a lã de cabra. Assim chama Horácio as discussões ociosas.
del-credere ital Dir 1 Cláusula pela qual, no contrato de comissão, o comissário, sujeitando-se a todos os riscos, se obriga a pagar integralmente ao comitente as mercadorias que este lhe consigna para serem vendidas. 2 Prêmio ou comissão paga ao comissário, por essa garantia.
deleatur lat Apague-se, inutilize-se. Nome que tem (ou tinha) o sinal de correção nas provas tipográficas, pelo qual se mandava tirar letras ou palavras. Tem a forma de um delta (d em grego) minúsculo.
de lege ferenda lat Dir Da lei a ser criada. V de jure constituendo.
delenda Carthago lat Cartago deve ser destruída. Palavras de Catão, o Antigo, com que terminava seus discursos. Cita-se esta locução a propósito de uma idéia fixa, perseguida com tenacidade.
delivery order ingl Dir Ordem de entrega. Título à ordem, que faculta ao capitão do navio a entrega ao seu portador, de uma parte ou o total das mercadorias embarcadas, e constantes de determinado conhecimento, do qual é considerado fração.
de minimis non curat praetor lat O pretor não cuida de coisas pequenas. Cita-se para significar que pessoas de certa categoria não podem preocupar-se com pequenos detalhes.
dente lupus, cornu taurus petit lat O lobo ataca com os dentes e o touro com os chifres. Cada qual se defende com as armas de que dispõe.
dente superbo lat Com dente soberbo. Horácio descreve nesta expressão o desdém com que o rato da cidade roía os alimentos do rato do campo.
dentibus albis lat Com dentes brancos. Norma apresentada por Horácio aos críticos, que podem criticar, mas amavelmente, sem ofender ao criticado.
Deo favente lat Com o favor de Deus: Unir-se-ão em matrimônio, Deo favente, a senhorinha…
Deo gratias lat Demos graças a Deus. Expressão empregada na missa, após a epístola e ao final da própria missa. É também empregada quando se quer expressar o contentamento por haver terminado um trabalho cansativo ou fastidioso.
Deo ignoto lat Ao Deus desconhecido. Legenda encontrada por São Paulo num altar de Atenas e de que se serviu para falar de Cristo aos atenienses (Atos, XVII, 23 e seguintes).
Deo juvante lat Se Deus ajudar; se Deus quiser.
de omni re scibili et quibusdam aliis lat De tudo o que se pode saber e mais alguma coisa. A primeira parte desta locução é atribuída a Pico della Mirandola que pretendia discutir qualquer assunto com qualquer pessoa. A segunda foi ironicamente acrescentada por Voltaire. Aplica-se àqueles que se jactam de sábios, quando na realidade nada sabem.
de ore tuo te judico lat Julgo-te pela tua boca. Pelas tuas palavras sei quem tu és.
Deo volente lat Se Deus quiser: Aprenderei hebraico e sânscrito, Deo volente.
de pane lucrando lat Para ganhar o pão. Diz-se de obras literárias feitas rapidamente, com fins lucrativos.
de plano lat Calculadamente; premeditadamente.
de profundis lat Das profundezas. Palavras iniciais da versão latina do Salmo 130, recitado nas cerimônias fúnebres e no ofício dos mortos.
descente de lit fr Descida do leito. Tapete estreito que se coloca ao lado da cama.
desiderandum lat Que se deve desejar. Pl: desideranda.
desideratum lat O que se deseja. Pl: desiderata.
desinit in piscem lat Termina em peixe. Alusão de Horácio às obras de arte sem unidade, que ele compara a um belo busto de mulher terminado em cauda de peixe. (Arte Poética, 4).
desipere in loco lat Enlouquece-te de vez em quando. Conselho de Horácio a Virgílio (Ode IV, 12, 28) para que misture um pouco de loucura à prudência que caracteriza suas obras.
dessu de porte fr Acima da porta. Diz-se da decoração pintada ou esculpida sobre a porta.
de stercore Ennii lat Do esterco de Ênio. Expressão de Virgílio a fim de justificar-se de ter aproveitado os melhores versos da obra de Ênio (239-169 a.C.).
de te fabula narratur lat A fábula fala de ti. Horácio, depois de descrever a hediondez do avarento (Sátiras 1, 1-69), dirige-se ao interlocutor imaginário. Emprega-se para chamar à realidade uma pessoa indiferente a alusões sarcásticas.
deus ex machina lat Um deus por meio de uma máquina. Expediente da tragédia grega (e romana) para solucionar casos complicados, o qual fazia de súbito aparecer um deus para explicar como se devia proceder naquele embaraço. Emprega-se a locução para designar um fim forçado: Quando o autor não sabe resolver a situação que criou, interpõe um deus ex machina.
Deus nobis haec otia fecit lat Deus nos concedeu esse descanso. Palavras com que Virgílio nas Éclogas agradece a Augusto. São quase sempre empregadas satiricamente.
Deus super omnia lat Deus acima de tudo. Mostra o poder da Divina Providência nos acontecimentos humanos.
de verbo ad verbum lat Palavra por palavra. Literalmente. Aplica-se às transcrições de escrituras e outros documentos.
de viris illustribus lat Sobre os cidadãos ilustres. Título da história da fundação de Roma, escrita por Suetônio e adotada no estudo do latim no primeiro ciclo.
de visu lat Dir De vista. Diz-se da pessoa que presenciou o fato, chamada, por isso, testemunha de visu.
de visu et auditu lat Dir De vista e ouvido. Testemunha ao mesmo tempo ocular e auricular.
diem perdidi lat Perdi o dia. Palavra de Tito, segundo Suetônio, quando não praticava alguma boa ação durante o dia.
dies lat O dia. Usado em linguagem jurídica.
dies irae lat Dia da ira. Primeiras palavras da célebre seqüência medieval que descreve os horrores do juízo universal. É recitada nas encomendações e em algumas missas de réquiem. Expressão usual entre estudantes para designar os dias de exames.
dies fastus lat Antig rom 1 Dia no qual a lei religiosa permitia atividades seculares ou dia auspicioso para tais atividades. 2 Qualquer um dos quarenta dias de cada ano nos quais os pretores da República Romana podiam exercer seus poderes gerais jurídicos. Pl: dies fasti.
dies nefastus lat Antig rom 1 Dia no qual eram proibidas atividades seculares. 2 Dia no qual os tribunais eram fechados e era ilegal (para os pretores, por ex.), despachar assuntos públicos judiciais. Pl: dies nefasti.
Dieu et mon droit fr Deus e meu direito. Divisa da família real inglesa.
difficiles nugae lat Bagatelas difíceis. Alusão de Marcial em seus epigramas às pessoas que aplicam a inteligência em coisas insignificantes.
dignus est intrare lat É digno de entrar. Expressão burlesca da peça “Doente Imaginário”, de Molière. Emprega-se na admissão de alguém em uma corporação ou sociedade, sempre em sentido jocoso.
di meliora lat Que os deuses (nos dêem) coisas melhores. Expressão de Virgílio nas Geórgicas, ao terminar uma descrição de epidemia de peste.
dimidium facti, qui bene coepit, habet lat Andou meio caminho, quem começou bem.
dir l’orazione della bertuccia ital Fazer oração de macaco. Pronunciar palavras ininteligíveis.
dis aliter visum lat Aos deuses aprouve de outra maneira. Reflexão resignada de Virgílio, referindo-se à ruína de Tróia.
disciplina, pauperibus divitiae, divitibus ornamentum, senibus oblectamentum lat O ensino é riqueza para os pobres, adorno para os ricos e distração para os velhos.
disjecti membra poetae lat Os membros dispersos do poeta. Refere-se Horácio à dificuldade em transformar versos em boa prosa.
dis-moi ce que tu manges, je te dirai qui tu es fr Conta-me o que comes, dir-te-ei quem és. Pretende o gastrônomo Brillat-Savarin que o caráter e inteligência de uma pessoa se revelam na escolha que ela faz dos alimentos.
displicuit nasus tuus lat Teu nariz desagradou. Juvenal explica com este dístico certas perseguições sem motivo justificável.
distinguo lat Distingo, palavra usada na filosofia escolástica, nos argumentos.
divide et impera lat Divide e impera, divisa política dos romanos. Variantes: divide ut imperes e divide ut regnes, divide para que possas reinar.
docendo discimus lat Aprendemos ensinando.
docendo discitur lat Aprende-se ensinando.
doctor in utroque lat Doutor em um e outro (direito). Empregada para designar a pessoa laureada em Direito Civil e Direito Canônico.
doctus cum libro lat Sábio com livro. Diz-se dos que ostentam ciência livresca por serem incapazes de raciocinar.
dolce far niente ital Doce ociosidade.
Dominus dedit, Dominus abstulit, sit nomen Domini benedictum lat O Senhor deu, o Senhor tirou, bendito seja o nome do Senhor. Palavras de Jó, quando atingido pela perda de todos os seus bens. São citadas para lembrar, nos infortúnios, a resignação cristã.
Dominus mihi adjutor lat O Senhor é meu auxílio. Palavras do versículo 7 do Salmo 118, que servem de divisa à Dinamarca.
Dominus tecum lat O Senhor esteja contigo. Saudação dirigida antigamente a quem espirrava, hoje substituída por saúde ou por Deus te ajude, empregadas principalmente no Interior.
Dominus vobiscum lat O Senhor esteja convosco. Saudação litúrgica, freqüentemente usada na missa, no ofício divino e no ritual católico romano.
donec eris felix, multos numerabis amicos lat Enquanto fores feliz, terás muitos amigos. Verso de Ovídio em que o poeta lamenta a perda dos amigos quando caiu na desgraça de Augusto (Tristes, 1, 1-39).
do ut des lat Dir Dou para que tu dês. Norma de contrato oneroso bilateral.
do ut facias lat Dir Dou para que faças. Norma admitida em contrato bilateral, em que uma das partes oferece dinheiro pela prestação de serviços da outra.
dubitando ad veritatem pervenimus lat Duvidando chegamos à verdade. Frase de Cícero que inspirou a Descartes a doutrina sobre a dúvida.
dulce et decorum est pro patria mori lat É belo e nobre morrer pela pátria. Verso de Horácio em que aconselha os jovens a imitar os antepassados.
dulces moriens reminiscitur Argos lat Morrendo relembra a doce Argos. Virgílio refere-se a Ântor que acompanhou Enéias à Itália, onde morreu.
dulcia linquimus arva lat Deixamos os campos queridos. Melibeu, personagem de Virgílio, lamenta a vida no exílio (Écloga, 1, 3).
dura lex sed lex lat A lei é dura, mas é a lei. Apesar de exigir sacrifícios, a lei deve ser cumprida.
Ecce Agnus Dei lat Eis o Cordeiro de Deus. Palavras de João Batista (Evangelho segundo João, 1.29) dirigidas ao povo quando Jesus veio à margem do Jordão para ser batizado. Usadas pelo sacerdote ao apresentar aos fiéis a hóstia consagrada, antes de distribuí-la.
Ecce Homo lat Eis aqui o homem. Palavras de Pilatos, dirigidas ao povo judeu, enquanto Ihe apresentava Jesus, já coroado de espinhos, tendo nas mãos uma cana e nos ombros um farrapo de púrpura.
ecce iterum Crispinus lat Eis aqui novamente o Crispim. Frase de Juvenal, falando de um importuno.
editio princeps lat Edição principal. Expressão empregada para designar a primeira edição de uma obra.
ego sum qui sum lat Eu sou quem sou. Palavras de Deus a Moisés (Êxodo III, 14), quando o enviou para libertar o povo de Israel no Egito.
eheu! fugaces labuntur anni lat Ai de nós! os anos correm céleres. Expressão amargurada do poeta Horácio sobre a brevidade da vida.
eheu! nullum infortunium venit solum lat Ai de nós! nenhum infortúnio vem desacompanhado. Locução que serve de lema aos pessimistas.
ejusdem farinae lat Da mesma farinha. Expressão usada para englobar duas ou mais pessoas como portadoras dos mesmos defeitos.
ejusdem furfuris lat Do mesmo farelo. V ejusdem farinae.
Eli, Eli, lamma sabachtani hebr Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste? Frase citada entre as últimas pronunciadas por Jesus na cruz. As três primeiras palavras são hebraicas e a última é aramaica.
emunctae naris lat De nariz limpo. Expressão de Horácio (Sátiras, I, 4-8). Indica pessoa consciente, que sabe o que quer.
enfant gaté fr Criança mimada. Emprega-se para designar pessoa muito prestigiada pelos superiores e que se prevalece disso tornando-se negligente.
enfant prodige fr Criança prodígio. Emprega-se para designar a precocidade infantil em qualquer ramo de atividade.
enfant terrible fr Criança terrível. Criança mal-educada, que causa sérios embaraços aos pais.
enfin Malherbe vint fr Finalmente chegou Malherbe. Frase com que Boileau destaca o papel de Malherbe na poesia francesa.
ense et aratro lat Com a espada e o arado. Designa o cidadão que serve a pátria durante a guerra e cultiva o solo durante a paz.
entente cordiale fr Aliança expressa ou pacto de solidariedade e comunhão de interesses econômicos, políticos ou militares entre duas ou mais nações.
en toute chose il faut considérer la fin fr Em tudo se deve considerar o fim. Moral da fábula de La Fontaine, A Raposa e o Bode.
Epicuri de grege porcum lat Porco do rebanho de Epicuro. Epigrama de Horácio, que assim se classificava, escarnecendo da moral rígida pregada pelos estóicos. Designa hoje o materialista gozador da vida.
e pur, si muove ital Entretanto ela (a Terra) se move. Palavras de Galileu quando foi obrigado a retratar-se perante a Inquisição, por ter descoberto o movimento da Terra, considerado como heresia por aquele tribunal.
erga omnes lat Dir Para com todos. Diz-se de ato, lei ou dispositivo que obriga a todos.
eripuit coelo fulmen sceptrumque tyrannis lat Tirou o raio ao céu e o cetro aos tiranos. Inscrição do pedestal do monumento de Franklin, que alude à descoberta do pára-raios e ao espírito democrático com que militou na política.
eritis sicut dii lat Sereis como deuses. Palavras que a serpente dirigiu a Eva no paraíso, a fim de induzi-la a comer o fruto da árvore da ciência do bem e do mal (Gên. III, 5).
errare humanum est lat Errar é humano. Desculpa que se apresenta a fim de atenuar um erro ou engano.
error in objecto lat Dir Erro quanto ao objeto. V aberratio ictus.
error in persona lat Dir Erro quanto à pessoa. V aberratio delicti.
erunt duo in carne una lat Serão dois em uma só carne. Expressão bíblica usada na cerimônia do matrimônio para encarecer a união que deve reinar entre os esposos (Gên. II, 24; Mat. XIX, 5).
e sempre bene ital E sempre bem. Locução que traduz o otimismo dos peninsulares.
est modus in rebus lat Há um limite nas coisas. Frase com que Horácio aconselha a moderação em tudo.
esto brevis et placebis lat Sê breve e agradarás. Conselho escolástico aplicado à eloqüência.
et campos ubi Troja fuit lat E os campos onde existiu Tróia. Hemistíquio virgiliano, que se refere ao abandono de Tróia incendiada quando Enéias e seus companheiros a abandonaram.
et caetera lat E outras coisas. Expressão que se coloca abreviadamente (etc.) no fim de uma enumeração que se poderia alongar.
etiam periere ruinas lat Até as ruínas pereceram. Frase de Lucano descrevendo a visita de César às ruínas de Tróia onde não existiam mais vestígios da famosa cidade.
etiamsi omnes, ego non lat Ainda que todos, eu não. Palavra de São Pedro a Jesus (Mt. XXVI, 35), jurando-lhe fidelidade no Jardim das Oliveiras.
et la grace plus belle encore que la beauté fr É a graça ainda mais bela que a beleza. Verso de La Fontaine no poema Adônis, onde elogia aqueles que suprem a ausência de beleza pelas boas maneiras.
et monté sur le faite, il aspire à descendre fr E, chegado ao apogeu, ele deseja descer. Verso em que Corneille descreve o fastio daqueles que subiram rapidamente.
et nunc reges intelligite; erudimini qui judicatis terram lat E agora compreendei, ó reis; instruí-vos, vós que governais a Terra. Palavras do Salmo II, versículo 10, citadas para ensinar que devemos aproveitar da experiência alheia.
et par droit de conquête et par droit de naissence fr Por direito de conquista e por direito de nascimento. Verso em que Voltaire defende Henrique IV, que, apesar de ter direito a suceder, foi obrigado a conquistar o trono da França pelas armas.
et quasi cursores, vitae lampada tradunt lat Como corredores, eles transmitem o facho da vida. Lucrécio compara a transmissão da vida humana ao jogo em que os atletas passam o facho ao seguinte, depois de correrem. O homem percorre a vida, transmite-a a seus filhos e mergulha na morte.
et reliqua lat E o restante. O mesmo que et caetera.
e tutti quanti ital E todos os demais. Serve para encerrar uma enumeração.
ex abrupto lat De repente; inopinadamente.
ex abundantia lat Com abundância, em grande quantidade.
ex abundantia cordis lat Da abundância do coração. Com sinceridade.
ex adverso lat Dir Do lado contrário. Refere-se ao advogado da parte contrária.
ex aequo lat Dir Segundo a eqüidade.
ex animo dicere lat Dizer com sinceridade.
ex auctoritate legis lat Pela força da lei.
ex auctoritate propria lat Pela sua própria autoridade; sem delegação.
ex cathedra lat Da cadeira. (Cadeira de São Pedro, símbolo da autoridade do papa. Quando o papa fala ex cathedra ensina como chefe da Igreja e continuador da missão apostólica. Por extensão, exprimir-se dogmaticamente, sem admitir objeções aos seus conceitos).
ex causa lat Dir Pela causa. Diz-se das custas pagas pela parte que requer ou promove certo ato incontrovertível que somente a ela interessa ou aproveita.
exceptio firmat regulam lat A exceção confirma a regra.
exceptis excipiendis lat Exceto o que se deve excetuar.
ex corde lat De coração. Expressão empregada no fecho de cartas dirigidas a pessoas íntimas.
excusez du peu fr Desculpe o pouco. Frase irônica, com que se insiste sobre o preço excessivo de alguma coisa.
ex digito gigas lat Pelo dedo (se conhece) o gigante. A pessoa superior se manifesta nas menores ações.
ex dono lat Por doação. Expressão empregada em obras de coleção, que foram doadas por alguém.
exegi monumentum aere perennius lat Erigi um monumento mais perene que o bronze. Verso da Ode III de Horácio, referindo-se à própria obra literária.
exempli gratia lat Por exemplo. Geralmente empregada abreviadamente: e. g.
exequatur lat Execute-se. Dir 1 Autorização dada por chefe de Estado para que um cônsul estrangeiro possa exercer suas funções no país. 2 Decisão de se cumprir no país uma sentença de justiça estrangeira. 3 Fórmula que autoriza a execução de sentença pronunciada por árbitros.
ex expositis lat Do que ficou exposto: Portanto, ex expositis, nada lhe resta.
ex improviso lat De improviso.
ex informata conscientia lat Sem ouvir o réu ou acusado ou o condenado. Literalmente significa: com a consciência informada, isto é, já com julgamento de antemão formado: Condenar alguém ex informata conscientia.
ex itinere lat Do caminho.
ex lege lat Por força da lei: Foi nomeado ex lege.
ex libris lat Dos livros de. Fórmula que antecede o nome da pessoa ou entidade a que pertence o livro com essa inscrição.
ex nihilo nihil lat Do nada, nada. Coisa alguma pode ser criada do nada. Aforismo tirado de um verso de Pérsio, erigido em princípio filosófico por Lucrécio e outros epicuristas.
ex officio lat Por obrigação, por dever do cargo. Dir Diz-se do ato realizado sem provocação das partes.
ex ore parvulorum veritas lat A verdade (está) na boca das crianças. As crianças não mentem.
exoriare aliquis nostris ex ossibus ultor lat Que algum vingador nasça de nossos ossos. Imprecação de Dido moribunda, citada por Virgílio (Eneida, VI, 625).
expende Annibalem lat Pesa Aníbal. Reflexão de Juvenal sobre a fragilidade da glória humana, como se perguntasse: que resta do grande guerreiro?
experto crede Roberto lat Crede no esperto Roberto. Antonius Arena coloca esta frase na boca do próprio Roberto, que faz a promoção de sua capacidade.
explicit lat Acabou, terminou. Indica o fim de uma obra que, em geral, começava com a palavra incipit; daí a expressão: Do incipit ao explicit, do começo ao fim.
ex positis lat Das coisas estabelecidas, assentado: Ex positis, a sociedade está desfeita.
ex professo lat Do proferido. Como profundo conhecedor; magistralmente.
ex proprio jure lat Por direito próprio.
ex toto corde lat De todo o coração. Empregada no final das cartas.
extra petita lat Dir Além do pedido. Diz-se do julgamento proferido em desacordo com o pedido ou natureza da causa.
ex tunc lat Dir Desde então. Com efeito retroativo.
ex ungue leonem lat Pela garra (se conhece) o leão. Das mãos de um grande mestre só podem sair obras importantes.
ex vi lat Por força. Por determinação de; em virtude de.
ex vi legis lat Dir Por força da lei. Em virtude da lei.
ex voto lat Por voto. Imagem, quadro ou outro objeto que se coloca nos altares, em agradecimento a Deus ou a um santo por uma graça conseguida.
facio ut des lat Dir Faço para que dês. Norma de contrato bilateral.
facio ut facias lat Dir Faço para que faças. Contrato em que o pagamento de um serviço é pago com a prestação de outro serviço.
facit indignatio versum lat A indignação faz o verso. Segundo Juvenal, a ira serve, às vezes, para inspirar os poetas.
factum principis lat Fato do príncipe. Dir Em direito trabalhista, cessação do trabalho por imposição da autoridade pública, sem culpa do empregador, ficando o governo responsável pela indenização devida ao empregado (CLT, art. 486).
fair play ingl Jogo correto. Lealdade no modo de agir.
fama volat lat A fama voa; a notícia se espalha rapidamente. (Virgílio, Eneida III, 121).
fatta legge, pensata la malizia ital Feita a lei, pensada a malícia. Muitos burlam a lei interpretando a seu modo a intenção do legislador.
fatuus fatuum invenit lat Um tolo encontra outro tolo.
favete linguis lat Favorecei com as línguas. Calai-vos. Expressão usada nos espetáculos e reuniões.
feci quod potui, faciant meliora potentes lat Fiz o que pude, façam melhor os que puderem.
felix culpa lat Feliz culpa. Expressão de Santo Agostinho referindo-se ao pecado de Adão, que nos mereceu tão grande redentor.
felix qui potuit rerum cognoscere causas lat Feliz o que pode conhecer as causas das coisas. Elogio de Virgílio àqueles que pesquisam os fenômenos da natureza.
fervet opus lat Ferve o trabalho. Expressão virgiliana para descrever a atividade das abelhas no cortiço.
festina lente lat Apressa-te devagar. Frase atribuída a Augusto, que quer dizer que o trabalho executado devagar é melhor do que quando feito apressadamente.
fête galante fr Festa galante. Pintura de cenas de reuniões ao ar livre que teve origem na França, no século XVII.
fiat lux lat Faça-se a luz. Palavras pelas quais, segundo o Gênesis, 1, 3, Deus criou a luz.
fiat voluntas tua lat Seja feita a tua vontade. Palavras duas vezes pronunciadas por Cristo, quando ensinou aos apóstolos a oração dominical (Mt. VI, 10) e quando no Jardim das Oliveiras (Mt. XXVI, 42). São usadas para demonstrar submissão em coisas que repugnam ou contrariam.
fin de siècle fr Fim de século. Designa coisa ou acontecimento tão raro que não se repete no mesmo século.
finis coronat opus lat O fim coroa a obra. A obra está completa, de acordo com o seu planejamento.
firmum in vita nihil lat Nada (é) firme na vida. Tudo é inconstante, transitório.
five o’clock tea ingl Chá das cinco horas. Tradicional costume inglês de tomar leve refeição às cinco horas, na qual é sempre servido o chá.
flagrante delicto lat Dir Ao consumar o delito. Diz-se do momento exato em que o indivíduo é surpreendido a perpetrar o ato criminoso, ou enquanto foge, após interrompê-lo ou consumá-lo, perseguido pelo clamor público.
fluctuat nec mergitur lat Flutua, não se submerge. Divisa da cidade de Paris, que tem um navio como emblema.
foenum habet in cornu lat Tem feno no chifre. Refere-se Horácio aos críticos que investem como bois contra os literatos mas não lhes causam dano, pois suas armas estão inutilizadas como as dos bois bravos cujos cornos eram cobertos com feno.
fontes aquarum lat As fontes das águas. Expressão bíblica. Empregada contra os maus poetas que se servem do dicionário de rimas.
Foreign Office ingl Designa o Ministério das Relações Exteriores, da Inglaterra.
for ever! ingl Para sempre! Locução muito usada nas campanhas eleitorais da Inglaterra e Estados Unidos.
forget-me not ingl Não te esqueças de mim. Nome dado pelos ingleses ao miosótis.
forsan et haec olim meminisse juvabit lat Talvez algum dia nos seja agradável recordar estas coisas. Enéias procura confortar os companheiros de infortúnio (Eneida, 1, 203).
four in hand ingl Quatro em mãos. Parelha de quatro cavalos. Fig Abastança, vida luxuosa.
F. S. et S. lat Fez para si e para os seus. Inscrição que se encontra em muitos monumentos da Antiguidade que eram de uso particular.
fuero juzgo esp Compilação da lei visigótica, primeiro código espanhol, que vigorou em Portugal até 1446.
fugit irreparabile tempus lat Foge o tempo irreparável. Virgílio lembra-nos que o tempo passa rapidamente e que não devemos desperdiçá-lo.
full time ingl Tempo integral. Trabalho nos dois períodos.
genus irritabile vatum lat Raça irritadiça dos poetas. É como Horácio traduz a idéia de que poetas e escritores são temperamentais.
Gloria Patri lat Glória ao Pai. Rel Palavras iniciais do versículo que se canta ou reza no fim dos salmos e de outras orações da Igreja.
gloriae et virtutis invidia est comes lat A inveja é a companheira da glória e da virtude. A inveja procura destruir a virtude e o mérito alheio.
God save the king ou the queen ingl Deus salve o rei (ou) a rainha. Frase inicial do hino nacional inglês.
gold point ingl Ponto de ouro. Situação cambial equilibrada nos países de moeda-ouro.
Graecum est, non legitur lat É grego, não se lê. Axioma medieval que mostra o desprestígio do grego entre os eruditos.
grammatici certant lat Os gramáticos discutem. Empregada para significar que uma questão não se resolverá facilmente.
grande mortalis aevi spatium lat Grande espaço da vida de um mortal. Assim descreve Tácito os quinze anos em que reinou Domiciano.
grand-prix fr Grande prêmio. Diz-se do maior prêmio concedido em exposições, concursos, corridas etc.
gratia argumentandi lat Pelo prazer de argumentar. Emprega-se quando se quer usar um argumento do adversário considerado inconsistente.
gratis pro Deo lat De graça, para Deus. Sem remuneração.
gravis testis lat Testemunha grave. Testemunha digna; testemunha de peso.
graviter facere lat Agir com prudência, com moderação, com gravidade.
grosso modo lat De modo geral. Por alto, sem penetrar no âmago da questão.
gutta cavat lapidem lat A gota de água cava a pedra. Traduz a idéia do provérbio: Água mole em pedra dura tanto dá até que fura.
habeas corpus lat Dir Que tenhas o corpo. Meio extraordinário de garantir e proteger com presteza todo aquele que sofre violência ou ameaça de constrangimento ilegal na sua liberdade de locomoção, por parte de qualquer autoridade legítima.
habemus confitentem reum lat Temos o réu que se confessa. Frase da oração em que Cícero defende Ligário, partidário de Pompeu.
habent sua fata libelli lat Os livros têm o seu destino. Aforismo de Terenciano Mauro, cuja obra permaneceu obscura durante muito tempo.
happy end ingl Fim feliz. Indica o desfecho feliz nas peças teatrais e cinematográficas.
hasta la vista esp Até a vista.
hic et nunc lat Aqui e agora. Imediatamente; neste instante.
high fidelity ingl Alta fidelidade. Alta qualidade, grande pureza de som obtida nos aparelhos eletrônicos.
hic jacet lat Aqui jaz. Expressão consagrada nas inscrições de lápides mortuárias.
hic jacet lepus lat Aqui está a lebre; esta é a dificuldade.
hoc caverat mens provida Reguli lat A mente previdente de Régulo previra isto. Aplica-se nos casos em que alguém diz ter previsto um acontecimento depois dele realizado.
hoc erat in votis lat Isto estava nos votos. Aplica-se quando se obtém algo muito desejado.
hoc opus, hic labor est lat Aí é que está a dificuldade. Sentença de Virgílio que se aplica no sentido literal.
hoc volo, sic jubeo; sit pro ratione voluntas lat Quero isto, ordeno isto, que a vontade sirva de razão. Frase de Juvenal que condena a arbitrariedade.
hodie mihi, cras tibi lat Hoje para mim, amanhã para ti. Usada nas inscrições tumulares e quando se deseja o mesmo mal a quem o causou.
home fleet ingl Esquadra da casa. Nome que se dá à Armada Inglesa, referindo à parte dela que permanece na Grã-Bretanha.
Home-Office ingl Ministro do Interior, da Inglaterra.
home rule ingl Governo próprio. Designa a autonomia moderada concedida pela Inglaterra aos territórios da Comunidade Britânica.
home-ruler ingl Partidário da home rule.
homo faber lat O homem artífice. Locução empregada por Henri Bergson para designar o homem primitivo ante a necessidade de forjar ele próprio os utensílios indispensáveis à manutenção da vida.
homo homini lupus lat O homem é lobo para o homem. Pensamento de Plauto, aceito por alguns e praticado por muitos.
Homo sapiens lat O homem sábio. 1 Nome da espécie homem na nomenclatura de Lineu. 2 Expressão usada por Henri Bergson para indicar o homem, único animal inteligente em face aos demais.
homo sum et nihil humani a me alienum lat Sou homem e nada do que é humano me é estranho. Terêncio advoga a solidariedade humana.
honnesty is the best policy ingl A honradez é a melhor política. Exprime o ideal da administração britânica.
honni soit qui mal y pense fr Envergonhe-se quem pensar mal disto. Divisa da ordem da jarreteira na Inglaterra.
honoris causa lat Por causa da honra. Título honorífico concedido a pessoas ilustres.
honos alit artes lat A honra alimenta as artes. Máxima de Cícero que explica a necessidade de aplausos como incentivo aos artistas.
horresco referens lat Tremo ao referir. Palavras de Enéias ao narrar o episódio da morte de Laocoonte.
horribile dictu lat Horrível de se dizer. Locução interjetiva.
hors ligne fr Fora da linha; bem acima do normal.
hospes hostis lat Estrangeiro, inimigo. Máxima antiga que traduz o sentimento de desconfiança e hostilidade para com os estrangeiros.
idem per idem lat O mesmo pelo mesmo. Argumento vicioso, também chamado petição de princípio.
ignoti nulla cupido lat Ao ignorante nenhum desejo. Pensamento de Ovídio equivalente a: Não se deseja aquilo que não se conhece.
il est avec le ciel des accommodements fr Com o céu pode-se arranjar. Tartufo, personagem de Molière, julga poder acomodar-se mesmo com aqueles que primam pelo rigor.
ils sont trop verts fr Estão muito verdes. Palavras da fábula “A Raposa e as Uvas”, de la Fontaine. A frustração nos leva a fingir desprezo pelo que mais ambicionamos.
impavidum ferient ruinae lat As ruínas ferirão o destemido. Horácio celebra a bravura e intrepidez do homem justo (Odes, III, 3 e 8).
imperium in imperio lat Um império no império. Diz-se da usurpação, por parte de uma autoridade, das funções de outra.
improbus administrator lat Administrador desonesto.
improbus litigator lat Dir Litigante desonesto. O que entra em demanda sem direito, por ambição, malícia ou emulação.
in absentia lat Dir Na ausência. Diz-se do julgamento a que o réu não está presente.
in abstracto lat Em abstrato. Sem fundamento; teoricamente.
in actu lat No ato. No momento de ação.
in aeternum lat Para sempre; eternamente.
in albis lat Em branco. Sem nenhuma providência. Diz-se também da pessoa vestida apenas com as roupas íntimas.
in ambiguo lat Na dúvida.
inania verba lat Palavras frívolas, ocas, inúteis.
in anima nobili lat Em alma nobre. Med Experiência feita no ser humano.
in anima vili lat Em alma vil; irracional. Med Experiência científica feita em animais.
in aqua scribere lat Escrever na água, isto é, não manter a fé jurada: O que diz a mulher é mesmo que in aqua scribere (Catulo).
in articulo mortis lat Em caso de morte iminente.
in bocca chiusa non entrò mai mosca ital Em boca fechada nunca entrou mosca.
in cauda venenum lat O veneno está na cauda. Alusão ao escorpião, cujo veneno está na cauda. Aplica-se a um final de carta ou discurso em que se excedeu nas exigências, na linguagem ou na malícia.
incipit lat Começa. Forma verbal que iniciava as antigas obras literárias: Incipit Vita Nova (Dante Alighieri).
in continenti lat Imediatamente.
incredibile dictu lat Incrível de se dizer. Empregado mais interjetivamente.
inde irae lat Daí, as iras. Palavras de Juvenal para explicar a origem das discórdias.
in dubio contra fiscum lat Dir Na dúvida, contra o fisco.
in dubio libertas lat Na dúvida, Iiberdade. Princípio de moral que autoriza a consciência duvidosa a agir livremente, quando na incapacidade de remover a dúvida.
in dubio pro reo lat Dir Na dúvida, pelo réu. A incerteza sobre a prática de um delito ou sobre alguma circunstância relativa a ele deve favorecer o réu.
in extenso lat Na íntegra.
in extremis lat No último momento. O mesmo que in articulo mortis.
infandum, regina, jubes renovare dolorem lat Mandas, ó rainha, renovar uma dor atroz. Palavras de Enéias, ao referir à rainha Dido a destruição de Tróia (Eneida, II, 3).
in fine lat No fim. Refere-se ao fim de um capítulo, parágrafo ou livro.
in forma pauperis lat Na forma de pobre. Dizia-se, outrora, dos que careciam de recursos para pagar a ação da justiça e as custas do processo, atestado de pobreza.
in foro conscientiae lat No tribunal da consciência.
in fraudem legis lat Dir Em fraude da lei.
in globo lat Em globo; em massa; sem distinção das diversas partes.
in hanc diem lat Até este dia; até o presente momento.
in hoc signo vinces lat Com este sinal vencerás. Palavras que circundavam a cruz que se diz ter aparecido a Constantino antes da batalha da Ponte Mílvio, quando derrotou a Maxêncio em 312.
in illo tempore lat Naquele tempo. Em tempo ou época muito remotos.
in integrum restituere lat Dir Restituir por inteiro. Devolver a coisa no seu estado primitivo.
in limine lat No limiar. Diz-se em linguagem parlamentar do projeto rejeitado em todos os seus itens. Inteiramente rejeitado.
in limine litis lat Dir No limiar do processo. Logo no início do processo.
in loco lat No lugar.
in manus tuas lat Nas tuas mãos. Palavras que, segundo os Evangelhos, Cristo pronunciou na cruz ao expirar (Luc. XXIII, 46).
in medio stat virtus lat A virtude está no meio. Princípio de ascética, que condena o relaxamento, ao mesmo tempo que o rigorismo.
in memoriam lat Em memória; em lembrança de (colocado nos monumentos e lápides mortuárias).
in mente lat Na mente, no espírito.
in naturalibus lat Em nudez.
in nomine lat Em nome; representando a outrem.
in octavo lat Em oitavo.
inops, potentem dum vult imitare, perit lat O pobre, quando quer imitar o poderoso, perece.
in ovo lat No ovo; no embrião; ainda por nascer.
in pace lat Na paz.
in partibus infidelium lat Nas regiões dos infiéis. Diz-se do prelado designado aos países de missão, sem residência fixa.
in pectore lat No peito. Intimamente, secretamente.
in perpetuam rei memoriam lat Para recordação perpéua da coisa. Inscrição colocada nos monumentos históricos.
in plano lat Em plano. Diz-se da folha impressa que forma um só folheto ou duas páginas.
in poculis lat No meio dos copos; a beber.
in posterum lat No futuro.
in praesenti lat No tempo presente; agora.
in puris naturalibus lat Em estado de natureza, na pureza original: O homem, in puris naturalibus, não pode pecar (Rousseau).
in quarto lat Em quarto.
in re lat Na coisa, em realidade, efetivamente, positivamente: Não é fantasia, mas tem fundamento in re.
in rerum natura lat Na natureza das coisas.
in sacris lat Nas coisas sagradas.
in saecula saeculorum lat Pelos séculos dos séculos. Para sempre (expressão litúrgica).
insalutato hospite lat Sem saudar o hospedeiro. Sem saudar o dono da casa.
in silva non ligna feras insanius lat Não (seria) mais insano levar lenha para a floresta.
in situ lat No lugar. No lugar determinado.
in solido lat Em sólido; na massa. Dir Solidariamente.
in speciem lat Na aparência; em forma de.
in spiritualibus lat Nas coisas espirituais.
instar omnium lat Como todos; à maneira dos demais.
Intelligence Service ingl Serviço de Inteligência. Nome por que é conhecido o serviço secreto inglês.
intelligenti pauca lat Ao que compreende, poucas palavras. Corresponde a: Para bom entendedor meia palavra basta.
in temporalibus lat Nas coisas temporais.
in tempore oportuno lat Em tempo oportuno. No momento conveniente.
inter amicos non esto judex lat Não sejas juiz entre amigos.
inter arma charitas lat Caridade no meio das armas (entre os combatentes). Divisa da sociedade da Cruz Vermelha.
in terminis lat Dir No fim. Decisão final que encerra o processo.
inter pocula lat No ato de beber, entre os copos, na festa: Discursar inter pocula.
inter vivos lat Dir Entre os vivos. Diz-se da doação propriamente dita, com efeito atual, realizada de modo irrevogável, em vida do doador.
in totum lat No todo; na totalidade.
intra muros lat Dentro dos muros. No interior da cidade.
in transitu lat De passagem.
in utroque jure lat Em ambos os direitos, o Civil e o Canônico.
intuitu personae lat Dir Em consideração à pessoa.
in vino veritas lat No vinho (está) a verdade.
invita Minerva lat Contra a vontade de Minerva. Horácio refere-se aos autores sem talento ou inspiração que insistem em escrever.
in vitium ducit culpae fuga lat A fuga da culpa conduz ao vício. Pensamento de Horácio.
in vitro lat No vidro. Expressão que indica as reações fisiológicas feitas fora do organismo, em tubos de ensaio.
in vivo lat Expressão que designa as ações e as experiências nos seres vivos.
io non so littere ital Não sou letrado. Palavras do papa Júlio II a Miguel Ângelo que queria colocar um livro na mão da estátua desse papa. Este preferiu uma espada.
ipsis litteris lat Pelas mesmas letras; textualmente.
ipsis verbis lat Com as mesmas palavras, com as próprias palavras.
ipso facto lat Só pelo mesmo fato; por isso mesmo, conseqüentemente.
ipso jure lat Dir Pelo próprio direito; de acordo com o direito.
ira furor brevis est lat A ira é uma loucura passageira. Pensamento de Horácio.
is fecit cui prodest lat Fez aquele a quem aproveitou. Quase sempre pratica um delito aquele que dele tira proveito.
is pater est quem nuptiae demonstrant lat Dir É pai aquele que as núpcias indicam. Não se supõe a paternidade atribuída a outro, enquanto perdura o matrimônio.
it ingl Magnetismo, encanto pessoal.
ita diis placuit lat Assim aprouve aos deuses. Foi inevitável.
Italia farà da sè ital A Itália agirá por si (sem precisar de ajuda). Frase usada pelos líderes italianos durante a campanha da unificação.
ite, missa est lat Ide, está terminada. Palavras com que o padre despedia os fiéis ao terminar a missa. Hoje usa o vernáculo: Ide em paz, que Deus vos acompanhe.
jam satis est lat Já é bastante: Intrigaram, desonraram, caluniaram; agora, jam satis est.
j’en passe et des meilleurs fr Omito alguns e dos melhores. Empregada nas enumerações incompletas.
Jesus autem tacebat lat Jesus porém se calava. Refere-se ao episódio evangélico em que Jesus permaneceu em silêncio enquanto seus inimigos o acusavam.
jeu de mots fr Jogo de palavras; trocadilho.
jeu de paume fr Jogo da péla.
joco remoto lat Fora de brincadeira; falando sério.
John Bull ingl João Touro. Expressão caricatural por que é designado o povo inglês.
judex damnatur, ubi nocens absolvitur lat O juiz é condenado quando o culpado é absolvido.
jurare in verba magistri lat Jurar nas palavras do mestre. Horácio em suas epístolas refere-se aos alunos que aceitam sem discussão a opinião do professor. V magister dixit.
jure et facto lat De direito e de fato.
juris et de jure lat Dir De direito e por direito. Estabelecido por lei e considerado por esta como verdade.
juris tantum lat Dir De direito somente. O que resulta do próprio direito e somente a ele pertence.
jus agendi lat Dir Direito de agir, de proceder em juízo.
jus conditum lat Dir Direito constituído; que está em vigor.
jus est ars boni et aequi lat O direito e a arte do bem e do justo.
jus et norma loquendi lat A lei é a norma da linguagem. Horácio refere-se ao uso, que ele considera fator preponderante na formação da língua.
jus gentium lat Direito das Gentes. Direito aplicado aos estrangeiros, equivalente ao atual Direito Internacional.
jus privatum lat Direito privado; o direito civil.
jus publicum lat Direito público, isto é, das relações dos cidadãos com o Estado; direito político.
jus sanguinis lat Direito de sangue. Princípio que só reconhece como nacionais os filhos de pais nascidos no país.
jus soli lat Direito do solo. Princípio pelo qual a pessoa tem a cidadania no país onde nasceu.
justae nuptiae lat Justas núpcias. Expressão usada pelos romanos para designar o casamento legal.
juste-milieu fr Justo meio. Norma governamental pela qual o Executivo se mantém igualmente distanciado das extremas da direita e da esquerda.
labor improbus omnia vincit lat O trabalho persistente vence tudo. Pensamento de Virgílio (Geórgicas, 144 e 145).
lacrima Christi lat Lágrima de Cristo. Nome do vinho moscatel de vinhas cultivadas nas proximidades do Vesúvio.
la critique est aisée, l’art est difficile fr A crítica é fácil, a arte difícil. Máxima falsamente atribuída a Boileau.
laisser faire, laisser passer fr Deixar fazer, deixar passar. Princípio que Turgot-Gournay pretenderam aplicar à economia a ser regida por leis naturais, como a lei da oferta e da procura.
la mouche du coche fr A mosca do coche. Alusão à fábula de La Fontaine “O Coche e a Mosca”, que se aplica às pessoas que aparentam muito esforço, enquanto outras trabalham realmente.
lapsus calami lat Erro de pena. Diz-se do erro inadvertido de quem escreve.
lapsus linguae lat Erro de língua. Diz-se das distrações que se cometem na linguagem falada.
lapsus loquendi lat Um lapso ao falar. O mesmo que lapsus linguae.
lapsus scribendi lat Um lapso no escrever. O mesmo que lapsus calami.
la raison du plus fort est toujours la meilleure fr A razão do mais forte é sempre a melhor.
lasciate ogni speranza, voi ch’entrate ital Vós que entrais, deixai toda a esperança. Inscrição na porta do inferno da “Divina Comédia”.
last but not least ingl Último mas não o menor. Emprega-se para ressalvar numa enumeração de pessoas a que foi citada por último.
latet anguis in herba lat A serpente se esconde sob a erva. Frase de Virgílio que se aplica a fim de aludir a um perigo oculto.
lato sensu lat No sentido lato, geral.
laudator temporis acti lat Encomiasta do tempo passado. Defeito comum aos velhos, que Horácio ridiculariza na Arte Poética.
laus Deo lat Louvor a Deus. Frase que alguns autores colocam no final do livro como sinal de gratidão a Deus.
laus in ore proprio vilescit lat O louvor na própria boca envilece.
L. B. lat Ao leitor benévolo. Palavras ou abreviatura que se antepõe ao texto de um livro, como explicação preliminar; prefácio, proêmio ou prefação.
legem habemus lat Dir Temos lei. Expressão usada contra dissertações que ferem dispositivos legais.
le mieux est l’ennemi du bien fr O melhor é inimigo do bom. O desejo excessivo de perfeição pode estragar o que estava bom ou tornar incômoda uma situação tolerável.
le roi est mort, vive le roi fr O rei morreu, viva o rei. Frase pronunciada na proclamação dos reis em França, citada para lembrar a ingratidão humana. Os homens se esquecem facilmente de seus ídolos, tão logo eles caem, para se apegarem aos que os sucedem.
l’Etat c’est moi fr O Estado sou eu. Frase de Luís XIV, da França. Nela se baseava a monarquia absoluta.
lever de rideau fr Levantar de cortina. Pequena peça de um ato, no início da função teatral.
levius fit patientia quidquid corrigere est nefas lat A paciência torna mais leve o que é impossível corrigir (pensamento de Horácio).
lex est quod notamus lat O que escrevemos é lei; isto é, tem força de lei. (Divisa da Câmara de Notários de Paris).
libera Chiesa in libero Stato ital A Igreja livre no Estado livre. Frase atribuída a Montalembert mas popularizada pelo Conde de Cavour que por ela evidenciou os princípios liberais que o animavam, durante a campanha da unificação da Itália.
libertas quae sera tamen lat Liberdade ainda que tardia. Palavras de Virgílio, tomadas como lema pelos chefes da Inconfidência Mineira e que figuram na bandeira daquele Estado.
lignum crucis lat O lenho da cruz de Cristo ou relíquia da santa cruz: No lignum crucis encontraremos a paz que tanto almejamos.
litterae Bellerophontis lat Carta de Belerofonte, isto é, carta perigosa e que contém sentença de morte ou coisa semelhante para quem a conduz.
litterature engagée fr Literatura comprometida. Gênero literário cujo autor assume posições definidas relativamente aos problemas políticos e sociais.
loco citato lat No trecho citado. Referência, num livro, a um trecho anteriormente citado.
loco dolenti lat No lugar dolorido. Indicação usada na medicina antiga.
l’oeil du Maître fr O Olho do Dono. Título de uma fábula de La Fontaine que inspirou diversos provérbios, entre os quais: O olho do dono engorda o cavalo.
made in ingl Feito em. fabricado em Locução aposta ao nome do lugar onde se fabricou ou industrializou um produto comercial.
magister dixit lat O mestre falou. Com esta expressão os escolásticos referiam-se a Aristóteles cuja opinião encerrava qualquer discussão. Ainda hoje se aplica para citar alguém tido como mestre em determinada matéria.
magnae spes altera Romae lat A segunda esperança da grande Roma. Virgílio falava do filho de Enéias. Aplica-se à segunda autoridade de uma nação ou região.
magni nominis umbra lat A sombra de um grande nome. Verso de Lucano que se aplica à pessoa que teve sua hora de glória, caindo depois na obscuridade.
major e longinquo reverentia lat Maior reverência ao que está distante. Refere-se Tácito à reverência que temos por aqueles que se acham afastados de nós no tempo e no espaço.
majores pennas nido lat Asas maiores do que o ninho. Horácio visava àqueles que, nascidos de condição humilde, tentam melhorar a posição social.
mal de mer fr Enjôo.
malgré ceci fr Apesar disto.
malgré cela fr Apesar daquilo.
malgré lui fr A seu pesar; contra a sua opinião.
malgré tout fr Apesar de tudo.
malo mori quam foedari lat Antes morrer do que desonrar-se. Divisa da Sicília.
mane, thecel, phares lat Contado, pesado, dividido. Palavras que, segundo o livro de Daniel, apareceram na parede da sala onde o Rei Baltasar promovia uma festa sacrílega.
manibus date lilia plenis lat Dai lírios às mãos cheias. Passagem de Virgílio (Eneida, VI, 883), em que Anquises pede flores para o túmulo de Marcelo.
man spricht Deutsch al Fala-se alemão. Palavras colocadas nas vitrinas para indicar que no estabelecimento alguém fala alemão.
manu militari lat Dir Pela mão militar. Diz-se da execução de ordem da autoridade, com o emprego da força armada.
marche aux flambeaux fr Marcha das tochas. Concentração popular por motivo de regozijo ou homenagem, em que cada pessoa desfila com uma tocha acesa.
margaritas ante porcos lat Pérolas diante dos porcos. Passagem evangélica em que Cristo aconselha que não se atirem pérolas aos porcos (Mt. VII, 6). Não tratar de coisas santas com ímpios e blasfemos.
materiam superabat opus lat O trabalho excedia a matéria. Aplica-se nos casos em que a forma literária seja superior ao tema.
mea culpa lat Por minha culpa. Locução encontrada no ato de confissão e se aplica nos casos em que a pessoa reconhece os próprios erros.
medice, cura te ipsum lat Médico, cura a ti próprio. Provérbio citado por Cristo e diz respeito àqueles que, esquecidos dos próprios defeitos, desejam corrigir os alheios.
medio tutissimus ibis lat Irás seguríssimo pelo meio. Deves evitar os extremos.
mehr Licht al Mais luz. Últimas palavras de Goethe.
memento, homo, quia pulvis es et in pulverem reverteris lat Lembra-te, homem, que és pó e em pó te tornarás. Palavras pronunciadas pelo sacerdote enquanto impõe cinza na cabeça de cada fiel, na quarta-feira de cinzas.
memento mori lat Lembra-te que hás de morrer. Pensamento cristão, usado como saudação entre os trapistas; também empregado em inscrições tumulares.
mendaci ne verum quidem dicenti creditur lat Não se dá crédito ao mentiroso nem quando ele diz a verdade.
mens agitat molem lat O espírito move a matéria. Frase virgiliana aproveitada pelos panteístas e estóicos, hoje empregada no sentido de que a inteligência domina a matéria.
mens legis lat Dir O espírito da lei.
mens legislatoris lat O pensamento, a vontade, a intenção do legislador.
mens sana in corpore sano lat Espírito sadio em corpo são. Frase de Juvenal, utilizada para demonstrar a necessidade de corpo sadio para serviços de ideais elevados.
meta optata lat Dir Fim colimado. O fim alcançado pelo agente do delito.
mettere la coda dove non va il capo ital Meter a cauda onde não cabe a cabeça. Mudar de tática, segundo as circunstâncias.
metteur-en-scène fr Encenador. Nos teatros, pessoa encarregada de movimentar atores e cenários.
minima de malis lat Os menores dentre os males. Provérbio de uma das fábulas de Fedro.
minus habens lat Que tem menos. Serve para indicar pessoa pouco inteligente ou menos dotada.
mirabile dictu lat Admirável de se dizer. Empregada como locução interjetiva.
mirabile visu lat Admirável de se ver. Diz-se de qualquer espetáculo belo ou raro.
mise en scène fr Encenação.
miserere mei, Deus lat Deus, tende compaixão de mim. Palavras iniciais do Salmo 51, um dos salmos penitenciais.
missi dominici lat Os enviados do senhor, isto é, os inspetores reais instituídos por Carlos Magno, os quais julgavam do procedimento dos duques e condes.
modus faciendi lat Modo de agir.
modus vivendi lat Dir Modo de viver. Convênio provisório entre nações, feito quase sempre através de permuta de notas diplomáticas.
more majorum lat Conforme o costume dos antepassados: Na segunda defenestração de Praga, os protestantes da Boêmia declararam que agiram more majorum.
mors ultima ratio lat Morte, razão final. A morte é o derradeiro argumento, o mais poderoso.
motu continuo lat Com movimento perpétuo: A cabeça do doido andava num motu continuo.
motu proprio lat Pela própria deliberação: espontaneamente. Diz-se de documentos pontifícios emanados diretamente do papa, e que tornaram obrigatórias para os católicos as disposições e doutrinas neles tratadas.
multa paucis lat Muitas coisas em poucas palavras. Locução que pode servir de modelo aos escritores: dizer muitas coisas em poucas palavras.
multi sunt vocati, pauci vero electi lat Muitos são chamados, porém, poucos escolhidos. Expressão usada por Cristo, referindo-se em parábola à salvação eterna, para a qual todos os homens são convidados, mas nem todos a conseguem (Mt. XX, 16 e XXII, 14).
mutatis mutandis lat Mudando-se o que se deve mudar. Feitas algumas alterações.
nascuntur poetae, fiunt oratores lat Os poetas nascem, os oradores fazem-se.
natura non facit saltus lat A natureza não dá saltos. Leibniz quis com este aforismo mostrar que não existem gêneros ou espécies completamente isolados, mas são todos interligados.
necessitas non habet legem lat A necessidade não tem lei. Aforismo de Santo Agostinho que indica a cessação da lei diante da necessidade.
nec plus ultra lat Não mais além. Termo ou ponto que não se deve ultrapassar. Indica também o que há de melhor.
nec semper lilia florent lat Nem sempre florescem os lírios. As coisas não nos favorecem continuamente; existem os dias de contratempo.
nemine discrepante lat Sem a discrepância de ninguém. Por unanimidade.
neque semper arcum tendit Apollo lat Nem sempre Apolo retesa o arco. Ninguém pode trabalhar sem descanso, nem mesmo Apolo.
ne quid nimis lat Nada de mais. Todo excesso é condenável.
nescio vos lat Não vos conheço. Palavras de rejeição, na parábola das dez virgens (Evangelho seg. Mateus, 25.12), na qual Cristo aconselha a prudência e a vigilância no que concerne à salvação.
nescit vox missa reverti lat Palavra expressa não pode voltar. Horácio refere-se à palavra escrita, aconselhando os escritores a reverem os escritos antes de os publicarem. Aplica-se também à palavra falada (pensar antes de falar).
nessun maggior dolore che ricordarsi del tempo felice nella miseria ital Não há maior sofrimento do que recordar-se do tempo feliz na miséria. Palavras que Dante coloca nos lábios de Francisca de Rímini, que narra ao poeta suas desventuras (Divina Comédia, Inferno, V, 121-123).
ne, sutor, ultra crepidam lat Sapateiro, não vá além do calçado. O pintor Apeles assim responde ao sapateiro que, depois de criticar a sandália, pretendia analisar o resto do quadro.
ne varietur lat Que não se altere. Usado pelas editoras quando querem a obra exatamente de acordo com os originais.
nigro notanda lapillo lat Para ser marcado com pedra preta. Referência dos antigos aos dias nefastos.
nihil actum credens, dum quid superesse agendum lat Crendo que nada fora feito, enquanto restasse alguma coisa por fazer (Lucano, Farsália II, 657).
nihil admirari lat Não se admirar de nada. Princípio adotado pelos estóicos e também pelos indiferentes e apáticos.
nihil diu occultum lat Nada oculto por muito tempo.
nihil novi sub sole lat Nada de novo sob o Sol. Expressão do Eclesiastes (I, 10).
nihil obstat lat Nada obsta. Fórmula usada pelos censores eclesiásticos ao permitir a publicação de um livro.
nimium ne crede colori lat Não acredite muito na cor. As aparências enganam.
nisi utile est quod facimus, stulta est gloria lat Se não é útil o que fazemos, a glória é vã. Não pode haver glória nas coisas inúteis.
noblesse oblige fr A nobreza obriga. Um cavalheiro educado não pode comportar-se como um desclassificado.
nocturna versate manu, versate diurna lat Versai com mão diurna, versai com mão noturna. Conselho de Horácio àqueles que desejam aprimorar o estilo: devem ler constantemente os bons autores.
noli me tangere lat Não me toques. 1 Palavras de Jesus, logo após a ressurreição, a Madalena, que provavelmente lhe queria beijar os pés. 2 Pessoa muito melindrosa, que com tudo se amua e ofende.
nomen juris lat Dir Denominação legal; o termo técnico do direito.
non bis in idem lat Dir Não duas vezes pela mesma coisa. Axioma jurídico, em virtude do qual ninguém pode responder, pela segunda vez, sobre o mesmo fato já julgado, ou ser duplamente punido pelo mesmo delito.
non decet lat Não convém.
non dominus lat Dir Não dono. Diz-se daquele que não é proprietário da coisa de que se trata.
non ducor, duco lat Não sou conduzido, conduzo. Divisa do Estado de São Paulo.
nondum natus eram lat Eu ainda não era nascido. Passagem de Fedro, que a põe na boca do cordeiro, acusado pelo lobo de turvar a água.
non eadem miramur lat Não admiramos as mesmas coisas; cada qual tem o seu gosto.
non multa, sed multum lat Não muitas coisas, mas muito. Não seremos importantes pelo número, mas pela qualidade de nossas ações.
non nova, sed nove lat Dir Não coisas novas, mas (tratadas) de (modo) novo.
non omne quod fulget aurum est lat Nem tudo que brilha é ouro. Cuidado com as aparências.
non omnia possumus omnes lat Todos nós não podemos tudo. Frase de Virgílio que põe termo à auto-suficiência humana.
non omnis moriar lat Não morrerei inteiramente. Não morrerei completamente, minhas obras prolongarão minha vida. Pensamento de Horácio.
non plus ultra lat Não mais além. Aplica-se com referência ao que não pode ser excedido.
non possumus lat Não podemos. Resposta de São Pedro e São João ao príncipe dos sacerdotes que tentava proibir-lhes a pregação do Evangelho (Atos, IV, 19-20).
non videbis annos Petri lat Não verás os anos de Pedro. Frase que se aplica aos sucessores de São Pedro, pois, de 261 papas, apenas Pio IX e Leão XIII superaram em anos a São Pedro no trono pontifício.
nosce te ipsum lat Conhece-te a ti mesmo. Frase inscrita na entrada do templo de Delfos, na Grécia. Os filósofos gregos aproveitaram-na para suas lucubrações e a ascética cristã faz dela a base da perfeição.
nostrum baixo-lat O nosso, isto é, remédio ou preparado de fórmula secreta.
nota bene lat Note bem. Locução empregada em alguns textos, para chamar a atenção para o que segue. Abreviadamente: N. B.
nouveau-riche fr Novo rico.
noverim te, noverim me lat Que eu te conheça, que eu me conheça. Frase de Santo Agostinho, quando, nos Solilóquios, dirige-se a Deus para pedir-lhe o conhecimento (de Deus), para amá-lo, e de si próprio, a fim de se humilhar.
novissima verba lat As últimas palavras; as palavras mais recentes.
nulla dies sine linea lat Nenhum dia sem linha. Plínio diz esta frase de Apeles que não passava um dia sem exercitar-se na pintura.
nulla poena sine lege lat Dir Nenhuma pena sem lei. Não pode existir pena, sem a prévia cominação legal.
numero Deus impare gaudet lat Deus gosta de número ímpar. Referência de Virgílio às propriedades místicas atribuídas aos números ímpares.
nunc dimittis servum tuum lat Despede agora o teu servo. 1 Cântico do velho Simeão ao tomar nos braços o Menino-Jesus, no templo de Jerusalém, agradecendo a Deus a ventura de ver, antes da morte, o Salvador de Israel. 2 Este mesmo hino, recitado em Completas, no breviário romano.
nunc est bibendum lat Agora é beber. Horácio convida os seus contemporâneos a festejarem a vitória romana na batalha de Actium. Emprega-se esta locução quando se quer comemorar algum acontecimento auspicioso.
o altitudo! lat Ó profundeza! São Paulo refere-se na Epístola aos Romanos à sabedoria e ciência divinas. Aplicam-se estas palavras, quando se trata de um mistério insondável.
obscurum per obscurius lat O obscuro pelo mais obscuro. Vício de linguagem que consiste em apresentar alguma definição por termos menos conhecidos que os do enunciado.
oculos habent et non vident lat Têm olhos e não vêem. O salmista fala no Salmo CXV, versículo 5, da cegueira dos ídolos, mas na linguagem popular aplicam-se estas palavras para significar a cegueira intelectual.
oderint dum metuant lat Que me odeiem, contanto que me temam. Palavras tiradas do poeta Attius, citadas por Cícero, e que se aplicam às autoridades prepotentes e desconfiadas.
odi profanum vulgus lat Detesto o vulgo profano. Na Ode I do Livro IV, versículo 1, Horácio mostra o seu desprezo pelos aplausos populares e o apreço pelos elogios dos homens de bom gosto.
o fortunatos nimium, si sua bona norint, agricolas lat Ó demasiadamente felizes agricultores, se conhecessem a sua felicidade. Aplicam-se estes versos de Virgílio àqueles que gozam de benefícios que desconhecem.
o. k. ingl Certo; correto. Corresponde à locução inglesa: all correct, tudo certo.
oleum perdidisti lat Perdeste o teu azeite. Refere-se esta locução aos trabalhos realizados à noite, à luz dos candeeiros, demasiadamente exaustivos, e que não conseguiram bom êxito.
omne ignoto pro magnifico lat Tudo que é desconhecido é tido por magnífico. A imaginação sente-se fascinada pelo desconhecido.
omne tulit punctum qui miscuit utile dulci lat Ganhou todos os votos o que uniu o útil ao agradável. Unir, numa composição literária, o útil ao agradável, forma, segundo Horácio, a base do sucesso.
omne vivum ex ovo lat Tudo que é vivo (provém) de um ovo. Aforismo citado pelo médico inglês Harvey.
omnia mecum porto lat Trago comigo todas as coisas. Resposta do filósofo Bias, da Grécia, àqueles que, fugindo ao exército persa, se admiravam de ver o sábio sair sem nada levar. Para Bias só valiam as riquezas do espírito.
omnia serviliter pro dominatione lat Tudo servilmente pelo domínio. Máxima que se aplica aos políticos inescrupulosos.
omnia vincit amor lat O amor vence todas as coisas. Virgílio, nesta passagem, refere-se ao Amor personificado.
omnis cellula e cellula lat Toda célula procede de outra célula, axioma de Biologia.
omnis homo mendax lat Todo homem é mentiroso. Palavras do Salmo CXVI, de freqüente aplicação.
omnium consensu lat Pelo assentimento de todos; por unanimidade; por voto universal.
on parle français fr Fala-se francês. Legenda de vitrina.
onus probandi lat Dir Encargo de provar. Expressão que deixa ao acusador o trabalho de provar (a acusação).
opus citatum lat Obra citada. Geralmente empregada abreviadamente op. cit. e indica que oportunamente foi ou será citada a obra.
ora pro nobis lat Roga por nós. Refrão repetido a cada invocação das ladainhas de Nossa Senhora e dos Santos.
ore rotundo lat De boca arredondada. Referência à linguagem pomposa e alambicada.
o rus, quando ego te aspiciam! lat Ó campo, quando tornarei a ver-te! Horácio sentia saudades da vida agreste.
o sancta simplicitas! lat Ó santa simplicidade! Exclamação atribuída a João Huss, quando viu uma velhinha lançar uma acha de lenha à fogueira em que ele se consumia. Empregada em sentido irônico.
os homini sublime dedit lat Deu ao homem um rosto elevado. Verso de Ovídio (Metamorfoses, I, 85), em que se salienta a superioridade do homem sobre os outros animais, que têm a cabeça voltada para a terra.
os magna sonaturum lat Boca que proferirá grandes palavras. Horácio fala dos verdadeiros poetas que devem ter gênio e inspiração divina.
o tempora! o mores! lat Ó tempos! Ó costumes! Exclamação de Cícero, contra a depravação de seus contemporâneos.
o terque quaterque beati! lat Ó três e quatro vezes felizes! Circunlóquio virgiliano para dizer o superlativo de feliz.
otium cum dignitate lat Descanso com dignidade. Expressão de Cícero aplicada aos letrados de seu tempo que dispunham de recursos para levar uma velhice inteiramente dedicada aos livros.
palmam qui meruit ferat lat Leve a palma quem a mereceu.
panem et circenses lat Pão e espetáculos circenses. Era o que pediam os romanos da decadência, censurados por Juvenal.
parcere subjectis et debellare superbos lat Perdoar os que se sujeitam e submeter os orgulhosos. Virgílio delineia neste verso o programa político do povo romano.
parce sepultos lat Perdoa os mortos. Não se deve falar mal de quem já morreu.
pares cum paribus facillime congregantur lat Iguais com iguais se unem facilmente.
par est fortuna laboris lat A fortuna é companheira do trabalho.
par pari refertur lat Igual com igual se paga; amor com amor se paga.
pari passu lat Com passo igual.
parti pris fr Opinião preconcebida; prevenção.
parturiunt montes; nascetur ridiculus mus lat As montanhas partejam, nascerá um ridículo rato. Horácio critica o grande espalhafato de um empreendimento que fracassa na execução.
parva scintilla excitavit magnum incendium lat Pequena centelha desencadeou um grande incêndio. Provérbio que se aplica a pequenas coisas capazes de provocar conseqüências desastrosas.
pas de nullité sans grief fr Dir Não há nulidade sem prejuízo. Princípio segundo o qual o juiz não deve pronunciar a nulidade de um ato processual por vício de forma, desde que dela não resulte prejuízo para a parte que a alega.
passato il pericolo, gabato il santo ital Passado o perigo, o santo é escarnecido. Só nos lembramos dos amigos quando precisamos deles.
pâte cuite fr Pasta cozida. Sistema de decoração de origem veneziana.
paté de foie gras fr Massa de fígado gordo. Produto alimentício enlatado, feito de fígado de ganso engordado por processo especial.
pâte de verre fr Pasta de vidro. Pequenos cubos de vidro colorido que imitam pedras preciosas.
pâte dure fr Pasta dura. Termo de cerâmica, empregado para designar o caulim.
patere quam ipse fecisti legem lat Suporta a lei que tu próprio fizeste. Não podemos fugir das conseqüências de princípios estabelecidos por nós. Aplica-se aos legisladores e moralistas.
patiens quia aeternus lat Paciente porque eterno. Santo Agostinho explica assim as injustiças aparentes, pelas quais os maus parecem triunfar, enquanto os justos são castigados com reveses. Deus pode esperar a hora da justiça.
pauca sed bona lat Poucas coisas, mas boas. Aplicação generalizada.
pauci quos aequus amavit Jupiter lat Os raros que o justo Júpiter amou. Verso de Virgílio que se aplica às pessoas muito dotadas ou felizes.
paulo majora canamus lat Cantemos coisas um pouco mais elevadas. Verso de Virgílio, empregado quando se quer passar de um assunto para outro mais importante.
paupertas impulit audax lat A pobreza audaciosa impeliu. A pobreza pode ser um estimulante das idéias criadoras.
pax vobis lat A paz esteja convosco. Saudação litúrgica que somente os bispos podem usar nas missas.
pectus est quod disertos facit lat O coração é que faz os eloqüentes. Frase de Quintiliano; demonstra que a convicção e sinceridade são requisitos essenciais aos oradores.
pecuniae obediunt omnia lat Todas as coisas obedecem ao dinheiro. O dinheiro tem muita força.
pede poena claudo lat O castigo claudica. Quis Horácio dizer que, muitas vezes, o crime não é imediatamente castigado.
pejor avis aetas lat A idade moderna é pior que a dos tempos passados. Os velhos gostam de lembrar dos bons tempos (os tempos deles).
pêle-mêle fr Confusão; misturada.
per capita lat Por cabeça; para cada um. Termo muito empregado nas estatísticas.
pereat mundus, fiat justitia lat Que o mundo pereça, mas faça-se a justiça.
per fas et nefas lat Pelo lícito e pelo ilícito; por todos os meios possíveis; de qualquer modo.
per jocum lat Por brincadeira.
perquiratur lat Hist Ecles Licença de compulsar os registros em certos casos.
persona grata lat Pessoa agradável. Pessoa que será diplomaticamente bem recebida por uma entidade ou Estado internacional.
persona non grata lat Pessoa indesejada. Qualificativo que uma chancelaria dá a determinado agente diplomático estrangeiro, em nota ao governo deste, por meio da qual pede a sua retirada do país, onde se acha acreditado, em virtude de considerá-lo, por motivo grave, contrário aos interesses nacionais.
per summa capita lat Pelos pontos capitais; por alto; sem entrar em pormenores; sucintamente, sumariamente.
pertransiit benefaciendo lat Passou fazendo o bem. São Pedro (Atos dos Apóstolos, X, 38) assim resume a vida de Cristo.
petit à petit l’oiseau fait son nid fr Pouco a pouco o pássaro faz seu ninho. Todas as realizações são fruto do trabalho constante e pertinaz.
pied-de-poule fr Pé-de-galinha. Padrão de tecido com desenhos que imitam as pisadas de uma ave, em fundo de cor viva.
piscem natare doces lat Ensinas o peixe a nadar. Ensinas o padre-nosso ao vigário.
placet lat Agrada, parece bem, apraz. 1 Ecles Voto de anuência usado nas assembléias do clero. 2 Dipl Aprovação, beneplácito: Placet régio.
plaudite cives lat Aplaudi cidadãos. Palavras por que terminavam as apresentações teatrais na antiga Roma.
pluralia tantum lat Somente os plurais. Diz-se dos substantivos que só se empregam no plural.
plurima mortis imago lat A imagem multiforme da morte. Foi como Enéias descreveu a Dido a última noite de Tróia (Eneida, II, 369).
plus aequo lat Mais que o razoável; em excesso.
point de nouvelles, bonnes nouvelles fr Nada de notícias, boas notícias. A falta de notícias é sinal de que tudo corre bem.
porte-bonheur fr Porta-felicidade. Mascote ou amuleto considerado portador de sorte a quem o possui.
post equitem sedet atra cura lat O negro cuidado se assenta atrás do cavaleiro (na garupa). As preocupações seguem a pessoa por toda parte.
post hoc, ergo propter hoc lat Depois disto, logo por causa disto. A prioridade no tempo não importa em causalidade. Pelo fato de algo vir antes de alguma coisa não se segue que seja causa desta.
post meridiem lat Depois do meio-dia.
post mortem lat Após a morte. 1 Além do túmulo; na outra vida. 2 Expressão enpregada quando se trata de conferir alguma honraria a pessoa falecida.
post partum lat Depois do parto.
pour boire fr Para beber; gorjeta.
praesente cadavere lat Em presença do cadáver. Diz-se da leitura do testamento do papa que deve ser feita diante do cadáver, antes do seu sepultamento.
praetium aestimationis lat Valor estimativo.
primo occupanti lat Dir Ao primeiro ocupante. Princípio aceito em jurisprudência, segundo o qual, na falta de outra circunstância, o primeiro ocupante adquire o direito de propriedade.
primum non nocere lat Primeiramente não prejudicar. Critério médico, para empregar novas drogas em seres humanos; que elas não prejudiquem o paciente.
primum vivere, deinde philosophari lat Primeiro viver, depois filosofar. Aplicado àqueles que, por especulações abstratas, deixam de conseguir o necessário para a subsistência.
primus in orbe deos fecit timor lat O temor primitivo criou os deuses na Terra.
primus inter pares lat Primeiro entre os iguais. Designa o presidente de uma assembléia onde todos têm voz ativa.
principiis obsta lat Obsta no princípio. Ovídio aconselha o combate às paixões no seu início, antes que criem raízes.
pro aris et focis lat Pelos altares e pelos lares. Pela religião e pela pátria.
pro domo sua lat Pela sua casa. Em defesa de seus interesses.
pro forma lat Por mera formalidade, para não modificar o costume, para salvar as aparências: Discutir um assunto pro forma.
proh pudor! lat interj Expressão que significa Que vergonha! Era divisa de Guilherme de Orange.
prolem sine matre creatam lat Filho criado sem mãe. Epígrafe de Ovídio, que Montesquieu apôs no frontispício de um de seus livros, para significar que ele era inteiramente original.
pro rata lat Proporcionalmente. Recebendo cada um, ou pagando, a quota que lhe toca num rateio.
pro re nata lat Segundo as circunstâncias.
pulchre, bene, recte lat Lindo, bem, ótimo. Expressões que, segundo Horácio, empregam os parasitas para com seus anfitriões.
pulsate et aperietur vobis lat Batei e abrir-se-vos-á. Palavras do Evangelho (São Lucas Xl, 9), em que Cristo aconselha perseverança na oração.
punica fides lat Fé púnica. Locução que usavam os romanos para indicar a falta à palavra empenhada, defeito de que acusavam os cartagineses.
q. e. d. abrev de quod erat demonstrandum, lat Que se devia demonstrar.
quaerens quem devoret lat Procurando a quem devorar. São Pedro, na primeira epístola (V, 8), adverte os fiéis contra as insídias do demônio que se assemelha ao leão faminto em busca da presa.
quae sunt Caesaris Caesari lat A César o que é de César. Palavras com que Cristo confundiu os fariseus que lhe faziam uma pergunta capciosa. Significam que não se deve negar ao poder temporal o que realmente lhe cabe, sem omitir nada do que se deve a Deus.
qualis artifex pereo lat Morro como um grande artista. Expressão atribuída por Suetônio a Nero que se julgava grande poeta, cantor e ator. O imperador pronunciou estas palavras pouco antes de suicidar-se.
qualis pater, talis filius lat Tal pai, tal filho.
qualis vita, finis ita lat Tal vida, tal morte. Não pode morrer bem aquele que viveu mal, é o princípio aceito pelos mestres da vida espiritual.
quand même fr Mesmo assim. Em qualquer hipótese; apesar dos pesares.
quando bene se gesserit lat Dir Enquanto se comportar bem.
quandoque bonus dormitat Homerus lat Também o bom Homero cochila. Expressão de Horácio, para dizer que a suma perfeição não existe em poesia; até o grande Homero comete suas falhas.
quantum libeat lat Quanto lhe agrade, à vontade.
quantum mutatus ab illo lat Quanto se mudou do que era. Enéias pronuncia estas palavras ao ver, em sonho, Heitor coberto de feridas (Eneida, II, 274).
quantum satis lat Quanto baste. Med Expressão empregada abreviadamente qs, nas receitas médicas.
quantum sufficit lat O suficiente, o estritamente necessário: Alimentava-se quantum sufficit para não morrer à fome.
quia nominor leo lat Porque me chamo leão. Trecho de Fedro usado para estigmatizar aqueles que abusam de sua posição ou força, para oprimir os fracos.
qui bene amat, bene castigat lat Quem ama bem, castiga bem. O castigo deve ser o fruto do amor.
quid inde? lat E então? Qual a conseqüência disso?
quid juris? lat Que do direito? Qual a solução dada pelo direito?
quidquid delirant reges, plectuntur Achivi lat Quando os reis deliram, os gregos são açoitados. O povo paga pelos desvarios dos governantes.
quidquid tentabam dicere versus erat lat Tudo que eu tentava dizer era verso. Frase de Ovídio que narra a sua irreprimível vocação de poeta contrariada pelo pai.
quieta non movere lat Não mexer no que está quieto.
qui habet aures audiendi audiat lat Quem tem ouvido para ouvir, ouça. Palavras do Apocalipse e do Evangelho, que encerram uma ameaça àqueles que não querem atender à pregação da palavra de Deus.
qui nescit dissimulare, nescit regnare lat Quem não sabe dissimular, não sabe reinar. Princípio que traduz o pensamento de Maquiavel e de muitos políticos inescrupulosos.
qui potest capere, capiat lat Quem é apto para o admitir, admita. Palavras com que Cristo conclui sua exortação à prática da castidade perfeita (Mateus, 19, 12).
qui pridie lat Liturg O qual na véspera. Palavras iniciais da consagração que recordam a instituição da Eucaristia na última ceia.
qui scribit bis legit lat Quem escreve lê duas vezes. Axioma da pedagogia antiga, ainda hoje aceito por muitos educadores.
quis, quid, ubi, quibus auxiliis, cur, quomodo, quando? lat Quem? O quê? Onde? Por que meios? Por quê? Como? Quando? Verso hexâmetro de Quintiliano, que sintetiza a divisão da Retórica. Muito usado modernamente por jornalistas que, com as respostas a estas perguntas circunstanciais, consideram esgotado o assunto. O mesmo processo se aplica em criminologia.
quis tulerit Gracchos de seditione quaerentes? lat Quem suportará que os Gracos se queixem de sedição? Quem empregou um meio para conseguir determinado fim não tem força moral para condenar esse meio. Os irmãos Gracos subiram ao poder por uma revolução.
quod abundat non nocet lat O que abunda não prejudica. É melhor sobrar do que faltar.
quod Deus avertat lat O que Deus afaste (de nós). Locução equivalente a Deus nos livre.
quod di omen avertant! lat Que os deuses afastem este agouro!
quod facis, fac citius lat Faze logo o que tens a fazer. Palavras com que Jesus dá a entender a Judas que conhece seu plano de traição e ao mesmo tempo manifesta o desejo que sente de realizar a salvação dos homens (Jo. XIII, 27).
quod petis alter habet lat O que pedes outro tem. Chegaste tarde.
quod scripsi, scripsi lat O que escrevi, escrevi. Foi como Pilatos respondeu aos sacerdotes que o censuravam por mandar colocar na cruz de Cristo a legenda: Jesus nazareno rei dos judeus (Jo. XIX, 22).
quod tibi non vis alteri ne facias lat Não faças a outrem o que não queres para ti.
quod volumus facile credimus lat Facilmente cremos aquilo que desejamos.
quot capita, tot sensus lat Quantas cabeças, tantas sentenças.
quousque tandem lat Até quando. Palavras iniciais do discurso de Cícero contra Catilina no Senado Romano.
quo vadis? lat Aonde vais? Pergunta que, segundo a lenda, teria feito Cristo a Pedro na Via Ápia, quando o apóstolo fugia da perseguição de Nero.
rapere in jus lat Conduzir a juízo.
rapel de ton fr Chamada de cor. Retoques distribuídos em um quadro para salientar a tonalidade principal dele.
rari nantes in gurgite vasto lat Poucos nadando no imenso abismo. Verso de Virgílio (Eneida, I, 118), que descreve a situação de alguns náufragos. Aplica-se diversamente no sentido figurado, citando-se, muitas vezes, apenas as duas primeiras palavras.
ratio juris lat Razão do direito. Dir Motivo que o hermeneuta encontra no direito vigente para justificar a interpretação ou solução que dá a uma regra jurídica ou a certo caso concreto.
ratio legis lat A razão da lei. Dir Espírito que inspira a lei e deve ser objeto de investigação dos intérpretes e comentadores que procuram esclarecer o seu texto.
ratio summa lat Razão superior. Dir Espírito de eqüidade que deve determinar a escolha da solução mais benigna, dentre as duas resultantes da interpretação estrita de determinada regra jurídica.
ratione materiae lat Em razão da matéria. Dir Razão resultante da matéria.
ratione officii lat Dir Em razão do ofício.
regis ad exemplar lat A exemplo do rei. Citada para satirizar aqueles que pautam seus atos pelos do rei ou do chefe.
relicta non bene parmula lat Abandonado vergonhosamente o escudo. Refere-se Horácio à fuga por ele empreendida na batalha de Filipos (Odes, II, 7-10).
rempli de soi-même fr Cheio de si; convencido.
requiescat in pace lat Descanse em paz. Prece recitada no ofício dos mortos e muitas vezes gravada em pedras tumulares.
res integra lat Dir A coisa inteira.
res inter alios judicata aliis neque nocet neque prodest lat Dir A coisa julgada não pode aproveitar nem prejudicar senão às próprias partes.
res judicata est quae finem controversiarum pronuntiatione judicis accipit lat Dir Coisa julgada é a que, pelo pronunciamento do juiz, põe fim às controvérsias.
res judicata pro veritate habetur lat A coisa julgada é tida por verdade. Axioma jurídico, segundo o qual aquilo que foi objeto de julgamento definitivo não pode ser novamente submetido a discussão.
res non verba lat Fatos e não palavras. Citada quando se pleiteia a ação imediata e não promessas.
res nullius lat Dir Coisa de ninguém, isto é, que a ninguém pertence.
res sacra miser lat O infeliz é coisa sagrada. Palavras de Sêneca que patenteiam o seu respeito para com os infelizes.
restons telles que Dieu nous a faites fr Fiquemos como Deus nos fez. Máxima que serviu de base a campanha das mulheres francesas contra o uso do espartilho.
rira mieux qui rira le dernier fr Ri melhor quem ri por último.
risum teneatis? lat Sofrereis o riso? Pergunta feita por Horácio, após descrever um quadro cuja figura se compõe de partes disparatadas (Arte Poética, 5).
rudis indigestaque moles lat Massa confusa e informe. É como Ovídio (Metamorfoses I, 7) descreve a matéria caótica.
rule, Britannia ingl Governa, Inglaterra. Palavras iniciais de uma canção patriótica inglesa que exalta o domínio britânico nos mares.
salus populi suprema lex esto lat A salvação do povo seja a suprema lei. Máxima do Direito Romano.
sancta sanctorum lat O santo dos santos. O lugar mais secreto do templo de Jerusalém, onde só entrava o sumo-sacerdote quando em funções.
sans-culotte fr Sem calção. Apelativo por que eram tratados os revolucionários de 1789, por usarem calças em vez de calções.
sans peur et sans reproche fr Sem medo e sem censura. Sem temor e com a consciência tranqüila.
sapienti sat lat Basta para o sábio; ele não precisa de muitas explicações.
sapiens filius laetificat patrem lat O filho sábio alegra o pai (Provérbios, X, 1).
sapientis est mutare consilium lat É próprio do sábio mudar de parecer. Sabe reconhecer os erros.
scilicet lat (cílicet) Isto é.
scintilla contempta excitavit magnum incendium lat Pequena centelha ateou um grande incêndio. Coisas pequenas podem ter graves conseqüências.

scribitur ad narrandum, non ad probandum lat Escreve-se para narrar e não para provar. Quintiliano estabelece assim a diferença entre a história e a eloqüência (Inst. Orat. X, 1, 31).
sede vacante lat Estando vaga a sede. Usado principalmente no Direito Canônico.
sedia gestatoria ital Cadeira especial em que se conduz o papa nas grandes solenidades.
se habla español esp Fala-se espanhol. Legenda de casas comerciais.
self-governement ingl Governo próprio. Como o dos Estados e municípios brasileiros que gozam de autonomia.
semel emissum volat irreparabile verbum lat A palavra uma vez pronunciada voa irreparável.
senatus populusque romanus lat O senado e o povo romano. Divisa da antiga república romana.
se non è vero, è bene trovato ital Se não é verdade foi bem inventado.
servum pecus lat Rebanho servil. Assim classifica Horácio os plagiadores (Epístolas, I, 19).
sic itur ad astra lat Assim se vai aos astros. Expressão virgiliana muito empregada durante as descobertas aeronáuticas.
sic transit gloria mundi lat Assim passa a glória do mundo. Reflexão da Imitação de Cristo que nos convida a desprezar as glórias mundanas.
similia similibus curantur lat Os semelhantes curam-se pelos semelhantes. Med Lema da homeopatia que se opõe à alopatia cujo princípio é: contraria contrariis curantur.
sine die lat Sem dia. Adiar sine die, isto é, sem data fixa.
sine ira et studio lat Sem ódio e sem preconceito. É a diretriz de Tácito para aqueles que desejam escrever a História; sem parcialidade.
sine qua non lat Sem a qual não. Diz da condição essencial à realização de um ato.
sinite parvulos venire ad me lat Deixai vir a mim os pequeninos. Palavras com que Jesus (Mt. XIX, 14) manifesta sua predileção para com as crianças e para com os humildes.
sint ut sunt aut non sint lat Que sejam como são ou deixem de existir. Resposta do Geral dos jesuítas, Padre Ricci, a alguém que lhe propunha modificar os estatutos da Companhia.
si parla italiano ital Fala-se italiano. Encontrada em estabelecimentos comerciais.
sit pro ratione voluntas lat A vontade sirva de razão. Verso de Juvenal que demonstra até onde podem ir os caprichos dos prepotentes longe de seguir a lógica, preferem impor o seu ponto de vista mesmo com prejuízo próprio ou de terceiros.
sit tibi terra levis lat Que a terra te seja leve; lê-se nas inscrições tumulares.
si vis me flere, dolendum est primum ipsi tibi lat Se queres que eu chore, começa tu também por chorar. Conselho de Horácio ao ator dramático, citado por todos os autores de retórica e eloqüência (Arte Poética, 102-103).
si vis pacem, para bellum lat Se queres a paz, prepara a guerra. Aforismo ainda hoje seguido pelas nações, que procuram fortalecer-se a fim de evitar uma eventual agressão.
sola apis mel conficit lat Somente a abelha faz mel: cada qual no seu ofício.
sola Deus salus lat Deus (é) a única salvação.
sola nobilitas virtus lat A virtude (é) a única nobreza.
sol lucet omnibus lat O Sol brilha para todos.
solve senescentem lat Solte o velho. Conselho horaciano, que compara o escritor ao cavalo, que depois de velho deve aposentar-se, a fim de não sucumbir na luta.
soutien-gorge fr Porta-seios.
spiritus ubi vult spirat lat O espírito sopra onde quer. A inspiração divina não procede da vontade humana mas de Deus. São palavras de Cristo (Jo. III, 8).
spiritus promptus est, caro infirma lat O espírito é pronto, a carne é fraca. Assim Cristo aconselha os apóstolos à vigilância e oração (Mt. XXVI, 36-41).
sponte sua lat Por sua própria iniciativa.
stabat mater lat A mãe estava de pé. Canto litúrgico da semana da paixão e festas de Nossa Senhora das Dores, que descreve os sofrimentos de Maria Santíssima ante o martírio de Jesus Cristo.
stare sulla corda ital Agüentar-se na corda. Equilibrar-se em uma situação instável. Corresponde a: dançar na corda bamba.
statim lat Imediatamente. No início das receitas médicas, indica que há urgência em aviá-las.
statu quo lat Estado em que. Estado anterior à questão de que se trata.
stricto sensu lat No sentido restrito.
struggle for life ingl Luta pela vida. Expressão empregada por Darwin para explicar a seleção das espécies.
stultitiam simulare loco summa prudentia est lat Simular tolice às vezes é grande prudência. Aforismo de Catão.
stultorum infinitus est numerus lat O número dos tolos é infinito (Eclesiastes, I, 15).
sub conditione lat Sob a condição; com a condição de.
sub Jove lat Debaixo de Júpiter; ao relento.
sub judice lat Sob o juízo. Dir Diz-se da causa sobre a qual o juiz ainda não se pronunciou.
sublata causa, tollitur effectus lat Eliminada a causa, desaparece o efeito. Não existe efeito sem causa.
sub lege libertas lat Liberdade dentro da lei. Liberdade sem lei degenera em licenciosidade.
sufficit diei malitia sua lat A cada dia basta o seu mal. Cristo aconselha-nos a não nos preocuparmos com o futuro, que está nas mãos de Deus (Mt. VI, 34).
sui generis lat Do seu gênero; peculiar, singular. Designa coisa ou qualidade que não apresenta analogia com nenhuma outra.
sui juris lat Do seu direito. Dir Diz-se da pessoa livre, capaz de determinar-se sem depender de outrem.
summum jus, summa injuria lat Excesso de direito, excesso de injustiça. Dir Axioma jurídico que nos adverte contra a aplicação muito rigorosa da lei, que pode dar margem a grandes injustiças.
sunt lacrimae rerum lat Existem as lágrimas das coisas. Expressão de Virgílio (Eneida, I, 462). Nos grandes infortúnios até os seres inanimados parecem chorar.
suo jure lat Por seu direito; por direito próprio.
suo tempore lat Em seu tempo. No momento oportuno.
super flumina Babylonis lat Junto dos rios de Babilônia. Assim começa o Salmo 137, no qual o profeta-rei chora os sofrimentos do povo eleito, exilado em Babilônia.
sursum corda lat Corações ao alto. Locução proferida pelo sacerdote ao iniciar o prefácio da missa, convidando os fiéis a prepararem suas almas para a participação no sacrifício.
suscipe Sancta Trinitas lat Recebei, ó Santíssima Trindade. Oração que o celebrante faz durante a missa, após o lavabo.
suscipe Sancte Pater lat Recebei, ó Pai Santo. Oração pela qual o sacerdote oferece a hóstia a ser consagrada durante a missa.
sus Minervam docet lat O porco ensina a Minerva. Diz-se sempre que alguém pretende ensinar a outrem aquilo em que ele é especializado. Equivale a: ensinar o pai-nosso ao vigário.
sustine et abstine lat Sofre e abstém-te. Princípio de espiritualidade, que consiste em suportar os incômodos da vida e abster-se de tudo que não seja absolutamente necessário.
tabula rasa lat Tábua raspada. Expressão muito empregada em linguagem filosófica de origem aristotélica. Aristóteles admitia que o espírito humano era, antes de qualquer experiência, inteiramente vazio como as tabuinhas cobertas de cera em que nada fora escrito.
taedium vitae lat Tédio da vida; desgosto de viver.
tantae molis erat lat Era tamanha a dificuldade. Expressão usada por Virgílio (Eneida, I, 33), descrevendo as dificuldades da fundação de Roma.
tanto tienes, quanto vales esp Tanto tens, tanto vales. Expressão que coloca o dinheiro acima dos valores morais e intelectuais.
tantum ergo lat Palavras iniciais da penúltima estrofe do hino Pange Língua, cantada antes da bênção do Santíssimo Sacramento.
tarde venientibus, ossa lat Ossos para os que chegam tarde. Aplica-se àqueles que, por desídia ou inépcia, perdem um bom negócio.
taxi-girl ingl Moça-taxa. Empregada de boate e outros lugares de diversão que recebe uma importância, para o estabelecimento, cada vez que dança com um dos freqüentadores.
te Deum lat A ti Deus. Rel e Mús 1 Hino sacro de ação de graças que começa com T-e Deum laudamus (A ti, ó Deus, louvamos) e é atribuído a Santo Ambrósio, ou a este e a Santo Agostinho, que, segundo a tradição, num rapto de fervor religioso, o improvisaram na Catedral de Milão, entoando alternadamente os seus versículos. 2 Cerimônia que acompanha essa ação de graças. 3 Solenidade religiosa em ação de graças, geralmente pública.
tempo di marcia ital Tempo de marcha. Movimento musical que regula o passo militar ordinário.
tempora si fuerint nubila solus eris lat Se os tempos forem nublados estarás só. Reflexão triste mas verdadeira, de Ovídio (Tristes, I, 1-40).
tempus edax rerum lat Tempo devorador das coisas. Pensamento de Ovídio (Metamorfoses, XV, 234).
tempus est optimus judex rerum omnium lat O tempo é o melhor juiz de todas as coisas.
tempus lenit odium lat O tempo abranda o ódio.
tenere lupum auribus lat Ter o lobo pelas orelhas. Vencer uma grande dificuldade, mas encontrar-se embaraçado em conseqüência desse mesmo triunfo.
terminus ad quem lat Termo a que. Ponto que determina o fim de uma ação.
terminus a quo lat Termo do qual. Ponto que marca o início de uma ação.
testis unus, testis nullus lat Testemunha única, testemunha nula. Aforismo antigo, recusado pelo Direito brasileiro, o qual admite, em determinadas circunstâncias, a validade do depoimento de uma só pessoa.
thalassa! thalassa! gr Ó mar! Ó mar! Exclamação de alegria dos soldados de Xenofonte, ao avistarem as praias do Ponto Euxino, durante a retirada dos dez mil.
that is the question ingl Esta é a questão. Expressão shakespeariana no monólogo de Hamlet.
the right man in the right place ingl O homem certo no lugar certo. Para indicar a competência de quem ocupa determinado cargo ou posto.
tibi quoque lat A ti também. Frase designativa dos bacharéis de Coimbra que colavam grau por decreto, sem prestar exames.
time is money ingl Tempo é dinheiro.
timeo Danaos et dona ferentes lat Temo os gregos ainda quando oferecem presentes. Episódio da Eneida, II, 49, que se refere ao famoso cavalo de Tróia, deixado como oferta aos deuses. Virgílio atribui a frase ao sacerdote de Laocoonte.
timeo hominem unius libri lat Temo o homem de um só livro. Santo Tomás de Aquino empregou esta expressão para dizer que temia aquele que não tinha uma cultura vasta, mas era adversário temível quando se aprofundava no estudo de uma especialidade.
tira la piedra y esconde la mano esp Atira a pedra e esconde a mão.
to be or not to be ingl Ser ou não ser. Assim inicia Shakespeare o monólogo de Hamlet (III, l) que caracteriza a existência de um indivíduo ou de um povo, em jogo.
totum continens lat Que contém tudo. Expressão designativa de um indivíduo que tem ou pretende ter muitas aptidões.
tour de mains fr Passagem de mãos. Contradança em que os pares se dão as mãos e as soltam em determinados momentos.
tour de promenade fr Passeio.
tous les genres sont bons, hors le genre ennuyeux fr Todos os gêneros são bons, fora o gênero aborrecido. Frase de Voltaire para justificar-se de ter escrito uma comédia.
tout passe, tout casse, tout lasse fr Tudo passa, tudo quebra, tudo cansa.
tout est bien qui finit bien fr Tudo que termina bem é bom.
trade marke ingl Marca de fábrica. Expressão impressa em produtos industriais, para garantia de sua procedência.
traduttori, traditori ital Tradutor, traidor. Trocadilho nada honroso para os tradutores considerados como infiéis ao pensamento do autor.
trahit sua quemque voluptas lat Cada qual tem o seu prazer que o arrasta. Palavras de Virgílio nas Éclogas.
trompe l’oeil fr Engana-olho. Pintura que produz, através de artifícios de perspectiva, a ilusão de objetos em relevo.
trop de zèle fr Muito zelo. Zelo comprometedor.
tua res agitur lat Trata-se de coisa tua. É de teu interesse (Horácio, Epístola I, 18, 84).
tu duca tu signore e tu maestro ital Tu guia, tu senhor, e tu mestre. Palavras de Dante a Virgílio (Inferno, II, 14).
tu es ille vir lat Tu és aquele homem. Palavras com que Natan repreendeu a Davi por seu adultério com a mulher de Urias, a quem mandou matar (II Samuel, XII, 7).
tulit alter honores lat Outro teve as honras. Queixa de Virgílio por ver outros colherem os frutos do seu trabalho.
tu quoque fili! lat Tu também, filho! Exclamação de César ao ver Bruto, considerado seu filho, entre os conspiradores.
tutti frutti ital Todas as frutas. Alimento preparado com todas as frutas.
tutti quanti ital Quantos outros. Segue-se a uma enumeração e tem, muitas vezes, sentido irônico.
ubi bene, ibi patria lat Onde se (vive) bem, aí (está) a pátria. Conceito materialista dos cosmopolitas.
ubi eadem ratio ibi eadem legis dispositio lat Dir Onde existe a mesma razão, aí se aplica o mesmo dispositivo legal.
ubicumque sit res, pro domino suo clamat lat Onde quer que esteja a coisa clama pelo seu dono. Princípio jurídico que resume o direito de propriedade, também citado assim em moral: res clamat domino, a coisa clama por seu dono.
ubi non est justitia, ibi non potest esse jus lat Onde não existe justiça não pode haver direito. A justiça é que sustenta as diversas formas de direito.
ubi Petrus, ibi Ecclesia lat Onde (está) Pedro aí (está) a Igreja. Provérbio muito citado pelos apologistas católicos que só consideravam verdadeira a igreja que estivesse em comunhão com o pontífice romano.
ubi societas, ibi jus lat Dir Onde (está) a sociedade aí (está) o direito. De modo geral, as causas correm no foro da comarca onde a sociedade foi estabelecida.
ubi solitudinem faciunt, pacem appelant lat Onde estabelecem a solidão, atraem a paz. Frase que Tácito atribui a um herói, vítima da rapinagem dos soldados romanos.
ultima ratio lat Última razão. Argumento decisivo e terminante.
ultima ratio regum lat Último argumento dos reis. Legenda gravada nos canhões de Luís XIV.
ultra petita lat Dir Além do pedido. Diz-se da demanda julgada além do que pediu o autor.
una salus victis, nullam sperare salutem lat A única salvação para os vencidos é não esperar salvação. Frase com que Enéias procura arrancar do desânimo os companheiros vencidos em Tróia.
una voce lat De comum acordo; em coro; unanimemente.
unguibus et rostro lat Com as garras e com o bico; com unhas e dentes.
urbi et orbi lat Para a cidade (de Roma) e para o universo. Diz-se das bênçãos dadas pelo papa, em circunstâncias especiais, quando as estende ao mundo inteiro.
uti, non abuti lat Usar, não abusar.
uti possidetis lat Dir Como possuís. 1 Fórmula diplomática que estabelece o direito de um país a um território, baseada na ocupação pacifica dele. 2 Princípio que faz prevalecer a melhor posse provada da coisa imóvel, no caso de confusão de limites com outra contígua.
utile dulci lat O útil ao agradável.
vade in pace lat Vai em paz. Palavras com que o confessor despede o penitente, depois de absolvê-lo.
vade mecum lat Vai comigo. Diz-se dos livros de conteúdo prático e útil, e formato pequeno.
vade retro, Satana! lat Vai para trás, Satanás! Expressão usada duas vezes por Jesus: (Mt. IV, 10) a fim de repelir o demônio que o tentava de idolatria e (Marcos, VIII, 33) para repreender o apóstolo Pedro, que desejava dissuadi-lo de aceitar a morte e a paixão.
vae soli! lat Ai do solitário! Expressão com que o Eclesiastes (IV, 10) lamenta a fraqueza do homem abandonado à própria sorte.
vae victis! lat Ai dos vencidos! Exclamação atribuída a Breno, célebre caudilho gaulês que derrotou e saqueou Roma no ano de 390 a. C.
vanitas vanitatum et omnia vanitas lat Vaidade das vaidades, e tudo é vaidade. Conclusão melancólica do Eclesiastes (XII, 8), sobre a pequenez das coisas deste mundo.
varietas delectat lat A variedade agrada.
varium et mutabile semper femina lat A mulher é algo mutável e inconstante. Expressão de Virgílio (Eneida, IV, 569-570).
velut aegri somnia lat Como os sonhos de doente. É como Horácio (Arte Poética, 7) compara as obras literárias, sem entrosamento nas idéias; são sonhos disparatados de um enfermo.
veniam petimus damusque vicissim lat Pedimos licença e a damos também. Horácio (Arte Poética, 2) aconselha a tolerância nas relações.

Veni Creator Spiritus lat Vinde Espírito Criador. Primeiro verso do hino litúrgico da festa do Espírito Santo.
venite, exultemus Domino lat Vinde, exultemos no Senhor. Palavras do breviário no invitatório de matinas, recitado diariamente pelos ministros sagrados.
veni, vidi, vici lat Vim, vi, venci. Palavras com que César anunciou, ao Senado Romano, sua vitória sobre Farnaces, rei do Ponto, no ano 47 a. C. São citadas como alusão a um êxito seguro e rápido em qualquer empreendimento.
ventus popularis lat Aura popular; popularidade.
vera incessu patuit dea lat Manifestou-se verdadeira deusa pelo andar. Modo como Virgílio se refere a Vênus (Eneida, 1, 405).
verba et voces, praetereaque nihil lat Palavras e vozes e nada mais. Verso de Ovídio em que o poeta verbera alguns discursos do seu tempo.
verba volant, scripta manent lat As palavras voam, os escritos permanecem. Provérbio de grande atualidade que aconselha prudência em pronunciamentos comprometedores e na assinatura de contratos bilaterais.
verbum pro verbo lat Palavra por palavra; ao pé da letra. Diz-se das traduções e interpretações fiéis.
vergiss mein nicht al Não me olvides; miosótis.
veritas odium parit lat A verdade gera o ódio. Conceito emitido por Terêncio, cujo pensamento é o seguinte: a complacência produz amigos e a franqueza, o ódio.
vesica piscis lat Bexiga de peixe. Grande nimbo em forma de amêndoa.
victis honos lat Honra aos vencidos. Empregada nas competições esportivas como sinal de confraternização.
victrix causa diis placuit, sed victa Catoni lat A causa vencedora agradou aos deuses, mas a vencida a Catão. Lucano, em Farsália, I, 128, alude à fidelidade de Catão a Pompeu, quando este foi derrotado por César. Emprega-se para expressar apoio a uma causa, embora vencida.
video meliora, proboque, deteriora sequor lat Vejo as coisas melhores e as aprovo, mas sigo as piores. Imagem do homem fraco, traçada por Ovídio (Metamorfoses, VII, 20). Vê o bem e o aprova, mas é arrastado pelas paixões.
vient de paraître fr Acaba de surgir. Usada no mercado de livros para anunciar as novidades literárias.
vincit omnia veritas lat A verdade vence todas as coisas.
vir bonus dicendi peritus lat Homem de bem, perito em falar. O perfeito orador, segundo Quintiliano, deve aliar a honestidade de vida à perfeição oratória.
vis-à-vis fr Frente a frente. Empregada quando alguém se encontra em frente a outra pessoa numa mesa, bailado etc.
vitam impendere vero lat Consagrar a vida à verdade.
vivas in Deo lat Que tu vivas em Deus. Frase com que os primeiros cristãos se despediam daqueles que morriam, desejando-lhes a felicidade eterna.
vivere parco lat Viver com pouco.
vivit sub pectore vulnus lat A ferida ainda vive no coração. O poeta Virgílio refere-se à paixão nascente de Dido.
volenti nihil difficile lat Nada é difícil a quem quer; querer é poder.
volenti non fit injuria lat Não se faz injúria àquele que consente. Axioma jurídico segundo o qual a vítima não se deve queixar em juízo de uma ofensa por ela consentida.
volti subito ital Volte rapidamente. Mús Expressão empregada nas partituras.
vox clamantis in deserto lat A voz do que clama no deserto. Palavras de São João Batista, referindo-se a si próprio (Mt. II, 3), quando pregava às multidões no deserto. A expressão passou a ser empregada para designar aquele cujas admoestações não são atendidas.
vox faucibus haesit lat A voz ficou presa na garganta. Expressão virgiliana para indicar uma forte emoção.
vox populi, vox Dei lat Voz do povo, voz de Deus. O assentimento de um povo pode ser o critério de verdade.
vulnerant omnes, ultima necat lat Todas ferem, a última mata. Inscrição filosófica em mostradores de relógios. Cada hora fere a nossa vida até que a derradeira a roube.

 

Publicado em

Código de Ética e disciplina da OAB

Código de Ética e disciplina da OAB

Publicado no DJU de 1º-3-1995.

TÍTULO I – DA ÉTICA DO ADVOGADO


Capítulo I


DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS FUNDAMENTAIS

art. 1º O exercício da advocacia exige conduta compatível com os preceitos deste Código, do Estatuto, do Regulamento Geral, dos Provimentos e com os demais princípios da moral individual, social e profissional.

art. 2º O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do estado democrático de direito, da cidadania, da moralidade pública, da Justiça e da paz social, subordinando a atividade do seu Ministério Privado à elevada função pública que exerce.

Parágrafo único. São deveres do advogado:

I – preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo seu caráter de essencialidade e indispensabilidade;

II – atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé;

III – velar por sua reputação pessoal e profissional;

IV – empenhar-se, permanentemente, em seu aperfeiçoamento pessoal e profissional;

V – contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis;

VI – estimular a conciliação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios;

VII – aconselhar o cliente a não ingressar em aventura judicial;

VIII – abster-se de:

a)  utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente;

b) patrocinar interesses ligados a outras atividades estranhas à advocacia, em que também atue;

c)  vincular o seu nome a empreendimentos de cunho manifestamente duvidoso;

d) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana;

e)  entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste;

IX – pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos seus direitos individuais, coletivos e difusos, no âmbito da comunidade.

art. 3º O advogado deve ter consciência de que o Direito é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos.

art. 4º O advogado vinculado ao cliente ou constituinte, mediante relação empregatícia ou por contrato de prestação permanente de serviços, integrante de departamento jurídico, ou órgão de assessoria jurídica, público ou privado, deve zelar pela sua liberdade e independência.

Parágrafo único. É legítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio de pretensão concernente à lei ou direito que também lhe seja aplicável, ou contrarie expressa orientação sua, manifestada anteriormente.

art. 5º O exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de mercantilização.

art. 6º
É defeso ao advogado expor os fatos em Juízo falseando deliberadamente a verdade ou estribando-se na má-fé.

art. 7º É vedado o oferecimento de serviços profissionais que impliquem, direta ou indiretamente, inculcação ou captação de clientela.


Capítulo II


DAS RELAÇÕES COM O CLIENTE

art. 8º O advogado deve informar o cliente, de forma clara e inequívoca, quanto a eventuais riscos da sua pretensão, e das conseqüências que poderão advir da demanda.

art. 9º A conclusão ou desistência da causa, com ou sem a extinção do mandato, obriga o advogado à devolução de bens, valores e documentos recebidos no exercício do mandato, e à pormenorizada prestação de contas, não excluindo outras prestações solicitadas, pelo cliente, a qualquer momento.

art. 10. Concluída a causa ou arquivado o processo, presumem-se o cumprimento e a cessação do mandato.

art. 11. O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento do mesmo, salvo por motivo justo ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis.

art. 12. O advogado não deve deixar ao abandono ou ao desamparo os feitos, sem motivo justo e comprovada ciência do constituinte.

art. 13. A renúncia ao patrocínio implica omissão do motivo e a continuidade da responsabilidade profissional do advogado ou escritório de advocacia, durante o prazo estabelecido em lei; não exclui, todavia, a responsabilidade pelos danos causados dolosa ou culposamente aos clientes ou a terceiros.

art. 14. A revogação do mandato judicial por vontade do cliente não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, bem como não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente, em face do serviço efetivamente prestado.

art. 15. O mandato judicial ou extrajudicial deve ser outorgado individualmente aos advogados que integrem sociedade de que façam parte, e será exercido no interesse do cliente, respeitada a liberdade de defesa.

art. 16. O mandato judicial ou extrajudicial não se extingue pelo decurso de tempo, desde que permaneça a confiança recíproca entre o outorgante e o seu patrono no interesse da causa.

art. 17. Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca, não podem representar em juízo clientes com interesses opostos.

art. 18. Sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes, e não estando acordes os interessados, com a devida prudência e discernimento, optará o advogado por um dos mandatos, renuncian-do aos demais, resguardado o sigilo profissional.

art. 19. O advogado, ao postular em nome de terceiros, contra ex-cliente ou ex-empregador, judicial e extrajudicialmente, deve resguardar o segredo profissional e as informações reservadas ou privilegiadas que lhe tenham sido confiadas.

art. 20. O advogado deve abster-se de patrocinar causa contrária à ética, à moral ou à validade de ato jurídico em que tenha colaborado, orientado ou conhecido em consulta; da mesma forma, deve declinar seu impedimento ético quando tenha sido convidado pela outra parte, se esta lhe houver revelado segredos ou obtido seu parecer.

art. 21. É direito e dever do advogado assumir a defesa criminal, sem considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado.

art. 22. O advogado não é obrigado a aceitar a imposição de seu cliente que pretenda ver com ele atuando outros advogados, nem aceitar a indicação de outro profissional para com ele trabalhar no processo.

art. 23. É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou cliente.

art. 24. O substabelecimento do mandato, com reserva de poderes, é ato pessoal do advogado da causa.

§ 1º O substabelecimento do mandato sem reservas de poderes exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente.

§ 2º O substabelecido com reserva de poderes deve ajustar antecipadamente seus honorários com o substabelecente.


Capítulo III


DO SIGILO PROFISSIONAL

art. 25. O sigilo profissional é inerente à profissão, impondo-se o seu respeito, salvo grave ameaça ao direito à vida, à honra, ou quando o advogado se veja afrontado pelo próprio cliente e, em defesa própria, tenha que revelar segredo, porém sempre restrito ao interesse da causa.

art. 26. O advogado deve guardar sigilo, mesmo em depoimento judicial, sobre o que saiba em razão de seu ofício, cabendo-lhe recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou tenha sido advogado, mesmo que autorizado ou solicitado pelo constituinte.

art. 27. As confidências feitas ao advogado pelo cliente podem ser utilizadas nos limites da necessidade da defesa, desde que autorizado aquele pelo constituinte.

Parágrafo único. Presumem-se confidenciais as comunicações epistolares entre advogado e cliente, as quais não podem ser reveladas a terceiros.


Capítulo IV


DA PUBLICIDADE

art. 28. O advogado pode anunciar os seus serviços profissionais, individual ou coletivamente, com discrição e moderação, para finalidade exclusivamente informativa, vedada a divulgação em conjunto com outra atividade.

art. 29. O anúncio deve mencionar o nome completo do advogado e o número da inscrição na OAB, podendo fazer referência a títulos ou qualificações profissionais, especialização técnico-científica e associações culturais e científicas, endereços, horário do expediente e meios de comunicação, vedadas a sua veiculação pelo rádio e televisão e a denominação de fantasia.

§ 1º Títulos ou qualificações profissionais são os relativos à profissão de advogado, conferidos por universidades ou instituições de ensino superior, reconhecidas.

§ 2º Especialidades são os ramos do Direito, assim entendidos pelos doutrinadores ou legalmente reconhecidos.

§ 3º Correspondências, comunicados e publicações, versando sobre constituição, colaboração, composição e qualificação de componentes de escritório e especificação de especialidades profissionais, bem como boletins informativos e comentários sobre legislação, somente podem ser fornecidos a colegas, clientes, ou pessoas que os solicitem ou os autorizem previamente.

§ 4º O anúncio de advogado não deve mencionar, direta ou indiretamente, qualquer cargo, função pública ou relação de emprego e patrocínio que tenha exercido, passível de captar clientela.

§ 5º O uso das expressões “escritórios de advocacia” ou “sociedade de advogados” deve estar acompanhado da indicação de número de registro na OAB ou do nome e do número de inscrição dos advogados que o integrem.

§ 6º O anúncio, no Brasil, deve adotar o idioma português e, quando em idioma estrangeiro, deve estar acompanhado da respectiva tradução.

art. 30. O anúncio sob a forma de placas, na sede profissional ou na residência do advogado, deve observar discrição quanto ao conteúdo, forma e dimensões, sem qualquer aspecto mercantilista, vedada a utilização de “outdoor” ou equivalente.

art. 31. O anúncio não deve conter fotografias, ilustrações, cores, figuras, desenhos, logotipos, marcas ou símbolos incompatíveis com a sobriedade da advocacia, sendo proibido o uso dos símbolos oficiais e dos que sejam utilizados pela Ordem dos Advogados do Brasil.

§ 1º São vedadas referências a valores dos serviços, tabelas, gratuidade ou forma de pagamento, termos ou expressões que possam iludir ou confundir o público, informações de serviços jurídicos suscetíveis de implicar, direta ou indiretamente, captação de causa ou clientes, bem como menção ao tamanho, qualidade e estrutura da sede profissional.

§ 2º Considera-se imoderado o anúncio profissional do advogado mediante remessa de correspondência a uma coletividade, salvo para comunicar a clientes e colegas a instalação ou mudança de endereço, a indicação expressa do seu nome e escritório em partes externas de veículo, ou a inserção de seu nome em anúncio relativo a outras atividades não advocatícias, faça delas parte ou não.

art. 32. O advogado que eventualmente participar de programa de televisão ou de rádio, de entrevista na imprensa, de reportagem televisionada ou de qualquer outro meio, para manifestação profissional, deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão.

Parágrafo único. Quando convidado para manifestação pública, por qualquer modo e forma, visando ao esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o advogado evitar insinuações a promoção pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter sensacionalista.

art. 33. O advogado deve abster-se de:

I – responder com habitualidade consulta sobre matéria jurídica, nos meios de comunicação social, com intuito de promover-se profissionalmente;

II – debater, em qualquer veículo de divulgação, causa sob seu patrocínio ou patrocínio de colega;

III – abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição que o congrega;

IV – divulgar ou deixar que seja divulgada a lista de clientes e demandas;

V – insinuar-se para reportagens e declarações públicas.

art. 34. A divulgação pública, pelo advogado, de assuntos técnicos ou jurídicos de que tenha ciência em razão do exercício profissional como advogado constituído, assessor jurídico ou parecerista, deve limitar-se a aspectos que não quebrem ou violem o segredo ou o sigilo profissional.


Capítulo V


DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS

art. 35. Os honorários advocatícios e sua eventual correção, bem como sua majoração decorrente do aumento dos atos judiciais que advierem como necessários, devem ser previstos em contrato escrito, qualquer que seja o objeto e o meio da prestação do serviço profissional, contendo todas as especificações e forma de pagamento, inclusive no caso de acordo.
§ 1º Os honorários da sucumbência não excluem os contratados, porém devem ser levados em conta no acerto final com o cliente ou constituinte, tendo sempre presente o que foi ajustado na aceitação da causa.

§ 2º A compensação ou o desconto dos honorários contratados e de valores que devam ser entregues ao constituinte ou cliente só podem ocorrer se houver prévia autorização ou previsão contratual.

§ 3º A forma e as condições de resgate dos encargos gerais, judiciais e extrajudiciais, inclusive eventual remuneração de outro profissional, advogado ou não, para desempenho de serviço auxiliar ou complementar técnico e especializado, ou com incumbência pertinente fora da Comarca, devem integrar as condições gerais do contrato.

art. 36. Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação, atendidos os elementos seguintes:

I – a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas;

II – o trabalho e o tempo necessários;

III – a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros casos, ou de se desavir com outros clientes ou terceiros;

IV – o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para ele resultante do serviço profissional;

V – o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente avulso, habitual ou permanente;

VI – o lugar da prestação dos serviços, fora ou não do domicílio do advogado;

VII – a competência e o renome do profissional;

VIII – a praxe do foro sobre trabalhos análogos.

art. 37. Em face da imprevisibilidade do prazo de tramitação da demanda, devem ser delimitados os serviços profissionais a se prestarem nos procedimentos preliminares, judiciais ou conciliatórios, a fim de que outras medidas, solicitadas ou necessárias, incidentais ou não, diretas ou indiretas, decorrentes da causa, possam ter novos honorários estimados, e da mesma forma receber do constituinte ou cliente a concordância hábil.

art. 38. Na hipótese da adoção de cláusula quota litis, os honorários devem ser necessariamente representados por pecúnia e, quando acrescidos dos de honorários da sucumbência, não podem ser superiores às vantagens advindas em favor do constituinte ou do cliente.

Parágrafo único. A participação do advogado em bens particulares de cliente, comprovadamente sem condições pecuniárias, só é tolerada em caráter excepcional, e desde que contratada por escrito.

art. 39.
A celebração de convênios para prestação de serviços jurídicos com redução dos valores estabelecidos na Tabela de Honorários implica captação de clientes ou causa, salvo se as condições peculiares da necessidade e dos carentes puderem ser demonstradas com a devida antecedência ao respectivo Tribunal de Ética e Disciplina, que deve analisar a sua oportunidade.

art. 40. Os honorários advocatícios devidos ou fixados em tabelas no regime da assistência judiciária não podem ser alterados no quantum estabelecido; mas a verba honorária decorrente da sucumbência pertence ao advogado.

art. 41. O advogado deve evitar o aviltamento de valores dos serviços profissionais, não os fixando de forma irrisória ou inferior ao mínimo fixado pela Tabela de Honorários, salvo motivo plenamente justificável.

art. 42. O crédito por honorários advocatícios, seja do advogado autônomo, seja de sociedade de advogados, não autoriza o saque de duplicatas ou qualquer outro título de crédito de natureza mercantil, exceto a emissão de fatura, desde que constitua exigência do constituinte ou assistido, decorrente de contrato escrito, vedada a tiragem de protesto.

art. 43. Havendo necessidade de arbitramento e cobrança judicial dos honorários advocatícios, deve o advogado renunciar ao patrocínio da causa, fazendo-se representar por um colega.

Capítulo VI


DO DEVER DE URBANIDADE

art. 44. Deve o advogado tratar o público, os colegas, as autoridades e os funcionários do Juízo com respeito, discrição e independência, exigindo igual tratamento e zelando pelas prerrogativas a que tem direito.

art. 45. Impõe-se ao advogado lhaneza, emprego de linguagem escorreita e polida, esmero e disciplina na execução dos serviços.

art. 46. O advogado, na condição de defensor nomeado, conveniado ou dativo, deve comportar-se com zelo, empenhando-se para que o cliente se sinta amparado e tenha a expectativa de regular desenvolvimento da demanda.

Capítulo VII


DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

art. 47. A falta ou inexistência, neste Código, de definição ou orientação sobre questão de ética profissional, que seja relevante para o exercício da advocacia ou dele advenha, enseja consulta e manifestação do Tribunal de Ética e Disciplina ou do Conselho Federal.

art. 48
. Sempre que tenha conhecimento de transgressão das normas deste Código, do Estatuto, do Regulamento Geral e dos Provimentos, o Presidente do Conselho Seccional, da Subseção, ou do Tribunal de Ética e Disciplina deve chamar a atenção do responsável para o dispositivo violado, sem prejuízo da instauração do competente procedimento para apuração das infrações e aplicação das penalidades cominadas.

TÍTULO II  – DO PROCESSO DISCIPLINAR


Capítulo I


DA COMPETENCIA DO TRIBUNAL
DE ÉTICA E DISCIPLINA

art. 49. O Tribunal de Ética e Disciplina é competente para orientar e aconselhar sobre ética profissional, respondendo às consultas em tese, e julgar os processos disciplinares.

Parágrafo único. O Tribunal reunir-se-á mensalmente ou em menor período, se necessário, e todas as sessões serão plenárias.

art. 50. Compete também ao Tribunal de Ética e Disciplina:

I – instaurar, de ofício, processo competente sobre ato ou matéria que considere passível de configurar, em tese, infração a princípio ou norma de ética profissional;

II – organizar, promover e desenvolver cursos, palestras, seminários e discussões a respeito de ética profissional, inclusive junto aos Cursos Jurídicos, visando à formação da consciência dos futuros profissionais para os problemas fundamentais da Ética;

III – expedir provisões ou resoluções sobre o modo de proceder em casos previstos nos regulamentos e costumes do foro;

IV – mediar e conciliar nas questões que envolvam:

a)  dúvidas e pendências entre advogados;

b) partilha de honorários contratados em conjunto ou mediante substabelecimento, ou decorrente de sucumbência;

c)  controvérsias surgidas quando da dissolução de sociedade de advogados.


Capítulo II


DOS PROCEDIMENTOS


art. 51.
O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação dos interessados, que não pode ser anônima.

§ 1º Recebida a representação, o Presidente do Conselho Seccional ou da Subseção, quando esta dispuser de Conselho, designa relator um de seus integrantes, para presidir a instrução processual.

§ 2º O relator pode propor ao Presidente do Conselho Seccional ou da Subseção o arquivamento da representação, quando estiver desconstituída dos pressupostos de admissibilidade.

§ 3º A representação contra membros do Conselho Federal e Presidentes dos Conselhos Seccionais é processada e julgada pelo Conselho Federal.

art. 52.
Compete ao relator do processo disciplinar determinar a notificação dos interessados para esclarecimentos, ou do representado para a defesa prévia, em qualquer caso no prazo de quinze dias.

§ 1º Se o representado não for encontrado ou for revel, o Presidente do Conselho ou da Subseção deve designar-lhe defensor dativo.

§ 2º Oferecida a defesa prévia, que deve estar acompanhada de todos os documentos e o rol de testemunhas, até o máximo de cinco, é proferido o despacho saneador e, ressalvada a hipótese do § 2º do artigo 73 do Estatuto, designada, se reputada necessária, a audiência para oitiva do interessado, do representado e das testemunhas. O interessado e o representado deverão incumbir-se do comparecimento de suas testemunhas, a não ser que prefiram suas intimações pessoais, o que deverá ser requerido na representação e na defesa prévia. As intimações pessoais não serão renovadas em caso de não-comparecimento, facultada a substituição de testemunhas, se presente a substituta na audiência.

§ 2º com a redação dada pelo Pleno do Conselho Federal da OAB, na sessão ordinária de 9-12-2002 (DJ de 3-2-2003).

§ 3º O relator pode determinar a realização de diligências que julgar convenientes.

§ 4º Concluída a instrução, será aberto o prazo sucessivo de quinze dias para a apresentação de razões finais pelo interessado e pelo representado, após a juntada da última intimação.

§ 5º Extinto o prazo das razões finais, o relator profere parecer preliminar, a ser submetido ao Tribunal.

art. 53. O Presidente do Tribunal, após o recebimento do processo devidamente instruído, designa relator para proferir o voto.

§ 1º O processo é inserido automaticamente na pauta da primeira sessão de julgamento, após o prazo de vinte dias de seu recebimento pelo Tribunal, salvo se o relator determinar diligências.

§ 2º O representado é intimado pela Secretaria do Tribunal para a defesa oral na sessão, com quinze dias de antecedência.

§ 3º A defesa oral é produzida na sessão de julgamento perante o Tribunal, após o voto do relator, no prazo de quinze minutos, pelo representado ou por seu advogado.

art. 54. Ocorrendo a hipótese do artigo 70, § 3º, do Estatuto, na sessão especial designada pelo Presidente do Tribunal, são facultadas ao representado ou ao seu defensor a apresentação de defesa, a produção de prova e a sustentação oral, restritas, entretanto, à questão do cabimento, ou não, da suspensão preventiva.

art. 55. O expediente submetido à apreciação do Tribunal é autuado pela Secretaria, registrado em livro próprio e distribuído às Seções ou Turmas julgadoras, quando houver.

art. 56. As consultas formuladas recebem autuação em apartado, e a esse processo são designados relator e revisor, pelo Presidente.

§ 1º O relator e o revisor têm prazo de dez dias, cada um, para elaboração de seus pareceres, apresentando-os na primeira sessão seguinte, para julgamento.

§ 2º Qualquer dos membros pode pedir vista do processo pelo prazo de uma sessão e desde que a matéria não seja urgente, caso em que o exame deve ser procedido durante a mesma sessão. Sendo vários os pedidos, a Secretaria providencia a distribuição do prazo, proporcionalmente, entre os interessados.

§ 3º Durante o julgamento e para dirimir dúvidas, o relator e o revisor, nessa ordem, têm preferência na manifestação.

§ 4º O relator permitirá aos interessados produzir provas, alegações e arrazoados, respeitado o rito sumário atribuído por este Código.

§ 5º Após o julgamento, os autos vão ao relator designado ou ao membro que tiver parecer vencedor para lavratura de acórdão, contendo ementa a ser publicada no órgão oficial do Conselho Seccional.

art. 57. Aplica-se ao funcionamento das sessões do Tribunal o procedimento adotado no Regimento Interno do Conselho Seccional.

art. 58. Comprovado que os interessados no processo nele tenham intervindo de modo temerário, com sentido de emulação ou procrastinação, tal fato caracteriza falta de ética passível de punição.

art. 59. Considerada a natureza da infração ética cometida, o Tribunal pode suspender temporariamente a aplicação das penas de advertência e censura impostas, desde que o infrator primário, dentro do prazo de cento e vinte dias, passe a freqüentar e conclua, comprovadamente, curso, simpósio, seminário ou atividade equivalente, sobre Ética Profissional do Advogado, realizado por entidade de notória idoneidade.

art. 60. Os recursos contra decisões do Tribunal de Ética e Disciplina, ao Conselho Seccional, regem-se pelas disposições do Estatuto, do Regulamento Geral e do Regimento Interno do Conselho Seccional.

Parágrafo único. O Tribunal dará conhecimento de todas as suas decisões ao Conselho Seccional, para que determine periodicamente a publicação de seus julgados.

art. 61. Cabe revisão do processo disciplinar, na forma prescrita no artigo 73, § 5º, do Estatuto.

Capítulo III


DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

art. 62. O Conselho Seccional deve oferecer os meios e suporte imprescindíveis para o desenvolvimento das atividades do Tribunal.

art. 63. O Tribunal de Ética e Disciplina deve organizar seu Regimento Interno, a ser submetido ao Conselho Seccional e, após, ao Conselho Federal.

art. 64. A pauta de julgamentos do Tribunal é publicada em órgão oficial e no quadro de avisos gerais, na sede do Conselho Seccional, com antecedência de sete dias, devendo ser dada prioridade nos julgamentos para os  interessados que estiverem presentes.

art. 65. As regras deste Código obrigam igualmente as sociedades de advogados e os estagiários, no que lhes forem aplicáveis.

art. 66. Este Código entra em vigor, em todo o território nacional, na data de sua publicação, cabendo aos Conselhos Federal e Seccionais e às Subseções da OAB promover a sua ampla divulgação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília-DF, 13 de fevereiro de 1995.
José Roberto Batochio

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Do processo e do Procedimento (artigos 270 a 296 do CPC)

Do processo e do Procedimento (artigos 270 a 296 do CPC)

Antecipação de Tutela (artigo 273) – O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação, e haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou desde que fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu. A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão fundamentada. Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até o final do julgamento. A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso.

Procedimento Ordinário (artigo 274) – Esse procedimento é o padrão, e sempre será utilizado quando não houver previsão em lei de procedimento diverso. Suas regras, contidas no artigo 282 do CPC, são as seguintes: a petição inicial indicará o juiz ou tribunal a que é dirigida; os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; o pedido, com as suas especificações; o valor da causa; as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; e o requerimento para a citação do réu. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.

Procedimento Sumário (artigos 275 a 281) – É o procedimento simplificado, para maior celeridade processual. É utilizado principalmente: nas causas cujo valor não exceda a sessenta vezes o valor do salário mínimo; e nas causas de qualquer valor, referentes a: arrendamento rural e parceria agrícola; nas de cobrança a condômino de qualquer quantia devida ao condomínio; de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico; nas ações de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre; nas de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução; e nas de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial. O Procedimento Sumário segue as bases do artigo 282, e deve conter, ainda, o rol de testemunhas e os quesitos, além da indicação de assistente técnico, no caso da necessidade de produção de provas.

Resposta do Réu (artigos 297 a 328) – Nos casos previstos em lei (rito sumário), a resposta do réu pode ser oral. O prazo é de quinze dias para contestação, reconvenção e exceção. Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões, de fato e de direito, pelas quais impugna o pedido do autor, e especificando as provas que pretende produzir. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: inexistência ou nulidade da citação; incompetência absoluta; inépcia da petição inicial; perempção; litispendência; coisa julgada; conexão; incapacidade da parte; defeito de representação ou falta de autorização; convenção de arbitragem; carência de ação; falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar.

Exceções (artigos 304 a 306) –
Ato pelo qual podem ser afastadas do processo pessoas incapazes de gerir e dar andamento à ação, tais como juízes e auxiliares da justiça.

Exceção de Incompetência (artigos 307 a 311) –
Tem sua eficácia sempre que se discute a competência territorial (relativa). Esse direito pode ser exercido em qualquer tempo ou grau de jurisdição, cabendo à parte oferecer exceção, no prazo de quinze dias, contados do fato que ocasionou a incompetência, o impedimento ou a suspeição. A petição pode ser protocolizada no juízo de domicílio do réu, com requerimento de sua imediata remessa ao juízo que determinou a citação. Recebida a exceção, o processo ficará suspenso até que ela seja definitivamente julgada. Exceção de incompetência não se confunde com a alegação de incompetência absoluta, que pode ser requerida em qualquer momento ou fase processual, e pode ser declarada de ofício.

Impedimento e Suspeição (artigos 312 a 314) – São aplicados todas as vezes que o juiz tiver ligação objetiva com as partes ou com o mérito da causa, o que pode provocar a nulidade do processo, se não for aplicada em momento oportuno.
– Impedimentos (relacionados no artigo 134 do CPC): É defeso ao juiz exercer suas funções em processo contencioso ou voluntário: de que for parte, ou em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha; em processo que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão, ou quando nele estiver postulando, como advogado da parte, seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta ou, na linha colateral, até o segundo grau; quando for cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau; e ainda quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa.
– Suspeição: Todas as vezes que a parcialidade do juiz comprometer o julgamento da lide. Sua aplicabilidade se revela: quando o juiz é amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; quando alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau; quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes; quando receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; quando aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio; ou quando interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo.

Reconvenção – Ato pelo qual o réu pode, no mesmo processo, apresentar pedido contra o autor. Esse ato processual só é possível quando a reconvenção é conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. As duas ações tramitarão em um mesmo processo e serão julgadas na mesma sentença. A reconvenção é apresentada junto com a contestação e em peça separada. Após recebida, o autor tem prazo de quinze dias para contestá-la sob pena de revelia, podendo a reconvenção prosseguir em caso de desistência pelo autor da ação principal.

Revelia – Ocorre pela perda do prazo para resposta do réu, e seus efeitos são a transformação dos fatos afirmados pelo autor da ação em verdadeiros. Contudo seus efeitos não se efetivam: se houver pluralidade de réus e algum deles contestar a ação; se o litígio versar sobre direitos indisponíveis; e se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considere indispensável à prova do ato. Ainda que ocorra revelia, o autor não poderá alterar o pedido, ou a causa de pedir, nem demandar declaração incidente, salvo se promover nova citação do réu, a quem será assegurado o direito de responder no prazo de quinze dias.

Declaração Incidente (artigo 325) – Ocorre todas as vezes que for necessária a apreciação pelo juiz de uma questão prejudicial, e dessa declaração depender, no todo ou em parte, o julgamento final da lide.

Julgamento Conforme o Estado do Processo (artigos 329 a 331) – Na ocorrência de qualquer das hipóteses previstas nos arts. 267 e 269, II a V, o juiz declarará extinto o processo. No caso de encerrada a fase de postulação das partes, o juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença: quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou , sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produzir prova em audiência; e quando ocorrer a revelia (art. 319). – See more at: http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/direito-processual-civil/do-processo-e-do-procedimento-artigos-270-a-296-do-cpc#sthash.0Fd3Q76V.dpuf

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120 Pegadinhas em Língua Portuguesa

120 Pegadinhas em Língua Portuguesa

Pegadinha 1

Ela quer se aparecer. 

 

Termo muito usado e completamente errado. Certos verbos são essencialmente pronominais como suicidar-se, por exemplo. Outros, porém, jamais podem ser usados com pronomes, como os verbos da dica anterior, simpatizar ou  antipatizar.

Trazemos um desses verbos que jamais são usados com pronome, que é o verbo aparecer. Esse é um típico verbo intransitivo. Não admite voz reflexiva, objetos de espécie alguma. Não se pode aparecer ninguém e, também, aparecer a si mesmo. Escreve-se corretamente, assim:

 

Ela quer aparecer. 

Pegadinha 2

 

São os banqueiros que acabam lucrando.

Neste tópico de dicas de português para concursos, a expressão é que não é genuinamente um verbo. Trata-se simplesmente de uma locução de realce, que a usamos, evidentemente, para dar destaque à ideia expressa na frase.

Por tratar-se de um mero adorno frasal, essa locução é totalmente dispensável sem prejuízo para o sentido da oração. Exemplo: É os banqueiros que acabam lucrando. = Os banqueiros acabam lucrando. (A igualdade é de significação, é lógico.)

Mais exemplos:

Só nós dois  é que sabemos o quanto nos queremos bem. (Letra de canção portuguesa.) Seria ridículo dizer: Só nós dois somos que sabemos o quanto nos queremos bem. A frase original pode ser escrita, sem nenhum prejuízo para a sua significação: Só nós dois sabemos o quanto nos queremos bem.

É eles  que representarão o presidente. Essa frase está correta. Estaria incorreta se fosse escrita assim:  São eles que representarão o presidente. Se eliminarmos do contexto a expressão de realce  é que, veremos que o sentido é o mesmo:  Eles representarão o
presidente.

Muito cuidado! Nas questões de português, sobre concordância verbal, as organizadoras de vestibulares e concursos públicos costumam usar, de vez em quando, frases desse tipo, induzindo o vestibulando ou concursando a considerá-las incorretas.

Concluindo, indicamos como escrita correta da frase do topo a seguinte construção:

É os banqueiros que acabam lucrando.

ou

Os banqueiros é que acabam lucrando.

Lembrar: é que – é uma locução de realce.

Pegadinha 3

 

Inglaterra confirma invasão ao Iraque.

 

Jamais poderá ocorrer invasão a lugar algum. Porém, o que é possível acontecer é invasão de algum lugar. Escreve-se com correção, assim:

 

Inglaterra confirma invasão do Iraque.

Veja, a seguir, outros exemplos corretamente escritos:

Invasão de privacidade.

Invasão de domicílio.

A invasão do estádio pela polícia deu-se às 20 horas de ontem.

Pegadinha 4

 

O acidente aconteceu porque o motorista dormiu no volante. 

Para que alguém consiga dormir no volante, é necessário que este seja, no mínimo, do tamanho de uma cama. Convenhamos, volantes desse tamanho ainda não foram fabricados.

Então, melhor seria dormir no banco do automóvel ou, mais adequadamente, em uma cama com mais conforto. Quem dorme bem, dorme em algum lugar. Já “dormir próximo” ou “junto” significa dormir a (preposição) com o respectivo artigo (o ou a). O correto seria escrever:

O acidente aconteceu porque o motorista dormiu ao volante. 

A seguir, outros exemplos de frases corretamente grafadas:

A moça dormiu ao computador.

O marinheiro dormiu ao timão.

Romeu dormia à janela de Julieta.

Pegadinha 5

Marcos é um parasita da mulher.

Parasita, com  a final, é denominação exclusiva de certas plantas.  Para pessoas e animais, usa-se parasito. O correto seria escrever:


Marcos é um parasito da mulher.

Eis outros exemplos de frases corretamente grafadas:

Raquel age como um parasito da mãe.

Há sujeitos que são autênticos parasitos da sociedade.

A pulga é um parasito, como também o é o carrapato.

Precisamos exterminar as parasitas que estão nessa árvore.

As parasitas debilitaram nosso pomar.

Pegadinha 6

Confesso que me simpatizei com ela. 

O verbo simpatizar, como também seu antônimo antipatizar não são empregados com pronomes. Portanto, escreve-se correto, grafando-se assim:

Confesso que simpatizei com ela. 

Abaixo, seguem outros exemplos de frases corretamente escritas:

Você simpatizou com a moça, mas ela antipatizou com você.

Antipatizo com políticos em geral.

Simpatizamos com a nova professora.

Eles antipatizam conosco.

Pegadinha 7

Começou nevar hoje cedo em Urubici. 

Certas notícias são dadas de modo negligente, sem nenhuma preocupação com as regras do idioma. O verbo  começar forma locução com outro verbo, no infinitivo, por intermédio da preposição a. Exemplos:

Nice começou a chorar.

Naquela hora, Eliane começou a rir.

Começou a chover.

Eis a frase do topo corretamente escrita:

Começou a nevar hoje cedo em Urubici. 

Pegadinha 8

Vou mostrar-lhe meu caderno, mas não repare a desorganização.

O verbo reparar assume dois significados. O que irá determiná-los é a presença ou não da preposição em. Veja, a seguir:

Com a preposição em significa notar, observar: Repare nos exemplos que damos nesta lição de gramática.

Entre, mas não repare na bagunça.

Posso escrever, porém não reparem em meus erros de português.

Sem a preposição em, significa consertar, indenizar: O técnico reparou o computador que estava avariado.

A empresa reparou os danos causados.

O juiz condenou o prefeito a reparar os prejuízos sofridos pelos camelôs.

O mecânico reparará o motor do carro.

Então escreve-se corretamente a frase original da seguinte maneira:

Vou mostrar-lhe meu caderno, mas não repare na desorganização.

Pegadinha 9

Residente à Rua Joana Sartóri. 

As palavras residente, morador, situado e sua forma reduzida sito não admitem a preposição a para ligar-se ao respectivo logradouro, mas, sim, a preposição locativa  em. Não se diz, por exemplo, que um imóvel está situado a Campinas, porém em Campinas.

Veja os exemplos que seguem:  O escritório, sito na Rua Filisbina, recebe seus clientes de segunda a sexta-feira. O prédio está situado na Avenida Duque de Caxias. Márcio, morador na Travessa Cotia, prestou depoimento ontem. Resido na Alameda Tabajara.

A frase do topo escrita corretamente fica assim:

Residente na Rua Joana Sartóri.  

Pegadinha 10

Costuma se fazer bons negócios nesta feira. 

O verbo concorda com o seu sujeito, na voz passiva. Observe que temos dois verbos, um auxiliar e outro, principal.

Veja outros exemplos de uso da voz passiva em situações semelhantes: Não se podem prever essas situações. (Não podem ser previstas essas situações.) Devem-se devolver os crachás ao final do evento. (Devem ser devolvidos os crachás ao final do evento.)

A frase inicial estaria corretamente escrita da seguinte maneira:

Costumam se fazer bons negócios nesta feira.

Pegadinha 11

Não exceda da dosagem alcoólica permitida.

O verbo exceder não admite preposição. Outros exemplos: O motorista foi multado porque excedeu os limites de peso de carga de seu caminhão. (Errado: O motorista foi multado porque excedeu dos limites de peso de carga de seu caminhão.) Lotação: 42 passageiros. Não exceda este limite. (Errado: Lotação: 42 passageiros. Não exceda deste limite.)

O certo seria escrever a frase original do seguinte modo:

Não exceda a dosagem alcoólica permitida.

 
Pegadinha 12

Não fiz o dever de matemática. 

Para muitas pessoas, há uma confusão muito grande,  envolvendo os significados das palavras  dever e  deveres. Inicialmente, determinemos suas semânticas, conforme os bons dicionários:
dever: obrigação;
deveres: tarefas (sempre no plural).
O exemplo seguinte economiza muita explicação e esclarece a questão:
O dever de cada estudante é fazer seus deveres escolares.

Talvez, esta regrinha ajude a estabelecer com mais clareza a distinção:
deveres (tarefas) se fazem;
dever (obrigação) se cumpre.

Outros exemplos:
Ele cumpriu o dever de pai.
O dever de todo militar é servir o seu país.
Deixei de fazer os deveres de geografia.
Ela não dá conta de realizar os deveres domésticos. Precisa de uma empregada.
A frase original, corrigida, fica assim:

Não fiz os deveres de matemática.

Pegadinha 13

O comandante nos disse que ficássemos alertas.

Aqui está uma dica de português para vestibular e concurso, a qual tem gerado muita controvérsia. A palavra alerta pertence à classe dos advérbios e, como tais, é invariável. Não se flexiona para indicar gênero (Ele está  alerta.), como também para indicar número (Permaneço  alerta. Permanecemos  alerta. Eles permanecem  alerta.). Só se admite variação, quando substantivada, isto é, quando a palavra estiver acompanhada de artigo (Esqueci os alertas do comandante.).

Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:

O comandante nos disse que ficássemos alerta. 

Pegadinha 14

Depois de vinte minutos de interrupção, o árbitro deu continuidade ao jogo.

Esta seção de dicas de português para concursos expõe um grande equívoco de uso das palavras continuidade e continuação, conforme se explica a seguir.
continuidade — propriedade física da superfície dos corpos;
continuação — prosseguimento;

Exemplos:
A continuidade do grande espelho do salão foi afetada por uma rachadura na parte superior direita.
A continuidade do leito da ponte foi interrompida por uma trinca de uns dez centímetros, de lado a lado.
Em continuação a esta exposição de razões, falarei, agora, sobre os meninos de rua.
Precisamos dar continuação àquela partida de xadrez, no prazo máximo de cinco dias contados de sua interrupção.
Depois que o aluno alterado retirou-se da sala, o professor deu continuação à aula.

Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:

Depois de vinte minutos de interrupção, o árbitro deu continuação ao jogo. 

Pegadinha 15

 

A polícia não pode prendê-lo porque ele é de menor. 

Eis uma seção de dicas de português para vestibulares e concursos cuja sutileza muita gente boa não percebe.

O predicativo dessa frase liga-se ao sujeito com auxílio de verbo de ligação sem preposição.

O povo é que construiu essa anomalia. Veja outros exemplos de predicativo:
Ele é sargento do exército.
Ela é maior de 14 anos.
Ela é a rainha do colégio.
Ele é menor de 6 anos.
Meu pai é professor.

Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:

A polícia não pode prendê-lo porque ele é menor de idade. 

Pegadinha 16

Sou difícil de fazer amizade. 

Neste tópico de dicas de português para concursos,  a frase já se inicia por uma incoerência, pois ninguém é difícil ou fácil de coisa alguma. Pelo menos, assim se espera. O que é difícil não é a pessoa, mas sim a  ação de fazer amizade. O sujeito dessa frase é oracional —  fazer amizade — e o predicativo é  difícil. O verbo é de ligação — ser.

Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:

É-me difícil fazer amizade.
ou
Fazer amizade me é difícil.
ou 
Fazer amizade é difícil para mim.

Pegadinha 17

Já comuniquei o chefe que a mercadoria chegou.

Esta pegadinha de português para vestibular e concurso aborda um deslize sutil e corriqueiro, ideal para uma questão de concurso. Não devemos, jamais, comunicar  uma pessoa, seja ela quem for. O que se comunica é o objeto da comunicação, isto é, o assunto, o fato ocorrido. Comunica-se, sim, à pessoa um determinado fato.

O verbo comunicar possui dois objetos. Um deles é o objeto indireto, que é a pessoa que recebe a comunicação. A esse objeto o verbo se liga sempre por meio de preposição. O outro complemento verbal é o objeto direto, que representa o fato comunicado.

Veja os seguintes exemplos:  Daniel comunicou ao Mário a demissão da antiga secretária
O presidente comunicou ao povo a decisão que tomara quando decidiu o caso.
O marido comunicou à mulher que naquele dia não iria almoçar em casa.

Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:

Já comuniquei ao chefe que a mercadoria chegou. 

Pegadinha 18

 

A rapariga está meia aborrecida. 

Mais um exemplo de pegadinha que tirou preciosos pontos para a aprovação de muitos vestibulandos e concursandos. Meia, modificando substantivo, é adjetivo e varia em gênero e número.

Exemplos:
Meio litro de água. (metade do litro)
Meia xícara de café. (metade da xícara)
Ele fala em meias palavras. (metade das palavras, como metáfora de “não dizer tudo”)
Ele se expressa em meios termos. (idem, explicação acima)
Meio, modificando adjetivo, é advérbio e, como tal, não varia. Exemplos:
Ela está meio triste.
As duas moças permanecem meio confusas.

Então, depois de corrigida a frase inicial, fica assim:

A rapariga está meio aborrecida.  

Pegadinha 19

 

Mais de um artista cantarão.

Este caso exige-nos atenção redobrada. Embora saibamos que a expressão “mais de um artista” representa, no mínimo, duas pessoas, devemos levar o verbo à forma da terceira pessoa singular  cantará, fazendo a concordância gramatical com o numeral  um da expressão “mais de um”.

Veja outros exemplos:
Mais de um automóvel foi sorteado.
Mais de uma mulher assistiu à cena.
Do mesmo modo, é feita a concordância de frases do tipo Menos de dois alunos fizeram a prova. Nessa frase, embora compreendamos que a expressão “menos de dois alunos” representa, quantitativamente, um aluno; a concordância também é gramatical, com base no numeral dois da expressão “menos de  dois alunos”, e não ideológica, isto é,
com a idéia ou sentido que a frase puder sugerir.

Outros exemplos:
Menos de dois livros, foram queimados no incêndio.
Menos de duas moças saíram antes de o espetáculo se findar.
Então, depois de corrigida a frase inicial, fica assim:

Mais de um artista cantará. 

Pegadinha 20

Eu nasci há trinta e cinco anos atrás. 

Esta pegadinha nos lembra uma famosa música dos anos setentas — Eu nasci há dez mil anos atrás. Há excesso nessa frase! Quando ocorre excesso desse tipo, dizemos que existe redundância, isto é, repetição viciosa, que só empobrece a linguagem de quem a comete. O verbo haver, por si só, já representa “tempo transcorrido”, a palavra atrás é redundante. Deve-se, portanto, escolher — ou se escreve há, do verbo haver, ou atrás.  Então, depois de corrigida a frase inicial, poderia ser escrita de duas maneiras:

Eu nasci há trinta e cinco anos. 
 ou
Eu nasci trinta e cinco anos atrás. 

Pegadinha 21

Viemos aqui, nesta hora, expressar nosso agradecimento pelo grande favor que nos fizeram. 

Neste caso, apresenta-se um verbo comumente usado de maneira errada em algumas de suas formas. Nesta oportunidade falaremos apenas sobre um desses deslizes cometidos com o uso indevido do verbo vir. Ninguém diz: “estivemos aqui, nesta hora.” Diz-se, porém, no tempo certo: “estamos aqui, nesta hora.” Se é “nesta hora” que o fato ocorre, então, o verbo deve estar no presente.

Então, depois da correção, tem sua frase inicial assim escrita:

Vimos aqui, nesta hora, expressar nosso agradecimento pelo grande favor que nos fizeram. 

Pegadinha 22

O político que se pode confiar ainda não nasceu. 

Este é erro próprio da fala popular, linguagem que  não está nem aí para a regência verbal. Erros desse tipo são muito explorados em provas de vestibulares e concursos públicos. Esteja alerta, caro leitor. A regência do verto confiar exige a preposição em, pois quem confia, confia em alguém, e não confia alguém.

Este tópico, depois da correção, tem sua frase inicial escrita assim:

O político em que se pode confiar ainda não nasceu. 

Pegadinha 23

Traze-me uns pastelzinhos. 

Neste tópico, focalizamos um aspecto muito explorado em provas de vestibulares e concursos públicos – o plural dos diminutivos em -zinho -, que é feito do seguinte modo:
A – leva-se o substantivo ao plural em seu grau normal: pastéis;
B – retira-se o s final: pastei;
C – acrescenta-se -zinhos, e pronto: pasteizinhos.

Outros exemplos:
pãezinhos
carreteizinhos
limõezinhos
caracoizinhos
aneizinhos

Depois da correção, a frase correta fica assim:

Traze-me uns pasteizinhos. 

Pegadinha 24

 

O relógio marcou meio-dia e meio. 

Esta  pegadinha que, de vez em quando, figura em provas de vestibular e concurso, sempre acaba tirando candidatos do páreo. A palavra que se refere a horas é meia e não meio. Diz-se nove horas e meia, vinte horas e meia e assim por diante.  Então, depois da correção, temos a seguinte frase:

O relógio marcou meio-dia e meia.  

Pegadinha 25

Ao comer, tenha cuidado com os espinhos de peixe. 

Esta pegadinha apresenta mais uma popularização errônea de uma palavra. Peixe não tem espinhos. Isso é próprio de certas plantas e, quando muito, do porco-espinho. Peixe tem espinhas. É bom estar preparado para a ocorrência de casos como o desta dica, em provas de vestibular e concurso.

Então, depois da correção, temos a seguinte frase:

Ao comer, tenha cuidado com as espinhas de peixe. 

Pegadinha 26

Nossa situação está russa. 

Esta pegadinha  nos adverte para não confundir estado físico ou mental com estado político. Russa refere-se à Rússia. Quando se quer dizer que a situação está feia, diz-se que está ruça (com ç), que significa a cor pardacenta, escura. Em provas de vestibular e concurso, não é raro questões desse gênero.

Então, depois da correção, temos a seguinte frase:

Nossa situação está ruça. 

Pegadinha 27

O juiz leu os 3º, 4º e 5º parágrafos. 

Eis um tema frequentemente cobrado em provas de vestibular e concurso — a concordância nominal. A frase em destaque, acima, está mal formulada quanto ao aspecto da concordância nominal. Mesmo que haja uma lista ou uma série de elementos antes do artigo, este deve concordar com o elemento mais próximo. O artigo deve ficar no singular, diante de palavra no singular.

Exemplos:
Este cartório serve a 2ª e 3ª varas de família.
A revogação atingiu o 4º, 5º, 6º e 7º artigos da antiga lei.
Estamos discutindo o I e II itens do contrato.
A 1ª, 2ª e 3ª séries terão aulas de educação física.
Então, depois da correção, temos a seguinte frase:

O juiz leu o 3º, 4º e 5º parágrafos. 

Pegadinha 28

O chefe reclamou porque a secretária não tinha entregue o relatório. 

Nesta pegadinha, temos que considerar que existem duas línguas faladas no País — a culta e a popular. Esta é falada sem nenhuma preocupação com o idioma, enquanto aquela cujo conhecimento é exigido em provas de vestibular e concurso, subordina-se às normas da língua portuguesa falada no Brasil.  O verbo entregar possui dois particípios — entregue e entregado. Com os verbos ter e haver, usa-se entregado. Por outro lado, a forma entregue é usada com os verbos ser e estar.

Exemplos:
A moça não havia entregado o bilhete.
João já tinha entregado as passagens.
Uma lista nova é entregue todas as manhãs.
Não se preocupe, a encomenda foi entregue.
A mercadoria está entregue.
A frase acima, depois de corrigida, fica assim:

O chefe reclamou porque a secretária não tinha entregado o relatório.

Pegadinha 29

Ele se acorda às seis horas todos os dias. 

Nesta frase o pronome  se está tornando a frase incoerente, isto é, o emprego desse pronome é inadequado. Em provas de vestibular e concurso público, esse tipo de ocorrência provoca a chamada incoerência textual ou linguagem inconsequente.

Ninguém acorda a si mesmo! Cada indivíduo, simplesmente,  acorda ou, então, é acordado por alguém, algum som alto, um terremoto etc. Agora, decididamente, acordar a si mesmo é proeza que escapa à habilidade humana.  A frase equivocada, depois de corrigida, fica assim:

Ele acorda às seis horas todos os dias. 

Pegadinha 30

O governo vai criar novos impostos. 

A expressão  criar novos é da mesma família de  subir pra cima, descer pra baixo, chutar com os pés etc. Já que não é viável criar nada velho, escreva-se, pois, apenas criar, e pronto!  A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

O governo vai criar impostos. 

Pegadinha 31

Não me importo que o Palmeiras perca.

Faz-se três construções com o verbo importar-se, sempre pronominal no sentido de ter
importância ou interesse:

1 – quando o sujeito for uma oração introduzida pela conjunção integrante que, o
verbo importar deve estar no subjuntivo (exclusivamente para casos como o da
presente dica). Exemplos:
Não me importa que você discorde.
Não me importa que o partido perca.
2 – quando o sujeito não for uma oração, usa-se somente importa, sem a
conjunção que:
Não me importa a derrota da Argentina.
3 – se ao verbo seguir a preposição com, emprega-se importo, forma do presente
do indicativo. Exemplos:
Não me importo com tuas lamúrias.
Não me importo com frescuras.
Outros exemplos em outros tempos verbais:
Não me importará que ele vença a competição.
Não me importaria que Márcia dissesse a verdade.
Naquela época, não me importava que a economia fosse mal.
Não me importaram os elogios baratos.
Não me importou a vitória inglesa.
Não me importarei com divertimentos banais.
Não me importava com coisa alguma.
Depois da correção, a frase fica assim:

Não me importa que o Palmeiras perca. 

Pegadinha 32

A palestra agradou os congressistas. 

Esta é uma questão de transitividade verbal. O verbo agradar, usado como transitivo
direto, significa fazer carinho, mimar, enfim fazer as vontades.

Exemplos:
A mãe agrada o filho recém-nascido, a fim de que ele pare de chorar.
A namorada agrada o rapaz, com elogios e atenções desmedidos.
Conforme exposto acima, palestra nenhuma poderá agradar os congressistas ou quem
quer que seja.
Uma boa palestra, mas só se for boa mesmo, poderá agradar aos congressistas (note a
preposição  a); pois o verbo  agradar, usado como transitivo indireto, significa
corresponder à expectativa, satisfazer, produzir agrado. Veja outros exemplos de
frases com o verbo agradar, empregado como transitivo indireto. Exemplos:
O filme agradou aos estudantes.
A prova agradou aos candidatos.
O resultado não agradou a mim.

A frase inicial, depois da correção, se apresenta assim:

A palestra agradou aos congressistas. 

Pegadinha 33

Ganho apenas um mil reais por mês.

Não se mistura um (singular) com mil (plural). Com mil só se usam os numerais dois,
três, quatro e os que exprimirem valor superior.

Exemplos:
Comprei mil quilos de farinha.
Vendemos mil quilos de peixe,
Transportamos dois mil suínos para o Nordeste.
Trouxemos seis mil sacas de cimento.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Ganho apenas mil reais por mês. 

Pegadinha 34

O time perdeu porque seu centroavante não chutou em gol durante toda a partida. 

Neste caso, quem acaba perdendo, verdadeiramente, é quem diz ou escreve uma frase
dessas, desperdiçando a oportunidade de calar-se. O verbo chutar admite as seguintes
regências: chutar a, chutar para, chutar contra ou, simplesmente, chutar. Exemplos:
O jogador chutou a gol.
O jogador chutou para o gol.
O jogador chutou contra o gol.
O goleiro chutou para fora.
O jogador chutou acima da trave. (E não: … em cima da trave.)
A expressão dar chutes pode ser usada, também, com a preposição em. Exemplos:
O jogador deu chutes na bola contra o gol adversário.
A criança dava chutes na porta.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:

O time perdeu porque seu centroavante não chutou a gol durante toda a partida. 

Pegadinha 35

Ninguém sabe aonde eu moro!

Aonde somente se emprega com verbos e expressões que indicam movimento:
E agora! Vamos aonde?
Determinaram sua ida aonde?
Já, para designar um local, usa-se onde:
Trabalho onde poucos teriam coragem de trabalhar.
A frase inicial, devidamente corrigida, fica assim:

Ninguém sabe onde eu moro!  

Pegadinha 36

A obrigação do preenchimento da guia é do próprio contribuinte!

A palavra  obrigação exige um tipo de preposição, conforme o elemento ao qual se refere. Referindo-se a nomes, no sentido de fazer uma determinada ação,  obrigação exige a preposição a. Referindo-se a verbos, exige a preposição de. Já, referindo-se a nomes, usada sempre no plural (obrigações), no sentido de compromisso, exige a combinação das preposições para com.

Exemplos:
A obrigação ao alistamento militar é intransmissível. (fazer o alistamento)
A obrigação de pagar as custas é do requerente.
Todo técnico de futebol tem obrigação para com seus jogadores.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:

A obrigação ao preenchimento da guia é do próprio contribuinte!

Pegadinha 37

Toda a mulher casada deveria saber dirigir automóvel. 

Toda a (note a presença do  artigo) significa  inteira. Depois desse entendimento, a frase
parece esdrúxula da cabeça aos pés!
Toda (note a ausência do artigo) significa qualquer. Agora, sim, a frase passa a ter sentido,
pois se quer referir, na frase inicial, a qualquer mulher, e não à mulher inteira.
Veja os seguintes exemplos:
Todo homem deveria falar uma língua além da materna. (qualquer homem)
Todo o homem tremia de frio. (o homem inteiro)
Toda a cidade festejou a vitória do time. (a cidade inteira)
Toda cidade tem problemas com drogas. (qualquer cidade)
A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Toda mulher casada deveria saber dirigir automóvel. 

Pegadinha 38

Se você ver o Marcos, diga-lhe que a data do concurso foi adiada! 

Esta frase representa uma pedra no sapato para muitos candidatos. O futuro do
subjuntivo do verbo ver faz-se assim: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Se você vir o Marcos, diga-lhe que a data do concurso foi adiada! 

Pegadinha 39

Depois que ouvi a notícia, fiquei curioso por conhecer aquela cidade. 

Eis um equívoco no uso da regência nominal.  Curioso e  curiosidade pedem a preposição de para unirem-se a seus complementos. Algumas vezes, ficamos curiosos de ou temos curiosidade de alguma coisa, porém jamais por alguma coisa.

Exemplos:
Curioso de saber por que errava tanto, resolvi ler mais e estudar português.
Curioso de vê-lo chegar àquela hora, quis saber onde estivera.
A curiosidade infantil de entender como o rádio funcionava levou-o à faculdade de
engenharia, na qual destacou-se como o mais qualificado aluno.
A palavra  curioso pode ser usada sem complemento. Algumas pessoas são levadas a
confundir a regência nessa construção, achando, erroneamente, que curioso pede a
preposição por.

Exemplo:
Sou curioso por estar sempre inquieto.
Levando a frase acima à ordem direta, comprova-se que a preposição não é exigida pela
palavra curioso, mas apenas é parte integrante do adjunto adverbial de modo:
Por estar sempre inquieto, sou curioso.
A frase correta seria:

Depois que ouvi a notícia, fiquei curioso de conhecer aquela cidade. 

Pegadinha 40

Na prova, pediam-se cálculos difíceis de resolverem. 

A presente frase apresenta erro no uso do infinitivo. Não se flexiona o infinitivo que vem depois das expressões difíceis de, fáceis de, bons de, gostosos de etc.

Exemplos:
Filmes difíceis de compreender.
As explicações da professora são fáceis de entender.
São trabalhos bons de realizar.
Bolos gostosos de saborear.
A frase acima estará correta, se assim for escrita:

Na prova, pediam-se cálculos difíceis de resolver. 

Pegadinha 41

O preço do quilo da laranja varia entre um a dois reais.

Esta  frase é de relativa importância para quem vai prestar provas de concursos. Entre
se relaciona com e, e não com a:
O espetáculo começará entre vinte e vinte e uma horas.
Se na frase não constar a palavra entre, tudo bem! Nesse caso, usa-se a preposição a:
A altura da fogueira oscilava de trinta a quarenta metros.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:

O preço do quilo da laranja varia entre um e dois reais. 

Pegadinha 42

O touro investiu no capataz. 

Nesta pegadinha, aborda-se a diferença de significado de um verbo, conforme a preposição que o acompanha. Veja, a seguir, os possíveis significados do verbo investir:
1 – usado com a preposição em, significa empossar, aplicar dinheiro:
O presidente do tribunal investiu Márcio no cargo de analista.
O corruptos investem em bolsas estrangeiras.
2 – no sentido de atacar é usado com as preposições contra ou sobre:
A onça investe contra (ou sobre) o caçador.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

O touro investiu sobre (ou contra) o capataz. 

Pegadinha 43

Fiquem absolutamente tranquilos, eu ressarço os acionistas.

Nesta pegadinha falaremos sobre um verbo com certas anomalias. Trata-se do verbo ressarcir. Esse verbo só é conjugado nas formas em que o acento tônico não incide no radical. Desse modo, o presente do indicativo só possui as formas:  ressarcimos e ressarcis.

Quando não existe uma determinada forma verbal, substituímos por outra de mesmo significado. Em nosso caso, podemos permutar pelas  correspondentes formas dos
verbos compensar, indenizar ou outro equivalente.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Fiquem absolutamente tranquilos, eu indenizo os acionistas. 

Pegadinha 44

Estou sem nenhuma moral para fazer a prova.

O vocábulo moral (a moral, no feminino) quer dizer  relativo à moralidade, aos bons costumes, que procede conforme à honestidade e à justiça, que tem bons costumes, diz-se de tudo que é decente, educativo e instrutivo (Dic. Michaelis).. Um indivíduo sem nenhuma moral é um devasso.

Já, no masculino (o moral) quer dizer disposição do espírito, energia para suportar as dificuldades, os perigos; ânimo. Um indivíduo sem  nenhum moral é alguém desanimado, desmotivado.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Estou sem nenhum moral para fazer a prova. 

Pegadinha 45

A pessoa cuja a vida é tumultuada, certamente, não consegue concentrar-se em nada.

Não se pospõe artigo ao pronome cujo. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

A pessoa cuja vida é tumultuada, certamente, não consegue concentrar-se em nada. 

 

Pegadinha 46

Aos 14 anos, Emília resolveu ser fleira. 

Algumas pessoas pronunciam e escrevem  fleira incorretamente. A grafia correta é freira, e também é assim que se pronuncia.

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

Aos 14 anos, Emília resolveu ser freira. 

Pegadinha 47

Estou defronte ao portão.

 

Não existe essa construção na língua portuguesa. Faz-se somente defronte de.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

Estou defronte do portão. 

Pegadinha 48

As inscrições para o concurso encerrar-se-ão amanhã. 

Veja, a seguir, as corretas regências de inscrição, inscrito e inscrever.
1 – Inscrição a:
Fiz minha inscrição ao concurso do TRT.
As inscrições ao vestibular iniciam-se amanhã.
2 – Inscrito em, para:
Você está inscrito no (ou para o) vestibular.
Estão inscritos para o (ou no) concurso do TRE.
3 – Inscrever em:
Para inscrever-se neste concurso é necessário falar inglês fluentemente.
Ele se inscreveu no vestibular.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

As inscrições ao concurso encerrar-se-ão amanhã. 

Pegadinha 49

O professor está para Salvador. 

Quem está, está em algum lugar, e não está para algum lugar. Só se admite estar para no cálculo de proporções: dois está para três, assim como nove está para x.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

O professor está em Salvador. 

Pegadinha 50

A pizza será servida na porta.

Para se servir pizza na porta, esta precisa antes ser retirada de seu caixilho e, depois, usada como uma grande bandeja ou tampo de mesa. Aí, sim! A pizza será servida na porta, como usualmente é servida no prato, na pedra, ou na superfície de outro utensílio de cozinha próprio para servir refeições.

Exemplos:
A pizza foi servida no prato.
A pizza foi servida na mesa de mármore branco.
Agora, quando se desejar que a pizza seja servida próximo ou  junto a um determinado
local, usa-se a preposição a contraída com o artigo a ou o. Exemplos:
Sirva-nos à mesa!
A pizza foi servida ao balcão da lanchonete.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:

A pizza será servida à porta. 

Pegadinha 51

O bandido passou desapercebido pela praça, sem que a polícia o notasse.

Quando a intenção é dizer “sem ser notado”, usa-se despercebido, e não desapercebido.
Esta palavra (desapercebido) significa despreparado, desprevenido.

Exemplos:
O ladrão entrou, foi à sala, pegou o relógio e saiu despercebido. (despercebido: sem ser notado; sem que o notassem)
Não comprei o relógio porque estava desapercebido de dinheiro. (desapercebido: desprevenido de dinheiro, sem dinheiro)
A frase inicial, reescrita com correção, fica assim:

O bandido passou despercebido pela praça, sem que a polícia o notasse. 

Pegadinha 52

 

O deputado Chico Rapina está engajado à campanha eleitoral de seu filho. 

Engajar pede a preposição em, e não a.

Exemplos:
Resolvi engajar no exército.
Samuel está engajado na luta sindical.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:

O deputado Chico Rapina está engajado na campanha eleitoral de seu filho. 

Pegadinha 53

A reunião era somente para professores do 2º e 3º grau.

Eis uma importante questão de concordância nominal  em que deslizaram muitos concursandos. A chave para o entendimento desse caso é a presença ou não do artigo. A presença do artigo, antes de cada numeral de uma série, torna optativa a pluralização do substantivo ao qual se relaciona.

Exemplos:
Os alunos do 1º e do 2º grau farão a prova de português. (Frase correta.)
Os alunos do 1º e do 2º graus farão a prova de português. (Frase correta.)
Agora, se não houver repetição do artigo, é obrigatório o uso do plural. Exemplo:
Os moradores do 6º e 7º andares pagarão condomínio em dobro. (Frase correta.)
Os moradores do 6º e 7º andar pagarão condomínio em dobro. (Frase ERRADA.)
A frase inicial, depois da correção, fica assim:

A reunião era somente para professores do 2º e 3º graus.

Pegadinha 54

O ministro destinou vultuosa quantia para a execução do projeto.

A sutil inclusão de uma letra — o u que sucede o t em “vultuoso — produz uma expressiva alteração de sentido em relação a vultoso.
Vultuoso quer dizer inchado, volumoso.

Exemplos:
Pálpebras vultuosas.
Rosto vultuoso.
Vultoso significa muito grande, de grande vulto, elevado, enorme. Exemplos:
Verba vultosa.
Cheque de valor vultoso.
Silhueta vultosa.
Receita vultosa.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

O ministro destinou vultosa quantia para a execução do projeto.

Pegadinha 55

A esquadra de Cabral aportou na Bahia em 1500.

Aportar quer dizer chegar, chegar ao porto, chegar ao aeroporto etc. Pela sua regência, aportar exige a preposição a.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:

A esquadra de Cabral aportou à Bahia em 1500. 

Pegadinha 56

Ele bebeu todo o aguardente que havia na garrafa.

Aguardente é palavra do gênero feminino e, por isso, usa-se com palavras também no
feminino.

Nesta página de dicas de português para concursos, reescreve-se a frase inicial com
correção do seguinte modo:

Ele bebeu toda a aguardente que havia na garrafa.

Pegadinha 57

Se sentirem sede, utilizem o bebedor que está na sala de recepção.

Bebedor é aquele que bebe. O sufixo  dor designa o agente da ação de beber. Já bebedouro é o lugar onde se bebe. O sufixo douro informa o lugar, o local.

Essa troca indevida de sufixos é muito comum na língua popular. Citem-se como
exemplos:
babador em vez de babadouro
matador em vez de matadouro
escorregador em vez de escorregadouro
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

Se sentirem sede, utilizem o bebedouro que está na sala de recepção.

Pegadinha 58

Todas as vezes em que penso naquele acontecimento, sinto um aperto no coração.

A grafia correta da locução é todas as vezes que (sem a preposição em). Nessa locução,
por ser temporal, não se usa a preposição em, que é locativa, isto é, própria para referir-
se a lugar, local.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Todas as vezes que penso naquele acontecimento, sinto um aperto no coração.

Pegadinha 59

Antes de mais nada, devo manifestar o meu apoio a você por sua bela atitude.

Mais nada é uma expressão que, por si só, indica  inexistência de qualquer coisa, ou seja, negação total. É muito esquisito escrever antes de qualquer coisa que não existe.

O correto e, por conseguinte, coerente seria usar expressões do tipo antes de qualquer
coisa, antes de tudo etc.

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

Antes de qualquer coisa, devo manifestar o meu apoio a você por sua bela atitude.

Pegadinha 60

O ministro disse que é na educação onde estão os mais difíceis problemas nacionais.

Esta pegadinha nos traz um discreto obstáculo, em que tropeçam muitos concursandos.

O pronome relativo onde só pode referir-se a lugar físico ou assim considerado como
se o fosse, local. Exemplos:
A cidade, onde moro, é distante da sua. (onde refere-se a “cidade”, que é um local, um
lugar físico)
Esta é a rua onde a vi pela última vez. (onde refere-se a rua, que é lugar físico)
O teatro, onde ela se apresentou, estava lotado. (onde refere-se a teatro, que é lugar
físico)
Mas, na frase:
Isso aconteceu numa época onde a superstição fervilhava na cabeça do povo.
(CONSTRUÇÃO CONDENÁVEL. Onde está se referindo a época, que NÃO é lugar
físico.
Empregam-se os pronomes relativos no qual, na qual, nos quais, nas quais, em que
sempre que o referente não for um lugar físico, um local, para evitar o uso indevido do
pronome onde.

A frase correta fica assim grafada:

O ministro disse que é na educação em que estão os mais difíceis problemas nacionais.

Pegadinha 61

Confundiu-me de modo excessivo as informações.

Esta pegadinha nos mostra como aumentam as chances de errarmos, quando se coloca o verbo na frente do sujeito. Sempre que se encontrar uma oração iniciada por verbo, deve-se, antes de qualquer análise, se possível, colocá-la em ordem direta, isto é, distribuí-la nesta ordem:  sujeito, predicado, complementos e adjuntos. Neste caso, a frase ficaria assim:
As informações confundiu-me de modo excessivo.

Agora, com a oração em ordem direta, ficou mais fácil de perceber o erro de
concordância entre o verbo e o seu sujeito. Então, corrigindo o erro em questão, ter-se-ia:
As informações confundiram-me de modo excessivo.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

Confundiram-me de modo excessivo as informações.

Pegadinha 62

A famosa modelo pousou durante toda a tarde de ontem.

Só se fosse passarinho, avião ou outra coisa que voa. A modelo faz pose para o fotógrafo fotografá-la. Se faz pose, o verbo certo é posar.

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

A famosa modelo posou durante toda a tarde de ontem.

Pegadinha 63

O homem sequer foi admitido no emprego.

Sequer é uma palavra que deve sempre ser antecedida de negativa. Exemplos:
Tomou a decisão sem sequer nos avisar. (INCORRETO: Tomou a decisão sequer nos avisar.)

Não fez sequer o mínimo que havíamos combinado. (INCORRETO: Fez sequer o mínimo que havíamos combinado.)

O contribuinte nem sequer foi notificado. (INCORRETO: O contribuinte sequer foi notificado.)

Nesta seção de dicas de português para concursos, o correto seria escrever a frase inicial
da seguinte maneira:

O homem nem sequer foi admitido no emprego.

Pegadinha 64

É hora dele aparecer.

O sujeito não pode ser preposicionado. Frase com sujeito preposicionado é muito
comum na linguagem inculta com sujeitos de verbos no infinitivo. Veja os exemplos a
seguir:
CERTO — É hora de eu aparecer.
ERRADO — É hora deu aparecer.
CERTO — No dia de ela chegar, vou ficar muito contente.
ERRADO — No dia dela chegar, vou ficar muito contente.
CERTO — Chegou a hora de a onça beber água.
ERRADO — Chegou a hora da onça beber água.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:

É hora de ele aparecer.

Pegadinha 65

Tratam-se de assuntos que não me interessam.

O sujeito da frase é indeterminado. Neste caso, a indeterminação do sujeito é feita, justapondo-se o pronome se — que funciona como índice de indeterminação do sujeito — ao verbo na terceira pessoa do singular. Portanto, o verbo está flexionado de modo ERRADO. A forma verbal correta é no singular “Trata”.

Propositadamente, colocaram-se os demais elementos no plural, tentando confundir o leitor, levando-o a fazer a concordância verbal com a palavra assuntos. Assuntos é complemento do verbo tratar, e complemento não influencia na concordância verbal. O verbo só varia para concordar com o sujeito, e como este é indeterminado pelo pronome “se”, o verbo não poderá sofrer flexão para fazer qualquer tipo de concordância, uma vez que se sabe que existe sujeito, mas não se sabe quem é, nem quantos são.

Observe outros exemplos semelhantes que seguem:

Precisa-se de carpinteiros.
Nesta hora, apela-se para todos os meios.
Discordou-se dos fatos.
Falava-se de muitas coisas na assembléia.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

Trata-se de assuntos que não me interessam.

Pegadinha 66

O aluno estava aguardando o professor há mais de três horas.

O verbo haver deve concordar com o verbo estar. Se este estiver no imperfeito ou no mais-que-perfeito do indicativo, a concordância será feita com a forma havia.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

O aluno estava aguardando o professor havia mais de três horas.

Pegadinha 67

Não consegui dar conta do trabalho que levei para mim fazer em casa.

Mim não pode ser sujeito. Os pronomes que assumem a função de sujeito são os chamados pronomes do caso reto —  eu, tu, ele, nós, vós, eles. Veja os exemplos seguintes:

Este casaco é para eu usar nos dias frios. (eu, sujeito do infinitivo “usar”)
Ela gosta de mim. (mim, objeto indireto da forma verbal “gosta”)
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

Não consegui dar conta do trabalho que levei para eu fazer em casa.

Pegadinha 68

A perca daquele patrimônio transformou-o numa pessoa cética e amarga.

Perca é a forma verbal da primeira e terceira pessoas do singular do presente do subjuntivo.  Perda é substantivo, que, obviamente, admite ser precedido de artigo.

Exemplos:
Mesmo que eu perca de início, não desanimarei. (perca é verbo)
Não me importa que o governo perca. (perca é verbo)
A perda de um ano de estudos não o abalou. (perda é substantivo)
Não entro nesse negócio porque quero evitar a perda de meu dinheirinho. (perda é
substantivo)
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

A perda daquele patrimônio transformou-o numa pessoa cética e amarga. 

Pegadinha 69

Você paga o valor do apartamento e eu o mobilio.

ssim se conjuga o verbo mobiliar, no presente do indicativo: eu mobílio, tu mobílias,
ele mobília, nós mobiliamos, vós mobiliais, eles mobíliam.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

Você paga o valor do apartamento e eu o mobílio.

Pegadinha 70

O motorista do ônibus deu uma freiada brusca, assustando os passageiros.

Freiada é um grupo de religiosos denominados freis. Já, o ato de parar o carro é frear e
essa ação chama-se freada.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:

O motorista do ônibus deu uma freada brusca, assustando os passageiros.

Pegadinha 71

Evite trabalhar em regime de excessão. 

Eis um erro de ortografia. Este tipo de questão é muito explorado em provas de concurso.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

Evite trabalhar em regime de exceção. 

Pegadinha 72

Não lhe disse nada porque o encontrei mau-humorado.

Esta pegadinha nos adverte do risco de errarmos ao  confiarmos no som das palavras.
Embora homófonas na maior parte do Brasil, mau e mal têm significados e empregos
diferençados. Mau faz oposição a  bom, e mal se opõe a  bem. Veja os exemplos a
seguir:
mau humor ~ bom humor
mau cheiro ~ bom cheiro
mau caráter ~ bom caráter
mal estar ~ bem estar
mal afamado ~ bem afamado
mal-intencionado ~ bem intencionado
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

Não lhe disse nada porque o encontrei mal-humorado.

Pegadinha 73

Prefiro um emprego humilde do que trabalhar com aqueles corruptos.

Deve-se preferir uma coisa a outra, e, jamais, uma coisa do que outra. Exemplos:
Prefiro laranja a goiaba.
Preferimos ir a ficar.
Ela preferiu falar a ficar calada.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

Prefiro um emprego humilde a trabalhar com aqueles corruptos. 

Pegadinha 74

Cientistas provam que existe vestígios de vida em Marte. 

O verbo existir flexiona-se, como outro verbo qualquer, para concordar com seu sujeito, que, neste caso, é  vestígios de vida. Muitas pessoas, erroneamente, dão o mesmo tratamento do verbo haver ao verbo existir. Realmente, o verbo haver, no sentido de existir é impessoal. Mas, o verbo existir é pessoal e varia, normalmente, para concordar com o sujeito.

A frase acima, depois da correção, fica assim:

Cientistas provam que existem vestígios de vida em Marte.

Pegadinha 75

A negligência nos estudos implicou em sua reprovação. 

O verbo  implicar, no sentido de  ter como consequência, acarretar, é transitivo direto,
isto é, não se liga ao seu complemento por meio de preposição, mas, sim, diretamente.

Exemplos:
A sua dedicação aos estudos implicou a sua aprovação.
O amor implica muitas renúncias.
A transgressão implica multa.
A frase acima, depois da correção, fica assim:

A negligência nos estudos implicou sua reprovação. 

Pegadinha 76

O concurso está em vias de anulação.

Só existe uma locução prepositiva na forma plural,  que é  a expensas de. Portanto, o correto é em via de.

Exemplos:
O cadastramento já está em via de descontrole administrativo.
Esse planeta encontra-se em via de extinção.
A frase acima, depois da correção, fica assim:

O concurso está em via de anulação. 

Pegadinha 77

Prenderam-no só porque furtou trezentas gramas de queijo. 

A grama é vegetal que embeleza o solo do jardim. O grama é medida de massa, cuja unidade é o quilograma.

Exemplos:
Comprei um quilo e duzentos gramas de mortadela.
Um diamante de dois gramas.
Quero quatrocentos gramas de farinha.
A frase acima, depois da correção, fica assim:

Prenderam-no só porque furtou trezentos gramas de queijo. 

Pegadinha 78

Ela tem péssimos hábitos. Porisso, evito a sua companhia. 

Essa locução deve ser escrita com duas palavras: por isso. Da mesma forma, escreve-se
de repente, e não derrepente.

A frase acima, depois da correção, fica assim:

Ela tem péssimos hábitos. Por isso, evito a sua companhia. 

Pegadinha 79

Não tenho nenhum óculos para proteger meus olhos. 

Nenhum se flexiona no plural para concordar com a palavra a que se refere.

Exemplos:
Nenhumas pessoas deixaram tantas saudades quanto aquelas.
Apesar de nenhuns alunos quererem compor a comissão, o caso prosseguiu.
A frase acima, após a correção, fica assim:

Não tenho nenhuns óculos para proteger meus olhos. 

Pegadinha 80

Este assunto não tem nada haver contigo.

Não se usa o verbo haver nessas expressões. O correto é nada a ver, com o verbo ver.
Também, estaria correto escrever  não tem nada que ver. Escreve-se corretamente a frase inicial do seguinte modo:

Este assunto não tem nada a ver contigo. 

Pegadinha 81

Tereza deu à luz a uma linda criança. 

O verbo dar possui dois objetos. Um objeto direto e outro indireto.

Exemplos:
Dei à Helena uma linda bicicleta. (Objeto direto: uma linda bicicleta; objeto indireto: à Helena)
O boêmio dá à noite um significado fantasioso. (Objeto direto: um significado fantasioso; objeto indireto: à noite)

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Tereza deu à luz uma linda criança. 

Pegadinha 82

A operação durou cerca de uma hora e vinte e três minutos. 

A expressão  cerca de denota  aproximação, arredondamento. É inadequado seu uso para introduzir informações numéricas exatas, precisas.

Exemplos:
CERTO: Cerca de “vinte” pessoas estavam presentes.
ERRADO: Cerca de “dezessete” pessoas estavam presentes.
CERTO: O livro tinha cerca de “duzentas” páginas.
ERRADO: O livro tinha cerca de “cento e noventa e sete” páginas.
CERTO: Ele fez cerca de mil gols em toda a sua carreira.
ERRADO: Ele fez cerca de mil e novecentos e noventa e oito gools em toda a sua
carreira.

A frase acima, depois de corrigida, fica assim:

A operação durou cerca de duas horas.

Pegadinha 83

Estávamos em cinco naquela embarcação.

Caro leitor, por gentileza, responda: O título do famoso romance de Maria José Dupré é
“Éramos em seis” ou “Éramos seis”?
É claro, a resposta certa é “Éramos seis”. A preposição em não pertence à expressão
em análise. Veja os exemplos:
Fomos cinco naquele fusquinha.
Vieram oito no helicóptero.
Ficamos vinte até o final da festa.

A frase inicial apresenta-se corretamente grafada da seguinte maneira:

Estávamos cinco naquela embarcação.

Pegadinha 84

Preparem-se! A prova será daqui há vinte dias.

Na indicação de tempo futuro, usa-se apenas a.

Exemplos:
Estamos a dois dias da decisão do campeonato, a qual se dará domingo pela manhã.
Tomarei posse daqui a dez dias.
Na indicação de tempo passado, usa-se há ou a forma verbal faz. Exemplos:
Ele saiu há duas horas. ou Ele saiu faz duas horas.
Eu voltei há três dias. ou Eu voltei faz três dias.

A frase acima, após a correção, fica assim:

Preparem-se! A prova será daqui a vinte dias. 

Pegadinha 85

A reação surpreendente do time adversário, não mexeu com a torcida. 

Esta é uma  pegadinha muito frequente em provas de português. Não se deve separar com vírgula o sujeito do seu verbo.

Então, a frase inicial, depois de corrigida, escreve-se assim:

A reação surpreendente do time adversário não mexeu com a torcida.

Pegadinha 86

O homem polue os rios, os mares e as florestas.

 

Verbos cujo infinitivo termina em UIR possuem as formas UI ou OI: evolui, atribui, constrói, destrói. Já, os que têm o infinitivo em UAR, fazem UE:  continue, atenue, jejue, recue. Este tipo de questão é muito comum em provas de concurso.

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

O homem polui os rios, os mares e as florestas. 

Pegadinha 87

Haja visto os insistentes apelos do povo, o rei fez a concessão tão esperada.

Há erro de grafia. O certo é haja vista. Ambas as palavras da expressão terminam com a letra a.

A frase acima, depois da correção, fica assim:

Haja vista os insistentes apelos do povo, o rei fez a concessão tão esperada.

Pegadinha 88

Espero que vocês viagem com conforto e segurança. 

Viagem, com g, é substantivo:
Tenham uma boa viagem.
A viagem durou seis horas.
Viajem, com j, é verbo:
O juiz não quer que vocês viajem desacompanhadas de um responsável.
Mesmo que eles viajem amanhã, ainda chegarão dentro do prazo.

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

Espero que vocês viajem com conforto e segurança.

Pegadinha 89

Temo que o barril de pólvora exploda a qualquer momento. 

O verbo explodir somente é conjugado em algumas pessoas. Precisamente, naquelas em
que a letra d é sucedida por e ou i. Assim:
A bomba explode. (CORRETO)
O carro explodiu. (CORRETO)
Quero que ela expluda. (ERRADO)
Quero que ela exploda. (ERRADO)

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

Temo que o barril de pólvora venha a explodir a qualquer momento.

Pegadinha 90

Quando soubemos da notícia, ficamos todos fora de si. 

Si é pronome das terceiras pessoas (do singular e do  plural). O pronome próprio da primeira pessoa do plural é nós.

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

Quando soubemos da notícia, ficamos todos fora de nós.

Pegadinha 91

Ontem, fizeram três anos que nos conhecemos. 

O verbo fazer, na indicação de tempo, é impessoal.

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

Ontem, fez três anos que nos conhecemos. 

Pegadinha 92

Hoje, aquele menino é um homão. 

Quem diz homão, em lugar de homenzarrão, também deve dizer murão, arvão, pão, casão em lugar, respectivamente, de muro, árvore, pé, casa. Os aumentativos desses substantivos são, na ordem apresentada acima, muralha, arvorezão, pezão, casarão. Se preferir, pode-se também dizer:  homem grande, muro grande, árvore grande, pé
grande, casa grande.

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

Hoje, aquele menino é um homenzarrão. 

ou, se preferir: 

Hoje, aquele menino é um homem grande.

Pegadinha 93

Encontrei o livreto no porta-luva. 

A grafia porta-luva é errada. Construções desse tipo fazem-se com o verbo mais um substantivo no plural, sempre que seja possível a ocorrência, no plural, desses substantivos.

Veja outros exemplos:
porta-aviões
porta-cabos
porta-cigarros
porta-guardanapos
porta-revistas
porta-seios

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

Encontrei o livreto no porta-luvas.

Pegadinha 94

O ônibus passa na porta de minha empresa. 

Passar na porta é passar sobre a porta. Isso, de alguma forma, seria um despropósito, se pudesse ocorrer habitualmente. Exceto os casos acidentais, normalmente, diz-se que os veículos passam à porta, ao portão etc.

Escreveremos a frase original da seguinte maneira:

O ônibus passa à porta de minha empresa.

Pegadinha 95

O jogador virou a cabeça para o outro lado. 

Essa frase é de um famoso locutor esportivo de TV. Seria impossível para alguém conseguir virar a cabeça para o mesmo lado. Partindo dessa óbvia constatação, melhor seria virar a cabeça para a esquerda ou para a direita.

Escreveremos a frase original da seguinte maneira:

O jogador virou a cabeça para o lado direito.

 

Pegadinha 96

O jogo transcorreu debaixo de chuva. 

Essa pérola, como a anterior, é do mesmo autor, um  insigne locutor esportivo de TV.
Esse destaque do célebre comunicador nos remete a um quadro um tanto bizarro:
Assistir a uma partida de futebol, em que os times joguem em cima de chuva. Sejamos
menos extravagantes, dizendo apenas na chuva. Por acaso, o leitor já assistiu ao filme
“Dançando na chuva”, “Cantando na chuva”.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

O jogo transcorreu na chuva. 

Pegadinha 97

Senha cadastrada com sucesso! 

A frase acima não contém nenhum erro de português. Trouxemo-la para dar ao leitor uma ideia de excesso textual, que não deixa de ser, em nível mais brando, a utilização do recurso “enchimento de linguiça”, acrescido de certa dose de incoerência.

Por acaso, o leitor já ouviu falar em alguma senha que tivesse sido cadastrada “sem sucesso”? Cremos que isso não tenha acontecido, pois se foi cadastrada, já se conseguiu o que queria. Tudo que vier depois disso é excesso e, como toda extravagância na escrita, só serve para cansar o leitor e empobrecer o texto. Fato que deve ser levado em conta quando se faz uma redação.

Escreve-se corretamente:

Senha cadastrada.

Pegadinha 98

O presidente decidiu visitar os gaúchos, desembarcando ao norte do Rio Grande do Sul! 

Manchete como essa nos deixa perplexos diante das incertezas de uma decisão. Ao norte do Rio Grande do Sul, fica Santa Catarina. Para visitar os gaúchos, melhor seria desembarcar no norte do Rio Grande do Sul. Quem desembarca bem, desembarca em algum lugar. Já, os que não sabem o que querem, talvez por não conhecerem a língua que falam, desembarcam a algum lugar, que não deixa de ser um modo ridículo e errado de desembarcar.
Sejamos coerentes e escrevamos assim com correção:

O presidente decidiu visitar os gaúchos, desembarcando no norte do Rio Grande do Sul. 

Pegadinha 99

As ruas estão molhadas posto que choveu. 

Posto que é conjunção subordinativa concessiva e equivale a  embora. Alguns, por desconhecerem a língua que falam, usam-na com valor de coordenativa explicativa, em lugar de  porque. Ninguém, em perfeito juízo e conhecedor do Português, dirá  “Não atravessem a rua fora da faixa de pedestre,  embora (=  posto que) podem se machucar”; mas sim, “Não atravessem a rua fora da faixa de pedestre, porque podem se machucar”

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

As ruas estão molhadas porque choveu.

Pegadinha 100

 

Em confirmação à sua teoria, manifesto minha aprovação. 

Deve-se dizer que não se faz confirmação  a nenhuma teoria. O correto seria fazer confirmação de teoria, tese etc.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Em confirmação de sua teoria, manifesto minha aprovação.

 

Pegadinha 101

Dá-se aulas particulares de piano. 

Os que anunciam dessa forma a sua disposição em dar aulas de piano podem ser notáveis mestres do instrumento, mas estão desafinando do Português. O verbo “dar”, que esta na voz passiva, deve concordar com seu sujeito “aulas”.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Dão-se aulas particulares de piano. 

Pegadinha 102

Manter o mais absoluto sigilo. 

Há redundâncias agasalhadas pela língua, como, por  exemplo,  antídoto contra, concordar com. Há outras chamadas redundâncias viciosas, condenadas pela língua culta, cujo exemplo pode ser a redundância ilustrada na frase evidenciada acima. Quando se diz absoluto, aí já está o mais, o infinito, o ilimitado, e, logicamente, não há lugar para aumentativo.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Manter absoluto sigilo.

Pegadinha 103

Ela já se habituou com o trabalho. 

É melhor  habituar-se, primeiramente,  à regência correta desse verbo. O correto é habituar-se a. Note a preposição a. Habituar-se a trabalhar, habituar-se ao trabalho.
Alguém precisa habituar-se a escrever com correção.

A frase inicial, após a correção, fica assim:

Ela já se habituou ao trabalho.

Pegadinha 104

Esse rapaz sai com cada besteira! 

No sentido de  atrever-se, ousar, o correto é escrever  sair-se. Usa-se  sair-se também com o
significado de escapar-se, livrar-se.

Veja os exemplos abaixo:
Às vezes ela se sai com cada uma!
O político ouviu a ofensa e saiu-se com muita criatividade, como sempre.
Ao ver que haviam depositado o dinheiro em minha conta, procurei sair-me da incômoda
dívida.

A frase inicial, após a correção, fica assim:

Esse rapaz sai-se com cada besteira! 

Pegadinha 105

Minha filha está grávida, mas ela não quer uma filha mulher. 

Abaixo a discriminação! Todavia, os gostos devem ser respeitados. O que não merece respeito é a negligência no uso do idioma, principalmente quando se deixa margem à dúvida ao determinar o sexo da filha por intermédio de uma redundância viciosa, como se fosse possível exitir uma filha “homem”, mesmo admitindo certas tendências.

A frase inicial, após a correção, fica assim:

Minha filha está grávida, mas ela não quer uma menina.

Pegadinha 106

O discurso, visto sob esse prisma, chega a ser uma afronta. 

Prisma é um cristal com duas faces planas inclinadas, que decompõe a luz. A luz, portanto, passa através do prisma ou, também, pelo prisma. Não seria correto dizer que a luz passa sob o prisma.

A frase inicial, após a correção, fica assim:

O discurso, visto através deste prisma, chega a ser uma afronta. 
ou
O discurso, visto por este prisma, chega a ser uma afronta.

Pegadinha 107

Residente na rua das goiabeiras. 

Os nomes de logradouros públicos são grafados com iniciais maiúsculas.  Avenida Getúlio Vargas, Bosque das Mansões, Jardim das Acácias etc.

A frase inicial, após a correção, fica assim:

Residente na Rua das Goiabeiras. 


Pegadinha 108

No quintal, havia um pé de laranjeira. 

A palavra pé possui vários significados em português. Aqui, ela está sendo usada no sentido de exemplar individual de uma planta. Nesse significado, dizer pé de goiabeira, por exemplo, pode-se imaginar a bizarra imagem de uma árvore com dezenas de outras menores dependuradas de seus ramos. Naturalmente, diz-se pé de goiaba. Pé de café em vez de pé de cafeeiro, e por aí se vai.

A frase inicial, após a correção, fica assim:

No quintal, havia um pé de laranja.

Pegadinha 109

Aquela moça é tal qual suas amigas. 

O problema, aqui, é de concordância. Tal concorda com o termo antecedente moça.
Qual deveria concordar com o consequente amigas.

Veja os exemplos:
Esse menino é tal quais os pais.
Aqueles discípulos são tais qual seu mestre.
Percebe-se que os garotos são tais quais seus pais.

O correto é escrever:

Aquela moça é tal quais suas amigas.

Pegadinha 110

Encontrei bastante pessoas na praia. 

A palavra bastante pode ser adjetivo ou advérbio. Para classificá-la corretamente deve-se substituí-la por muito ou muita. Se uma destas palavras variar, bastante é adjetivo; se não sofrer variação, é advérbio.

Veja os dois blocos de frases abaixo:

Se adjetivo, sofre variação:
Trouxeram bastantes frutas para o lanche da manhã. (bastantes = muitas)
Compareceram bastantes moças na festa. (bastantes = muitas)
No inverno passado, colhi bastantes frutos neste pomar. (bastantes = muitos)
Na caravana presidencial, viam-se bastantes mordomos. (bastantes = muitos)
Nem sei quantos livros há na minha biblioteca, mas sei que li bastantes. (bastantes = muitos)

Se advérbio, NÃO sofre variação:
Eles estudaram bastante, por isso foram aprovados no concurso. (bastante = muito)
As pessoas que dormem cedo e acordam cedo vivem bastante. (bastante = muito)
As moças eram bastante bonitas. (bastante = muito)
Li bastante em minha vida. (bastante = muito)

Nesta página de dicas de português para concursos, escreve-se corretamente:

Encontrei bastantes pessoas na praia. Encontrei muitas pessoas na praia.

Pegadinha 111

O réu está em lugar incerto e não sabido. 

Estamos diante de umas das “pérolas” do judiciário, para nenhum cartorário botar defeito. O réu que está numa situação como a expressa pela frase acima, em destaque, está duas vezes em lugar incerto ou duas vezes em lugar não sabido. Na realidade, isto é, fora da hermenêutica judiciária, uma expressão exclui a outra porque a segunda retifica a primeira. Então, usar-se-á, neste caso, a conjunção ou.

Escreve-se corretamente:

O réu está em lugar incerto ou não sabido. 

Pegadinha 112

Dirija-se ao Departamento Pessoal. 

Poucas pessoas, no ambiente corporativo, poderão se interessar por uma partícula tão reduzida como a preposição de, uma vez que a moda em gestão empresarial é pensar grande. Pois é, é nisso que dá! Por que não escrevem também Departamento Relações Humanas em vez de Departamento de Relações Humanas, que é o correto; ou, então, Departamento Compras em vez de Departamento de Compras, que é o certo.

Escreve-se corretamente:

Dirija-se ao Departamento de Pessoal.

Pegadinha 113

Nós, que trabalhamos com o público, às vezes, engulimos sapos. 

E nós não engolimos esse erro de português, uma vez que o verbo engolir, no presente do indicativo, assim é conjugado:  engulo, engoles, engole, engolimos, engolis, engolem.

Escreve-se com correção:

Nós, que trabalhamos com o público, às vezes, engolimos sapos.

Pegadinha 114

Dei a ela um ramalhete de flor. 

O substantivo, precedido de palavra que exprime valor de coletivo, deve estar sempre na
forma plural. Exemplos:
Caixa de fósforos.
Balaio de roupas.
Maço de cigarros.
Por um punhado de dólares.

Par de sapatos. Escreve-se com correção:

Dei a ela um ramalhete de flores.

Pegadinha 115

O quarto em que ele dormira, três horas depois, ainda cheirava cachaça. 

O quarto não cheira nada porque não tem olfato. O verbo cheirar é transitivo indireto e exige a preposição a, no sentido de exalar cheiro.

Exemplos:
Está cheirando a queimado.
A Praia de Imbituba cheirava a maresia, depois da ressaca.
Aquelas flores cheiravam a perfumes estranhos.
Escreve-se corretamente:

O quarto em que ele dormira, três horas depois, ainda cheirava a cachaça.

Pegadinha 116

Ao invés de jantar, saiu para caminhar. 

Há muita confusão no uso das expressões ao invés de e em vez de. Ao invés de indica situação oposta, diretamente contrária.  Em vez de assinala  permuta, simples troca, escolha. Exemplos:
Ele encontrou a porta entreaberta e, ao invés de fechá-la, decidiu abri-la mais ainda.
(abrir é diretamente oposto a fechar)
Ao invés de sorrir, ela chorou. (chorar é diretamente oposto a sorrir)
Resolvi ir caminhar, em vez de jogar sinuca. (caminhar não é o oposto de jogar sinuca;
é apenas uma escolha, entre tantas outras ações)

Escreve-se corretamente:

Em vez de jantar, saiu para caminhar. 

Pegadinha 117

Nomearam Pedro no cargo de supervisor. 

Eis, aqui, uma nomeação inadequada. Pelo menos, do  ponto de vista gramatical. A correta nomeação dá-se com as preposições como, para, por.

Exemplos:
Resolveu-se nomeá-lo para chefe do setor.
Ontem, fui nomeado para investigar o caso.
Nomearam Cláudia para a chefia do departamento.
O presidente nomeou-o por secretário.
O ministro nomeou-o como superintendente.

Escreve-se com correção:

Nomearam Pedro para o cargo de supervisor.

Pegadinha 118

Carlos apaixonou-se por Judite, por isso namora com essa moça. 

Isso é  “coisa” que jamais irá acontecer. Namorar  com é namorar em companhia de alguém. Antigamente, nossos avós namoravam  com alguém que vigiava o namoro. Hoje, os tempos são outros. Namora-se alguém, a sós, simplesmente. Os namorados não se sentem à vontade quando namoram com qualquer pessoa na sala, no jardim etc. O bom é que estejam sozinhos; pelo menos para os namorados.

Escreve-se corretamente:

Carlos apaixonou-se por Judite, por isso namora essa moça.

Pegadinha 119

Houveram problemas de difícil solução.

O verbo haver, no sentido de “existir”, é impessoal, ou seja, não tem sujeito e deve aparecer sempre na terceira pessoa do singular. Portanto, a forma correta é Houve problemas, sendo problemas o complemento (objeto) do verbo, não seu sujeito. A flexão indevida de haver é muito freqüente no Brasil, mas nunca ocorre quando o verbo se encontra no presente, só em outros tempos.

Com efeito, ninguém diria “Hão dificuldades”, mas dizem, equivocadamente, “Haviam”
ou “Haverão dificuldades”. Atenção: se se tratar de locução verbal, o verbo auxiliar será
afetado pela mesma impessoalidade, ou seja, deverá sempre ser flexionado no singular:
Deve haver mais candidatos, Poderá haver outras exigências.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Houve problemas de difícil solução.

Pegadinha 120

Moro naquele conjunto de casas germinadas.

As casas só podem ser “geminadas”, pois a palavra é derivada de gêmeos. “Germinadas” nem pensar!
Germinar significa brotar, abrolhar, grelar, crescer, difundir-se, gerar, produzir :
Os grãos germinaram nos campos.
De uma boa palavra germina o bem.
A leitura do texto germinou a controvérsia.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Moro naquele conjunto de casas geminadas.

 

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Processo Civil: Provas (artigos 332 a 443)

Processo Civil: Provas (artigos 332 a 443)

Das Provas (artigos 332 a 443) – São todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados no Código de Processo Civil. São hábeis para provar a verdade dos fatos em que se fundam a ação ou a defesa.

Ônus da Prova (artigos 333 do CPC) – O ônus da prova incumbe: ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.Toda convenção que distribui, de maneira diversa, o ônus da prova é nula quando recair sobre direito indisponível da parte ou quando tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.

Tipos de Prova:

Depoimento Pessoal – Determinado de ofício ou a pedido da parte contrária, é o ato pelo qual as partes comparecem em juízo para serem ouvidas pelo juiz. Ressalvam-se o sigilo de certas profissões e a imputação de culpa sobre o depoente.

Confissão – Admissão em juízo da verdade de um fato que beneficia a parte em contrário. Não se aplica em direito disponível, e pode ser aplicada pelo juiz no caso de negativa de depoimento da parte devidamente intimada para tal ato.

Exibição de Documento ou Coisa – Ordem judicial emanada por juiz para que a parte exiba documento ou coisa sob sua guarda.

Prova Documental –
São todos os documentos que compõem o corpo probatório do processo, os quais devem acompanhar a inicial ou a contestação, podendo ser juntados aos autos após decorridos os prazos desses, somente quando se tratar de fato novo relativo à causa (fato já existente, cuja prova foi conseguida posteriormente).

Prova Testemunhal –
Consiste na apresentação de testemunhas para serem ouvidas em juízo (no prazo de até dez dias antes da audiência), para fim de complementação de prova anteriormente produzida, ou a ser produzida em audiência.

Prova Pericial – São provas produzidas por meio de exame, vistoria ou avaliação efetivada por perito técnico, que pode ser acompanhado por assistentes nomeados pelas partes.

Inspeção Judicial – Ato pelo qual o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer fato que interesse à decisão da causa. – See more at: http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/direito-processual-civil/processo-civil-provas-artigos-332-a-443#sthash.Wct1E9yd.dpuf

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Nova Ortografia – Guia Prático Completo e Descomplicado

Nova Ortografia – Guia Prático Completo e Descomplicado

A nova ortografia já está em vigor oficialmente desde 2009 e vem sendo muito cobrada em provas de concursos pois muitos candidatos ainda encontram muitas dúvidas sobre as novas regras da língua portuguesa.

Confira nesse Guia Completo tudo sobre a nova ortografia!

Nesse guia você vai aprender:

  • – O que é a reforma ortográfica
  • – O que mudou com a nova ortografia
  • – Relembrando as regras gerais
    • – Palavras monossílabas tônicas
    • – Palavras paroxítonas
    • – Palavras oxítonas
    • – Palavras proparoxítonas
  • – Novas regras
    • – Acentuação
    • – Hífen
    • – Trema
    • – Alfabeto
  • – Testes para fixação

Confira:

 

Nova Ortografia

Versão texto na íntegra: 

 

Qual a finalidade da nova ortografia?

A Nova Reforma Ortográfica da Língua portuguesa, como todas as outras que já aconteceram, tem como objetivo uniformizar a grafia, fazendo a maior aproximação possível, respeitando as diferenças já interiorizadas e permitindo que a modalidade escrita da língua seja compreensível a todos os falantes dessa língua.

Este acordo é o resultado do estudo das diferenças entre os acordos de 1943, no Brasil, e de 1945, em Portugal. Entrou em vigor no Brasil em 2009, com um período de adaptação até 2012.

Qual o último acordo ortográfico da língua portuguesa?

O último acordo ortográfico entre países membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa foi assinado em 16 de dezembro de 1990. Este acordo estabeleceu uma grafia única para a Língua Portuguesa que, até então, era a única língua que apresentava duas grafias oficiais: a portuguesa e a brasileira.

O que mudou com a nova ortografia para os brasileiros?

O novo acordo traz algumas mudanças que exigem que aprendamos novas regras; que sejam adaptados documentos e publicações. Dúvidas em relação a forma como escrevíamos antes e como escreveremos agora também surgirão, mas teremos uma maior facilidade já que algumas regras foram simplificadas.

 

VAMOS AS REGRAS

REGRAS GERAIS:

Na regra geral não houve alterações, as regras continuam as mesmas com pequenas observações.

– Para uma melhor assimilação das novas regras de acentuação, é necessário saber que, em língua portuguesa, uma palavra é classificada de acordo com o número de sílabas em: monossílaba (uma só sílaba), dissílaba (duas sílabas), trissílaba (três sílabas), polissílaba (quatro ou mais sílabas). Também pode ser classificada de acordo com a posição da sílaba tônica (silaba pronunciada com maior intensidade) em: oxítona (sílaba tônica é a última sílaba da palavra); paroxítona (a sílaba tônica é a penúltima sílaba da palavra); e proparoxítona (sílaba tônica é a antepenúltima sílaba da palavra.

– Saiba também que: ditongo é o encontro de duas vogais na mesma sílaba.

– Ditongo fechado é pronunciado com a boca mais fechada (cadeira, bois) e ditongo aberto é pronunciado com a boca mais aberta (papéis, herói, colmeia, ideia).

– Hiato é o encontro de dois sons vocálicos, cada um em uma sílaba (ca-o-lho, Ra-ul, sa-í-da)

– Preste atenção : Acentue as paroxítonas sem memorizar! Aplique invertidamente  a regra das oxítonas!

Veja a regra :  Oxítona – Terminada em –n não tem acento; então, Paroxítona terminada em –n precisa ter: hífen, pólen, éden, próton, nêutron, íon.

Oxítona terminada em –a(s) é acentuada; então, paroxítona terminada em a(s) não é acentuada.

Observação: O critério da inversão (oxítona             paroxítona ) só não é válido para as paroxítonas terminadas em –am (falam) e para as terminadas em ditongo (+ s) (farmácia).

 

Palavras monossílabas tônicas:

Dependem da intensidade com que são pronunciadas, átonas (sílaba pronunciada mais fraca) ou tônicas (sílaba pronunciada mais forte). Não houve nenhuma alteração na acentuação gráfica das monossílabas tônicas.

Regra Geral: Acentuam-se as palavras monossílabas tônicas terminadas em: a (s), e (s), o (s).

Ex.: chá, fé, rés, dó, gás, lê-lo, nós, pô-lo.

Obs.: As monossílabas átonas nunca são acentuadas.

Ex.: vi, bis, li-os, tu, cru, nus.

Observe: – palavras monossílabas terminadas em i (s) e u (s) não recebem acento.

Ex.: si, quis, bis, cru, pus.

– Os ditongos fechados ei (s), eu (s) e oi (s), em monossílabos não são acentuados.

Ex.: sei, reis, deu, meus, foi, bois.

 

Palavras oxítonas:

Não houve nenhuma alteração na acentuação das palavras oxítonas.

Regra Geral: Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em: a (s), e (s), o (s), em/ens.

Ex.:  Sabará, ananás, Guaporé, convés, bisavô, retrós, Belém, armazéns, parabéns, voltará, busca-pés, robô, manténs.

Observe:  oxítonas terminadas em i (s) e u (s) não recebem acento:

Ex.: tupi, lambari, abacaxis, Pacaembu, urubus.

 

Palavras paroxítonas:

Sofreu algumas alterações que aparecerão nas regras complementares.

Regra Geral: Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: l, n, r, ã (s), i (s), u (s), x, ão (s), um/uns, ditongos orais (+ s).

Ex.: Louvável, lavável, câncer, ônix, vácuo, pôneis, águas, bíceps, falência, cônsul, júri, tênis, hífen, tênis, nêutron, húmus, bônus, repórter, Vítor, tórax, fórceps, sótão, bênçãos, órfã, ímãs, álbum, fóruns, farmácia, frágeis, área, tréguas, comício, cáries.

Observe:  paroxítonas terminadas em –n antecedido de e (hífen, pólen, éden) não recebem acento no plural (hifens, polens, edens), mas paroxítonas terminada em –n antecedido de o (próton, nêutron, íon), recebem acento no plural (prótons, nêutrons, íons).

 

Palavras proparoxítonas:

Não houve alteração na regra das palavras proparoxítonas.

Regra Geral:  acentuam-se todas as palavras proparoxítonas independentemente de suas terminações.

Ex.: Transatlântico, técnico, quadrúpede, câmara, tílburi, interim, relêssemos, lógico, autêntico, cibernético, desânimo, pirâmide.

 

AS REGRAS DA NOVA ORTOGRAFIA

Abaixo colocamos as novas regras, seguidas de um exemplo (como era antes) e um exemplo (como ficou) onde houve alterações. A reforma se deu na acentuação, nas palavras paroxítonas, no uso do hífen (-), no uso do trema (¨) e no alfabeto.

 

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

 

REGRAS COMPLEMENTARES:

Nas regras complementares estão as modificações ocorridas em algumas palavras da Língua Portuguesa:

 

Acentuação dos ditongos abertos éi, ói, éu

Dependendo da palavra em que ocorrem, podem ser ou não acentuados.

Regra complementar: Os ditongos abertos éi, ói e éu. São acentuados em monossílabos e em oxítonas.

Não são acentuados em paroxítonas.

Ex.: monossílabos – Ex.: méis, réis, dói, róis, céu, véus.  (Não houve alteração)

Oxítonas – Ex.: anéis, cordéis, corrói, lençóis, chapéus, escarcéu. (Não houve alteração)

Paroxítonas – Ex.: (antes) idéia, platéia, heróico, jibóia.

(como ficou) ideia, plateia, heroico, jiboia.

Observe:  O Acordo Ortográfico de 1990 eliminou o acento dos ditongos abertos ei e oi somente das palavras paroxítonas.

 

Verbos ter e vir

Regra complementar: acentua-se o e das formas verbais têm e vêm, indicativas de plural.

Ex.:  Ele tem (singular) / Eles têm (plural)

Ele vem (singular) / Eles vêm (plural)

 

Observe: Nos derivados de ter (manter, conter,

deter, etc.) e de vir (intervir, convir, provir etc.):

– A terceira (3ª) pessoa do singular passa a receber assunto agudo- pela regra das oxítonas terminadas em em.

– A terceira (3ª) pessoa do plural preserva o acento circunflexo das formas originais têm e vêm.

Ex.: Ele mantém – Eles mantêm

Ele contém – Eles contêm

Ele detém – Eles detêm

Ele intervém – Eles intervêm

Ele convém – Eles convêm

Ele provém – Eles provêm

 

Regra do hiato:

Foi abolida pelo novo acordo ortográfico.

Antes: Todas as palavras terminadas em OO (s)  e as formas verbais terminadas em EEM recebiam acento circunflexo: vôo, vôos, enjôo, enjôos, abençôo, perdôo; crêem, dêem, lêem, vêem, relêem, prevêem.

como ficou: Sem acento: voo, voos, enjoo, enjoos, abençoo, perdoo; creem, deem, leem, veem, releem, preveem.

Escreva agora :

Ex.: Eu te perdoo, disse ele.

Não muda:

I e u na segunda vogal do hiato

 

Regra complementar:  nos hiatos, o i e o u são acentuados desde que:

. Representem a 2ª vogal do hiato.

. Apareçam sozinhos (ou seguidos de s) na  sílaba tônica.

. Não estejam seguidos de nh.

Ex.: i e u sozinhas: raízes, Itajaí, miúdos, Tambaú

I e u com s: país, egoísta, balaústre, jaús

I e u seguidos de nh: sainha, campainha, rainha, ladainha.

 

Observe:

Se o i e o u aparecem depois do ditongo:

– Em palavras paroxítonas, não são acentuadas.

Ex.: (antes) boiúna , feiúra, baiúca, feiúra

(como ficou) boiuna, feiura, baiuca, feiume.

 

Nas palavras em que i ou o u se repetem no hiato, essas vogais não recebem acento.

Ex.: xiita, sucuuba (árvore).

Escreva : O miliciano xiita Abu Azrael, cujo nome significa “Pai do Anjo da Morte”, se converteu para milhares de iraquianos no herói sem medo que simboliza o combate ao grupo Estado Islâmico .

 

Acento diferencial

 

Esse acento foi eliminado de quase todos os vocábulos e, atualmente, é empregado para diferencia pouquíssimas palavras.

Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla (s) /pela (s), pêlo (s) /pelo (s), pólo (s) /polo (s) e pêra/pera.

Ex.: (antes) – Ele pára o carro.

(como ficou) – Ele para o carro.

(antes) – Ele foi ao pólo Norte.

(como ficou ) – Ele foi ao polo Norte.

(antes) – Comi uma pêra.

(como ficou) – Comi uma pera.

 

Acento diferencial obrigatório: recebem acento diferencial obrigatório somente as palavras pôr (verbo) e pôde (passado do verbo poder).

Escreva sempre :

Ex.:  Ela não pretende pôr o dinheiro na poupança. (forma verbal – “colocar”)

Hoje, passamos por lugares bonitos. (preposição)

 

Acento diferencial opcional: o acento diferencial é opcional somente nas palavras dêmos/demos (1ª pessoa do verbo dar do presente do subjuntivo) e fôrma/forma (=recipiente/molde).

Podemos escrever :

Ex.: Você exige que nós dêmos apoio a você.

(ou)     Você exige que nós demos apoio a você.

 

O cozinheiro tirou o bolo da fôrma

(ou)     O cozinheiro tirou o bolo da forma.

 

Emprego do trema (¨)

O trema desaparece em todas as palavras.

Ex.: (antes) – frequente, linguiça, sequestro.

(como ficou) – frequente, linguiça, sequestro.

Escrevemos agora :

Ex.: Estou tranquilo para fazer a prova.

 

Emprego do hífen (-):

O hífen, pelo novo Acordo ortográfico, foi eliminado em alguns casos:

1-Se o segundo elemento começar com s ou r, devendo as consoantes serem duplicadas:

Ex.: (antes) –  anti-semita, anti-religioso,

contra-regra.

(como ficou) –  antissemita, antirreligioso, contrarregra.

Escreva agora: CARTUNISTA FOI DEMITIDO DE

CHARLIE POR PIADA ‘ANTISSEMITA’

 

Observe:  em prefixos terminados por ‘r’, permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente etc.

 

2-Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente:

Ex.: (antes) – extra-escolar, aero-espacial,

auto- estrada.

(como ficou) – extraescolar, aeroespacial, autoestrada.

 

Observe 1:  em prefixos terminados por ‘r’, permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente etc.

Observe 2:  – esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico etc.

-Esta regra não se encaixa quando a palavra

seguinte iniciar por ‘h’: anti-herói, anti-

-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo etc.

 

O ALFABETO

Nosso alfabeto, antes com 23 letras, passa agora a ter 26 letras, pois as letras “k”, “w”, “y”, foram inseridas.  Antes, essas três letras não eram consideradas do nosso alfabeto. Observe:  Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano.

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Morfologia – Guia Prático Completo Para Concursos!

Morfologia – Guia Prático Completo Para Concursos!

O Que É Morfologia?

Morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras de acordo com a classe gramatical a que ela pertence. Quando nos referimos às classes gramaticais, logo sabemos que se refere à dez classes, que são: substantivos, artigos, pronomes, verbos, adjetivos, conjunções, interjeições, preposições, advérbios e numerais.

 

Classes Gramaticais ou Classes de Palavras

Uma Classe Gramatical ou Classe de Palavra é o nome dado ao grupo que classifica uma palavra de acordo com sua estrutura sintática e morfológica. Veja quais são:

 

SUBSTANTIVOS

É a palavra que dá nome aos objetos, aos lugares, às ações, aos seres em geral, entre outros e varia em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo).

Quanto à formação, o substantivo pode ser:

Primitivo – é o nome que não deriva de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: casa, pedra e jornal.

Derivado – é o nome que deriva de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: casarão, pedreira e jornaleiro (palavras derivadas dos exemplos acima, respetivamente).

Simples – é o nome formado por apenas um radical. Radical é o elemento que é a base do significado das palavras. Exemplos: casa, flor e gira, cujos radicais são respetivamente: cas, flor e gir.

Composto – é o nome formado por mais do que um radical. Exemplos: couve-flor, girassol e passatempo, cujos radicais são respetivamente: couv e flor, gir e sol e pass e temp.

Quanto ao elemento que nomeia, o substantivo pode ser:

Comum – é a palavra que dá nome aos elementos da mesma espécie, de forma genérica. Exemplos: cidade, pessoa e rio.

Próprio – é a palavra que dá nome aos elementos de forma específica, por isso, são sempre grafados com letra maiúscula. Exemplos: Bahia, Ana e Tietê.

Concreto – é a palavra que dá nome aos elementos concretos, de existência real ou imaginária. Exemplos: casa, fada e pessoa.

Coletivo – é a palavra que dá nome ao grupo de elementos da mesma espécie. Exemplos: acervo (conjunto de obras de arte), cardume (conjunto de peixes) e resma (conjunto de papéis).

Abstrato – é a palavra que dá nome a ações, estados, qualidades e sentimentos. Exemplos: trabalho, alegria, altura e amor.

 

ARTIGOS

É a palavra que antecede os substantivos e varia em gênero e número, bem como o determina (artigo definido) ou o generaliza (artigo indefinido).

São artigos definidos: o, a (no singular) e os, as (no plural)

São artigos indefinidos: um, uma (no singular) e uns, umas (no plural)

 

ADJETIVOS

É a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos e varia em gênero, número e grau.

Quanto à formação, o adjetivo pode ser:

Primitivo – é o adjetivo que dá origem a outros adjetivos. Exemplos: alegre, bom e fiel.

Derivado – é o adjetivo que deriva de substantivos ou verbos. Exemplos: alegria e bondade (palavras derivadas dos exemplos acima, respetivamente) e escritor (palavra derivada do verbo escrever).

Simples – é o adjetivo formado por apenas um radical. Exemplos: alta, estudioso e honesto, cujos radicais são respetivamente: alt, estud e honest.

Composto – é o adjetivo formado por mais do que um radical. Exemplos: superinteressante, surdo-mudo e verde-claro, cujos radicais são respetivamente: super e interessant, surd e mud e verd e clar.

Há também os Adjetivos Pátrios, que caracterizam os substantivos de acordo com o seu local de origem e as Locuções Adjetivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de adjetivo.

Exemplos de Adjetivos Pátrios: brasileiro, carioca e sergipano.

Exemplos de Locuções Adjetivas: de anjo (=angelical), de mãe (=maternal) e de face (=facial).

 

NUMERAL

É a palavra que indica a posição ou o número de elementos.

Os numerais classificam-se em:

Cardinais – é a forma básica dos números, utilizada na sua contagem. Exemplos: um, dois e vinte.

Ordinais – é a forma dos números que indica a posição de um elemento numa série. Exemplos: segundo, quarto e trigésimo.

Fracionários – é a forma dos números que indica a divisão das proporções. Exemplos: meio, metade e um terço.

Coletivos – é a forma dos números que indica um conjunto de elementos. Exemplos: uma dúzia (conjunto de doze), semestre (conjunto de seis) e centena (conjunto de cem).

Multiplicativos – é a forma dos números que indica multiplicação. Exemplos: dobro, duplo e sêxtuplo.

 

PRONOME

É a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a relação das pessoas do discurso e varia em gênero, número e pessoa.

Os pronomes classificam-se em:

Pessoais – Caso reto (quando são o sujeito da oração): eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e Caso oblíquo (quando são complemento da oração): me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, a, lhe, se, si, consigo, nos, conosco, vos, convosco, os, as lhes, se, si, consigo.

Tratamento – Alguns exemplos: Você, Senhor e Vossa Excelência.

Possessivos – meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e respetivas flexões.

Demonstrativos – este, esse, aquele e respetivas flexões, isto, isso, aquilo.

Relativos – o qual, a qual, cujo, cuja, quanto e respetivas flexões, quem, que, onde.

Indefinidos – algum, alguma, nenhum, nenhuma, muito, muita, pouco, pouca, todo, toda, outro, outra, certo, certa, vário, vária, tanto, tanta, quanto, quanta, qualquer, qual, um, uma e respetivas flexões e quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

Interrogativos – qual, quais, quanto, quanta, quantas, quem, que.

 

VERBO

É a palavra que exprime ação, estado, mudança de estado, fenômeno da natureza e varia em pessoa (primeira, segunda e terceira), número (singular e plural), tempo (presente, passado e futuro), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) e voz (ativa, passiva e reflexiva).

Exemplos:

  • O time adversário marcou gol. (ação)
  • Estou tão feliz hoje! (estado)
  • De repente ficou triste (mudança de estado)
  • Trovejava sem parar. (fenômeno da natureza)

 

ADVÉRBIO

É a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros.

Os advérbios classificam-se em:

Modo – Exemplos: assim, devagar e grande parte das palavras terminadas em “-mente”.

Intensidade – Exemplos: demais, menos e tão.

Lugar – Exemplos: adiante, lá e fora.

Tempo – Exemplos: ainda, já e sempre.

Negação – Exemplos: não, jamais e tampouco.

Afirmação – Exemplos: certamente, certo e sim.

Dúvida – acaso, quiçá e talvez.

 

PREPOSIÇÃO

É a palavra que liga dois elementos da oração.

As preposições classificam-se em:

Essenciais – têm somente função de preposição. Exemplos: a, desde e para.

Acidentais – não têm propriamente a função de preposição, mas podem funcionar como tal. Exemplos: como, durante e exceto.

Há também as Locuções Prepositivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de preposição. Exemplos: apesar de, em vez de e junto de.

 

CONJUNÇÃO

É a palavra que liga duas orações.

As conjunções classificam-se em:

COORDENATIVAS: Aditivas (e, nem), Adversativas (contudo, mas),Alternativas (ou…ou, seja…seja), Conclusivas (logo, portanto) e Explicativas(assim, porquanto).

SUBORDINATIVAS: Integrantes (que, se), Causais (porque, como), Comparativas (que, como), Concessivas (embora, posto que), Condicionais (caso, salvo se), Conformativas (como, segundo), Consecutivas (que, de maneira que), Temporais (antes que, logo que), Finais (a fim de que, para que) eProporcionais (ao passo que, quanto mais).

Há também as Locuções Conjuntivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de conjunção. Exemplos: contanto que, logo que e visto que.

 

INTERJEIÇÃO

É a palavra que exprime emoções e sentimentos.

As interjeições podem ser classificadas em:

Advertência – Calma!, Devagar!, Sentido!
Saudação – Alô!, Oi!, Tchau!
Ajuda – Ei!, Ô!, Socorro!
Afugentamento – Fora!, Sai! Xô!
Alegria – Eba!, Uhu! Viva!
Tristeza – Oh!, Que pena!, Ui!
Medo – Credo!, Cruzes!, Jesus!
Alívio – Arre!, Uf!, Ufa!
Animação – Coragem!, Força!, Vamos!
Aprovação – Bis!, Bravo!, Isso!
Desaprovação – Chega!, Francamente! Livra!,
Concordância –Certo!, Claro!, Ótimo!
Desejo – Oxalá!, Quisera!, Tomara!
Desculpa – Desculpa!, Opa!, Perdão!
Dúvida – Hã?, Hum?, Ué!
Espanto – Caramba!, Oh!, Xi!,
Contrariedade – Credo!, Droga!, Porcaria!

Há também as Locuções Interjetivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de conjunção. Exemplos: Cai fora!, Muito obrigada!, Volta aqui!

 

 

A ANÁLISE MORFOLÓGICA

As palavras da língua portuguesa podem ser analisadas/classificadas de duas formas :

  • Separadamente, palavra por palavra, mesmo fazendo parte de uma oração.
  • De acordo com a função da palavra dentro da oração.

Falamos da análise morfológica e da análise sintática de uma oração.

 

O que é análise morfológica?

Já aprendemos que a Morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras de acordo com a classe gramatical a que ela pertence.

  • Estas são as classificações que as palavras recebem sozinhas, fora das frases/orações.  Quando analisamos/classificamos separadamente estas palavras é que temos a sua análise morfológica.

Observem a oração abaixo :

 

  • Os meninos da rua treze estavam atônitos com a beleza da nova moradora.

 

 

Análise morfológica:  

Os  – artigo

meninos – substantivo

da – preposição

rua- substantivo

treze– numeral

estavam – verbo

atônitos–adjetivo

com – preposição

a– artigo

beleza-substantivo

da– preposição

nova – adjetivo

moradora – substantivo

Fica a dica :  Sempre que lhe for proposto a análise morfológica de uma oração, pense nas palavras sozinhas, analisadas uma a uma, como se fosse a única.  E lembre-se das famosas 10(dez) classes gramaticais

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Gerência de Projetos – Resumo Para Concursos

Gerência de Projetos – Resumo Para Concursos

Conceitos Básicos

Gerência de projetos, gestão de projetos ou administração de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades e técnicas na elaboração de atividades para atingir um conjunto de objetivos pré-definidos.

Conceito simplificado:

É a disciplina de manter os riscos de fracasso reduzido durante o ciclo de vida do projeto

Outro conceito comun:

É a disciplina de definir e alcançar objetivos ao mesmo tempo que se otimiza o uso de recursos (tempo, dinheiro, pessoas, espaço e etc)

Conceito PMBOK 2000:

Gerência de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades e técnicas para projetar atividades que visem atingir os requerimentos do projeto”.

Projeto

Um projeto é um empreendimento temporário com o objetivo de criar um produto ou serviço único.

Gerente de projeto

O gerente é responsável por gerenciar o progresso do empreendimento e através das variáveis (qualidade, custo, prazo e escopo) verificar desvios e minimizar falhas.

Variáveis

O gerenciamento de projetos tenta controlar 3 áreas principais: tempo, custo e escopo.

  • Tempo: o tempo requerido para terminar os componentes do projeto
  • Custo: o custo para desenvolver o projeto.
  • Escopo: é o detalhamento total do projeto, geralmetne utiliza o EAP (Estrutura Analítica do Processo) ou WBS (Work Breakdown Structure)

 

PMBOK (Project Management Body of Knowledge)

É um conjunto de práticas em gerenciamento de projetos levantados pelo PMI (Project Management Institute) e é a metodologia base da gerência de projetos. Estas práticas são compiladas na forma de um guia, chamado de “ Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos” ou “Guia PMBOK”.

O PMBOK está classificado em 5 grupos de processo e 9 áreas de conhecimento:

5 Grupos de Processos:

  1. Iniciação
  2. Planejamento
  3. Execução
  4. Controle
  5. Encerramento

 

9 Áreas de Conhecimento

  1. Gerência de Integração de Projetos
  2. Gerência de Escopo de Projetos
  3. Gerência de Tempo de Projetos
  4. Gerência de Custo de Projetos
  5. Gerência de Qualidade de Projetos
  6. Gerência de Recursos Humanos de Projetos
  7. Gerência de Comunicações de Projetos
  8. Gerência de Risco de Projetos
  9. Gerência de Aquisições de Projetos

 

PERT (Program Evaluation and Review Technique)

É uma técnica desenvolvida para planejamento e controle de projetos que consiste em criar um gráfico de rede para visualizar e coordenar um projeto. Exemplo:

gráfico pert

Exemplo de um gráfico de rede para um projeto de 7 meses, 5 nós e 6 atividades ou tarefas.

GANTT

Um gráfico de Gantt é um gráfico de barras que ilustra o cronograma de um projeto. O gráfico é utilizado para ilustrar as datas de início e fim das atividades descritas no EAP que compoem o cronograma.

diagrama gantt

A linha em vermelho é o caminho crítico do projeto (CPM).

CPM (Critical Path Method)

O método do caminho crítico é um termo criado para designar um conjunto de tarefas vinculadas a uma ou mais tarefas que não tem margem de atraso.

É a sequência de atividades que devem ser concluídas nas datas previstas para que o projeto seja concluído dentro do prazo.

EAP – Estrutura Analítica do Projeto (WBS – Work Breakdown Structure)

A EAP é uma ferramenta de decomposição de trabalho em partes. É uma estrutura em árvore hierárquica de tarefas do projeto.

Exemplo: Projeto Pintar a Sala

1 – Preparar materiais
a) comprar tinta
b) comprar rolos e pincéis
2 – Preparar a sala
a) cobrir chão e retirar móveis
b) cobrir ou retirar tomadas
3 – Pintar a sala
a) primeira demão todas as paredes
b) retoques e cantos
c) segunda demão todas as paredes
4 – Limpar a sala
a) retirar as proteções
b) limpeza geral
5 – Arrumar a sala
a) colocar os móveis nos lugares

Exemplo de um diagrama EAP:

diagrama eap

Dica – Regra dos 100%: A soma de todos os trabalhos dos níveis filhos devem ser 100% do trabalho do pai. Não deve ter tarefa a mais ou a menos que o que foi foi proposto nível acima.

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