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Tópicos importantes sobre conhecimentos pedagógicos
Contexto histórico
Quando falamos da história da educação, estamos também nos referindo à construção e à evolução dos grupos sociais. Na antiguidade, os mais experientes não se engajavam em um método de ensino como é feito hoje em dia, tudo era aprendido por meio da imitação – desde os comportamentos às práticas de sobrevivência. Conforme o tempo foi passando, foram sendo construídas formas de passar o conhecimento adiante. Temos como exemplos mais próximos as duas famosas cidades gregas: Esparta e Atenas. A primeira é reconhecida por valorizar códigos de conduta, competitividade e uma disciplina autoritária, sempre visando resultados perfeitos. Já a segunda seguia um ideal diferente, com mestres ensinando conteúdos diversos através da oratória, provocando reflexões e criatividade.
Esse último modelo de educação vigorou durante muitos séculos, contudo, sofrendo modificações quanto suas didáticas e influências, já que o autoritarismo se fazia muito presente em quase todas as instituições. Afinal, não é difícil encontrar pessoas que relatem ter estudado em escolas caracterizadas pela rigidez e por castigos físicos até mesmo aqui no Brasil. Porém, impulsionado pela Revolução Industrial, quando houve um boom de movimentos democráticos, começou a reivindicação da inclusão do ensino entre os direitos fundamentais dos cidadãos e surgiram pensadores e educadores que questionavam a hierarquia apresentada nas escolas até então.
Educação no Brasil: do início do século XX até hoje
As influências da educação no Brasil vieram basicamente da Europa. Como sabemos, durante a colonização dos índios, os jesuítas optaram por ensinar a fé através da leitura e escrita, passando para os nativos, além da religiosidade, muito da cultura e língua totalmente diferentes. Com o passar dos séculos foi-se estruturando as instituições escolares ainda com influências de fora. Para explicar melhor, criamos uma segmentação da educação dos tempos de nossos avós até os dias de hoje. Veja só:
- Início do século XX. Já podíamos ver as escolas padronizadas utilizando métodos rigorosos para ensinar os alunos, que em sua maioria faziam parte da elite brasileira – jovens da classe baixa não tinham condições de estudar. Porém, quem tinha essa oportunidade sofria grandes pressões e podia receber castigos físicos caso não aprendessem os conteúdos passados ou fizessem alguma coisa errada. É nessa época, inclusive, que era utilizada a palmatória, um instrumento para bater nas mãos dos alunos e que teve seu uso criminalizado no Brasil nos anos 70.
- Durante a Ditadura Militar brasileira (1964-1985), o governo manipulava os métodos de ensino utilizados nas escolas como forma de controlar e doutrinar as crianças quanto às ideologias políticas. Houve, assim, uma verdadeira lacuna nos conhecimentos sobre história, literatura e de artes de um modo geral, já que os conteúdos didáticos nesses âmbitos eram censurados. Para você ter uma ideia do quão severa era a intervenção do Estado, as salas de aula possuíam escutas nas paredes com o intuito de saber tudo o que era dito para os alunos.
- Passado esse período terrível para os brasileiros, podemos citar as escolas dos anos 90, caracterizadas por ser, talvez, a prática pedagógica que mais deu certo nas instituições brasileiras em um primeiro momento. Os trabalhos eram feitos à mão em folhas de papel almaço e cartolinas, com colagens e outros artifícios criativos. Como a computação e internet ainda engatinhavam, as pesquisas eram realizadas através dos livros encontrados nas bibliotecas, sobretudo da conhecida enciclopédia Barsa. Nessa década também houve um estreitamento maior dos relacionamentos entre professores e alunos, todavia, as didáticas utilizadas já não prendiam tanto a atenção e davam sinais de que precisariam ser renovadas.
- Anos 2000, ascensão da tecnologia na vida dos brasileiros, incluindo nas salas de aula. Contudo, vale saber que mesmo surgindo inúmeras facilidades, como os portais de busca para pesquisa, os softwares voltados para educação e o compartilhamento de dados, o início do século XXI ainda vivia um despreparo dos educadores acerca das novidades “high-tech”. Afinal, como seria possível a integração da internet com um ensino de qualidade depois de anos utilizando um mesmo método?
Bom, voltando para os dias de hoje, constata-se que pouca coisa mudou da última década para cá e a principal crítica diz respeito aos investimentos feitos pelo governo na educação brasileira. Para efeito de comparação, na Europa é investido cerca de 5,5 mil dólares por aluno e nos Estados Unidos aproximadamente 9 mil dólares. Já o Brasil, segundo o relatório da OECD 2015 divulgado pelo jornal O Globo em 2016, investe US$ 3.826 por aluno do ensino básico, estando acima somente da Colômbia e Indonésia. É importante ressaltar, nesse sentido, que o país também sofre com o excesso de alunos por sala de aula, bem como o desinteresse dos mesmos, pouco incentivo para a especialização de professores, falta de estrutura das escolas, entre muitos outros fatores.
Portanto, o Brasil vive um período no qual as mudanças são extremamente necessárias e são reivindicadas por profissionais da educação, estudantes e a sociedade como um todo. Entender a realidade de nosso país quanto a esse quesito é indispensável para construir conceitos e desenvolver trabalhos cada vez mais estimulantes.
As leis brasileiras sobre educação que você precisa conhecer
Para que pedagogos, educadores, coordenadores e pesquisadores realizem um trabalho eficaz, explorando todas as possibilidades, é primordial que conheçam as leis da educação vigentes em seu país. A principal delas é a Lei nº 9.394 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, conhecida popularmente como LDB, que rege todas as etapas do ensino no Brasil, do ensino infantil ao superior. Todos os direitos dos cidadãos quanto à educação estão especificados nela, assim como os deveres das instituições, escolas, governos, professores, alunos, entre outros agentes que participam desse segmento. Ela também exibe normas relacionadas às práticas de ensino a serem adotadas, como os docentes podem se especializar e as alterações realizadas ao longo dos anos.
Falando em mudanças, está inserida na LDB a Lei do Ensino Médio, aprovada pelo Congresso Nacional em fevereiro deste ano, e que promoverá uma reforma nessa fase do ensino em todas as escolas brasileiras dentro de cinco anos. As regras causaram polêmica, mas há quem diga que elas melhorarão o rendimento escolar dos alunos por alguns motivos. Um deles é que os estudantes poderão escolher áreas de preferência para estudar boa parte do período e outro é que eles poderão ser encaminhados para cursos técnicos e profissionalizantes, saindo da escola muito mais preparados para o mercado de trabalho.
Outra lei que deve ser destrinchada por educadores e pedagogos é a PNE (Plano Nacional de Educação), considerada uma ferramenta imprescindível para nortear os rumos da educação no país, tendo seu conteúdo renovado a cada 10 anos. Por ser tão importante, ela é debatida também em cursos online com certificado sobre o setor, pois profissionais que a conhecem se mostram muito mais aptos para promover inovações em seus métodos de ensino e tirar do papel todas as diretrizes impostas.
Práticas pedagógicas transformadoras
“Temos uma escola do século XIX, um professor do século XX e um aluno do século XXI”, polemizou o educador Mozart Neves Ramos ao Anuário Brasileiro da Educação Básica de 2016.
Essa frase ilustra outro tópico que deve ser levado em conta pelos professores que visam obter melhores resultados: as práticas pedagógicas. Com o objetivo de atingir todos os alunos de forma harmônica, eles devem se adaptar às novas tecnologias, agregar o estilo de vida atual ao cotidiano escolar para ensinar, entre outras “cartas na manga”. É necessário prestar atenção também quanto à inclusão de pessoas com deficiência, conhecer métodos que as ensinem com qualidade, bem como a Educação de Jovens e Adultos, etapa que deve ser tão valorizada no Brasil quanto o ensino básico. Selecionamos dois pontos importantes para você anotar e buscar conhecimentos pedagógicos em treinamentos, workshops e cursos a distância, veja só:
Educação Lúdica
Friedrich Fröebel, Maria Montessori e Jean Piaget. Todos educadores muito famosos e que compartilham algo em comum: a busca por métodos de ensino mais lúdicos e com uma boa carga de vivências sensoriais. Profissionais que desejam adquirir uma base para realizar seu trabalho, seja como pedagogo, psicopedagogo, psicólogo, professor ou até mesmo pesquisador, devem conhecer mais sobre pensadores como estes, que mostram como valorizar a educação de uma forma totalmente diferente do ensino atual, levando aos alunos didáticas mais leves e divertidas.
O bacana seria se o Plano de Educação Nacional seguisse o exemplo de instituições privadas que ensinam por meio da metodologia Waldorf. Hoje em dia, somente escolas particulares (e com um preço bem salgado) disponibilizam esse conceito, um dos mais reconhecidos pela dinâmica lúdica.
Os desafios da educação inclusiva
Ao falar de conhecimentos pedagógicos modernos não podemos deixar de lado a educação inclusiva. Segundo o Decreto nº 7.611, ela deve ser oferecida por todas as escolas brasileiras seguindo parâmetros legais, contudo, para isso ser feito com qualidade, depende principalmente da qualificação de especialistas. Isto é, apesar de existir uma lei para obrigar o ensino para crianças com deficiência e/ou dificuldades de aprendizagem, o Brasil ainda sofre com a falta de professores prontos para receber todos os alunos de forma abrangente e igualitária. O ensino de LIBRAS, por exemplo, pode ser aprendido no Curso Online Libras – Língua Brasileira de Sinais e é importantíssimo ensinar crianças surdas.
É muito importante ressaltar que a instituição também deve se equipar para agregar qualidade ao ensino especial. Muitos locais de aprendizado têm implementado a sala de recursos multifuncionais, estrutura sugerida pelo Ministério da Educação, que deve conter mobiliários e materiais didático-pedagógicos com total acessibilidade e instrumentos de Tecnologia Assistiva.
Reforçando o tema:
- O que são conhecimentos pedagógicos? São todos os saberem adquiridos que serão transformados em práticas no ambiente escolar.
- Quais são os conhecimentos pedagógicos para concurso? Os concursos públicos geralmente exigem conhecimentos em Projeto Político Pedagógico (PPP), teóricos da educação, educação e políticas inclusivas, diretrizes da educação, entre muitos outros temas.
- O que caracteriza uma boa prática pedagógica? Podemos dizer que uma boa prática pedagógica é, principalmente, aquela que se adequa aos diferentes perfis de alunos, que acompanha seus ritmos distintos e suas formas de aprender.